terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Tomar decisões sobre algo que não se domina pode ser problemático

O ignorante falando do que não sabe é um problema, mas quando resolve tomar ações sobre falsas premissas, a coisa pode complicar ainda mais. Bolsonaro foi eleito, apesar de ser incapaz, tanto moral quanto tecnicamente para exercer o cargo de Presidente da República. Da mesma forma as conflitantes forças que o apoiam dão apenas uma frágil e ineficaz sustentação a seu governo.

Não bastasse tudo isso, Bolsonaro disse que nomearia "postos ipirangas" para os ministérios. A característica deles seriam notável saber sobre as áreas que iriam administrar, ou seja, um critério técnico para a indicação dos ministros. O que vimos foi um loteamento "politiqueiro" entre partes das áreas que o apoiaram, e nenhum de seus ministros notável saber técnico em nenhuma das áreas que irá administrar.

Com o caos se instalando o próprio Bolsonaro tenta consertar, mas ele sabe ainda menos que os "postos ipirangas", e o que vemos é um verdadeiro caos na comunicação do governo que tenta se instalar.

A reportagem da revista Época fala sobre o desconhecimento de temas que deveriam ser do conhecimento de alguém que esteve tanto tempo no Congresso Nacional, ou ao menos de sua assessoria, que deveria tê-lo alertado sobre o fato, mas tal não ocorre. E isso se verifica em todas as áreas da economia.

Não precisa torcer para dar errado, porque o que der certo vai ser por obra da Providência, jamais da capacidade desse governo.




“Desconhecimento da realidade”, diz especialista sobre promessa de Bolsonaro de importar tecnologia para dessalinizar água



Vicente Andreu, ex-presidente da ANA na gestão petista, afirma que o Brasil sabe como fazer o processo e não precisa de Israel para isso

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que buscaria junto a Israel uma técnica de dessalinizar água para abastecer as regiões mais secas do Nordeste brasileiro. Para o ex-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, a proposta reflete um "desconhecimento da realidade brasileira". Andreu foi secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano em 2009 e 2010, período em que ficou à frente do programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente, responsável por processos de dessalinização em nove estados, principalmente no Nordeste. Ele explica que os processos realizados no Brasil e em Israel são diferentes. No Brasil, é feito a partir de água salobra e voltado a comunidades dispersas e em quantidades menores. Em Israel, a água é dessalinizada a partir do próprio mar, o que torna possível a produção em grande escala, mas com custo muito elevado. "O custo para tirar essa água de poços profundos, levar essa água e tratar essa água [para irrigação] torna completamente inviável", afirma. Ele diz que dessalinizar água do mar e transportar para irrigação no interior do semi-árido também seria inviável. A seguir, trechos da entrevista de Vicente Andreu a ÉPOCA:

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