Desde que me lembro, é raro o ano que o congresso americano não precise aprovar verbas extras para que o Estado norte-americano não pare. Quando eles se metem em alguma guerra ou reconstrução (praticamente todos os anos) essa fragilidade do orçamento do Tio San se escancara ainda mais.
Mas essa fragilidade, na verdade, não é deles, mas nossa.
Explico: a solução encontrada por eles, ano após ano de fracasso em cumprir um orçamento gigantesco e absurdamente mal distribuído é a impressão de mais dólares, seja pela impressão pura e simples (um número nos computadores de um banco), ou pela opção mais comum e interessante aos milhões de rentistas que se baseiam em sua dívida pública, ou seja, sua expansão. Essa hipótese só se torna possível porque nós, ou seja, praticamente o mundo inteiro, aceita o dólar como reserva de valor internacional e moeda de trocas comerciais.
É por isso que uma desdolarização da economia mundial é um perigo gigantesco para os norte-americanos. Primeiro porque deixaria de haver uma corrida aos fundos americanos como reserva de valor internacional (ou ao menos isso diminuiria muito), e segundo porque a capacidade deles imprimirem dinheiro e despejarem na economia mundial estaria muito mais restrita.
Mas uma coisa eles não aprendem, e essa coisa é viver com o que produzem, ou seja, sem expoliar outros povos, porque ano após ano eles arrombam o orçamento, e o motivo é sempre o mesmo, financiar uma guerra ou uma reconstrução num país estrangeiro. Algumas vezes esse país é chamado por eles de amigo, como é o caso atual da Ucrânia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário