segunda-feira, 7 de maio de 2012

Num mundo em que faltam profissionais qualificados, os marítimos são exceções

Excelente o artigo abaixo. Mostra, com exemplos, a necessidade de melhorarmos nossa educação. E isso não significa apenas a permanência dos estudantes por mais tempo na escola, mas principalmente o melhor aproveitamento desse tempo.

É certo que, nos últimos 15 anos, tivemos uma melhora no quesito escolar, mas isso é ainda muito tímido frente às necessidades e desafios que o país nos apresenta.

Até mesmo para explorarmos nossas riquezas, necessitamos de uma melhora urgente em nosso rendimento escolar. É só olharmos para nosso pré-sal e vermos a invasão de estrangeiros ocupando postos que deveriam ser de brasileiros, devido à carência que apresentamos em vários setores. Faltam-nos engenheiros e técnicos, e nos sobram trabalhadores tecnicamente desqualificados.

A única exceção que conheço são os marítimos, que segundo o Sindmar apresenta um quadro equilibrado de demanda e oferta de mão de obra. Poderíamos ter este quadro em muitas outras profissões que exigem alto conhecimento técnico-teórico.

É hora de tratarmos nossa educação com a seriedade que ela merece, e nosso país necessita.

O artigo:


Porque o pré-sal NÃO é o futuro do BrasilPor Marcos Cavalcanti

Um interessantíssimo estudo realizado por pesquisadores da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), recentemente publicado, mostra a correlação entre o desempenho no exame Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) – que a cada ano avalia o nível de proficiência em matemática, ciência e leitura de alunos de 15 anos de idade de 65 países – e a renda total proveniente de recursos naturais como percentagem do produto interno bruto em cada um dos países participantes.
O resultado é estarrecedor. Segundo Andreas Schleicher, supervisor dos exames do Pisa para a OCDE, os resultados indicaram que há “uma relação significativamente inversa entre o dinheiro que os países obtêm com os seus recursos naturais e o conhecimento e a capacitação dos seus alunos de segundo grau”.
Em resumo, os países que tem uma renda expressiva (em percentual do PIB) proveniente de recursos naturais (como petróleo ou minerais), tem um BAIXO rendimento no PISA. Segundo Schleicher, países como Cingapura, Finlândia, Coreia do Sul, Hong Kong e Japão se destacaram por terem apresentado notas elevadas no Pisa e serem países com poucos recursos naturais, enquanto Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Argélia, Bahrein, Irã, Síria, Brasil, Argentina e México chamaram atenção por apresentarem as maiores rendas derivada do petróleo e as notas mais baixas no Pisa.
Claro que podemos fazer diferente. Explorar o petróleo e melhorar nosso ensino. Seríamos um ponto fora da curva. A prática e o estudo da OCDE demonstram claramente que países com muitos recursos naturais não valorizam a educação e a inovação como forma de gerar riqueza. A exceção são o Canadá, a Austrália e a Noruega, que também são países de grandes riquezas naturais, mas que tiveram boa classificação no Pisa. Segundo Schleicher um dos principais motivos para isto é o fato de estes três países implementarem políticas no sentido de poupar e investir a arrecadação proveniente dessas reservas em educação e inovação, em vez de simplesmente consumirem tais recursos. NÃO É O QUE ESTAMOS FAZENDO!
 O estudo deixa claro que o bom desempenho de um país no século 21 não será principalmente baseado na exploração de suas reservas de petróleo nem nas suas minas de ferro, e sim na qualidade dos seus estudantes e professores e na capacidade de fazer o conhecimento gerado se transformar em riqueza através de inovação. “O nível de aprendizado atual na escola se constitui em um poderoso instrumento para a previsão da riqueza e dos indicadores sociais dos países no longo prazo”, explica Schleicher.
Conhecendo a realidade de nossas escolas, se for verdade o que diz Schleicher nosso futuro está comprometido! Mas eu sou otimista! Acho que ainda dá tempo de mudar isto! Mas só teremos o sentido de urgência para promover as mudanças necessárias se RECONHECERMOS QUE ESTAMOS NO CAMINHO ERRADO! QUE PRECISAMOS CORRIGIR NOSSO RUMO,tirando o foco da exploração das commodities (soja, petróleo e ferro) e colocando todas nossas energias (e os recursos obtidos com a exploração destes recursos) na construção de um ensino público, universal e de QUALIDADE! E fazendo da INOVAÇÃO uma obsessão de nossa política econômica!
A hora é essa. O futuro já começou!

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