sexta-feira, 20 de julho de 2012

E continua o problema de mão de obra qualificada

Deu no Diário do Nordeste: "Mão de obra importada por falta de qualificação".

Os novos projetos, que se implantam em várias partes do país, têm levado o desenvolvimento e a perspectiva de melhores condições de vida a essas regiões. Mas um problema já crônico, e altamente previsível, vem acompanhando tais projetos: a falta de mão de obra qualificada.

Na verdade esse problema não é exclusivo do Brasil, e em determinadas áreas já se tornou empecilho a seu desenvolvimento, seja pela falta de incentivo das empresas na formação, mas principalmente na manutenção de pessoal qualificado em seus quadros.

Tal problema tem sido minorado com a crise que ainda assola os países desenvolvidos (principalmente os europeus), já que isso tem possibilitado a importação de mão de obra. Mas não podemos esperar que tal situação seja eterna, e assim que suas economias apresentem alguma melhora, ao menos uma boa parte dessa mão de obra deverá retornar a seus países de origem.

Com esse quadro o Brasil precisa urgentemente rever sua política educacional, não no sentido de formar profissionais sem critério, e com o intuito de preencher necessidades de algumas empresas e setores específicos, mas buscando sua formação plena, de alta qualidade e ao longo de toda sua vida acadêmica, ou seja, desde os primeiros anos de escola, até os bancos universitários, quando for o caso.

Ainda temos tempo, mas uma revolução no ensino brasileiro é necessária e urgente. Temos uma imensa massa da população que deve e merece ter a chance de melhorar de vida, através de bons empregos e condições, mas para isso é necessário que tenham o preparo adequado.

A educação por si só não é suficiente para revolucionar nossa economia ou nossas condições de vida, mas sem ela isso se torna impossível.

E acabamos mais uma vez falando da necessidade de melhorarmos nossa educação.

Leia o texto na íntegra:

Mão de obra importada por falta de qualificação

As perspectivas de investimentos na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) desenham para o Ceará um horizonte de progresso e desenvolvimento socioeconômico. No entanto, para que as oportunidades geradas aqui sejam bem aproveitadas pelo Estado e beneficiem os cearenses, de um modo geral, ainda é preciso avançar em diversas áreas, como cadeia de suprimentos, infraestrutura, ambiente de negócios e mão de obra, que hoje é um dos principais desafios enfrentados pelas empresas que desejam se instalar no Cipp.

Municípios sob influência do Cipp devem refletir sobre como eles garantirão a maior inclusão de mão de obra cearense nos empreendimentos FOTO: THIAGO GASPAR
Todos esses pontos estão sendo debatidos pelo movimento Pacto Pelo Pecém, que se reuniu ontem, na Assembleia Legislativa, com os prefeitos dos municípios do entorno do Cipp para discutir como serão conduzidos os trabalhos que visam à solução de desafios enfrentados pelo polo, incluindo a escassez de mão de obra qualificada.

"Precisamos responder ao problema da necessidade de mão de obra especializada. Hoje, uma empresa que está se instalando no Cipp contratou sete mil trabalhadores. Desses, somente dois mil são do Ceará. Nós precisamos garantir que a maioria da mão de obra seja do Ceará para ganharmos com esses empreendimentos", afirmou o secretário executivo do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa, Eudoro Santana, durante a reunião.
Ao todo, foram convidadas 68 prefeituras que se localizam no entorno do Pecém.
De acordo com ele, em algumas empresas que estão se instalando no Cipp, a maior parte da mão de obra é importada.

Atender à demanda
Para o deputado federal Danilo Forte, que também participou do encontro com os prefeitos, as universidades e as escolas técnicas do Ceará devem estar atentas às necessidades do mercado e elaborar cursos a fim de contribuir para solucionar o problema da falta de mão de obra especializada. "Nossas universidades têm que estar focadas. As escolas técnicas também", enfatizou.

Próximos passos
Durante o encontro com os prefeitos, conduzido pelo Conselho de Altos Estudos da AL, Eudoro Santana apresentou os próximos passos que serão dados pelo movimento. Na ocasião, foi distribuído um documento com oito perguntas para serem respondidas pelas prefeituras, fazendo com que os municípios reflitam sobre como eles se engajarão nos empreendimentos do Cipp e quais benefícios e malefícios poderão sofrer.

Conforme Santana, as respostas deverão ser enviadas ao conselho dentro de 15 dias e uma nova reunião será realizada para que cada município e instituição apresente suas respostas.
"Essas informações servirão para iniciar a construção do primeiro produto que queremos: o cenário atual do Cipp e seus grandes desafios. Uma outra reunião será realizada para validarmos esse documento, que deverá ser construído em seis meses", afirmou Santana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário