O Blog dos Mercantes vem trazendo o tema dos cruzeiros marítimos com certa frequência, e já tratou inclusive da mesma problemática que é enfrentada nos Estados Unidos. Certo, não temos a mesma quantidade de recursos para investirmos, nem dominamos a mesma tecnologia de ponta em construção de navios, mas quem sabe com uma parceria com um estaleiro norte-americano, incluindo a transferência de tecnologia.
Temos marítimos treinados, com alta qualificação e capacidade. Tripulantes de hotelaria também não seria problema para a composição de tripulações. Depende de vontade política e soluções criativas para entrarmos nesse mercado e começarmos a trazer melhores ganhos para nosso país.
Nossa costa permite sua exploração turística durante todo o ano, o que representa um potencial econômico enorme. Uma legislação que permita a cobrança de impostos de tais embarcações, e a que as autoridades do setor marítimo possam inspecionar e atuar no controle dessas embarcações.
Navios arvorando o pavilhão brasileiro em seus mastros, trabalhadores brasileiros trabalhando em nossas costas, controle efetivo sobre as embarcações nacionais e sobre as estrangeiras que estejam passando por nosso país. Tudo isso é fundamental para que o país possa exercer sua soberania em suas águas territoriais.
Leia a matéria:
EUA criticam cruzeiros
Não é só no Brasil que há críticas à ação dos cruzeiros marítimos que absorvem turistas de cada país, lucram sem dar condições de que a Receita Federal possa estimar suas vendas, e ainda aplicam normas especiais aos trabalhadores a bordo. Isso também ocorre nos Estados Unidos, sendo que, no Brasil, há um agravante, pois as autoridades do setor não controlam a ação desses navios, tarefa que foi atribuída ao Ministério do Turismo.
Ao saber que a Administração Marítima americana (Marad) decidira não financiar navios de passageiros com bandeira americana, afirmou a empresa World City que, em 2011, os transatlânticos faturaram US$ 40 bilhões e movimentaram 71,8 milhões de passageiros em território americano, dos quais 90% eram americanos. Afirma nota da empresa: “ eles não constroem seus navios aqui, não pagam taxas corporativas aqui, não contratam marítimos americanos, não se sujeitam às leis trabalhistas locais nem a regras americanas do ambiente”. usam bandeira estrangeira, tripulação estrangeira e não pagam taxas americanas. Há 15 anos a World City briga para trazer para a economia americana parte dos lucros e oportunidades gerados pelos transatlânticos. Ao anunciar que não iria financiar navios americanos de passageiros, a Marad alegou ter tido problemas, no passado, com tais projetos.
Uma ex-executiva da Comissão Marítima Federal (FMC, na sigla em inglês), Helen Bentley, que teve cinco mandatos de deputada, disse que os Estados Unidos deveriam estar construindo transatlânticos, colocando neles marítimos e pessoal de hotelaria e se aproveitando da criação de empregos, geração de taxas e suprimento de produtos e serviços. A presidente da World City, Stephanie Gallagher, disse que o projeto não exige subsídios e tem enorme potencial de criação de empregos para americanos.
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