quinta-feira, 12 de julho de 2012

Que os governos tomem providências para acabar com o trabalho escravo no mundo

Imagem: reprodução internet

Deu no site da Agência Brasil: "OIT: 20,9 milhões de pessoas no mundo são vítimas de trabalho forçado".

Importante a divulgação, pela OIT, dos dados sobre trabalho forçado pelo mundo. E a questão cultural parece ser importante na aplicação disseminação desta prática, embora não possamos descartar os interesses econômicos, que, afinal, são o objetivo da grande maioria dos casos de trabalho forçado.

Tendo isso em vista, não é a toa que empresas asiáticas vêm apresentando problemas quando se instalam no Brasil e outros países: há um forte componente cultural em seus métodos de trabalho. Mas isso explica, mas não justifica.

Mesmo porque, ainda que tais empresas utilizem muitos dos métodos que caracterizam a escravidão moderna, os casos relatados não chegam a configurar tal prática, ainda que estejam bem próximos a ela em determinados aspectos.

E ainda que o número divulgado no estudo da OIT, 20,9 milhões, seja pequeno em relação à população mundial, tal prática é inaceitável, e não importa a quantos atinja.

Então que os governos tomem providências para erradicarmos de vez com tal prática. 

Leia o texto na íntegra:

OIT: 20,9 milhões de pessoas no mundo são vítimas de trabalho forçado

Cerca de três em cada mil pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho forçado, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado hoje (1º). O número total de pessoas presas em empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano chega a 20,9 milhões. Nessas situações também podem ser incluídos o tráfico de seres humanos ou práticas análogas à escravidão. O último relatório da organização sobre o assunto foi divulgado em 2005.

“O tráfico de seres humanos também pode ser considerado trabalho forçado e, assim, essa estimativa capta o tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual ou o que alguns chamam de escravidão moderna”, diz o estudo.

De acordo com o levantamento, mulheres e meninas representam 55% (11,4 milhões) do total de trabalhadores forçados, enquanto homens e meninos representam 9,5 milhões (45%). Além disso, os adultos são mais afetados do que as crianças, pois 74% (15,4 milhões) das vítimas são maiores de 18 anos e 26% (5,5 milhões) estão abaixo dessa faixa etária.

A região da Ásia e do Pacífico apresenta o número mais alto de trabalhadores forçados no mundo, 11,7 milhões (56%). A África vem em seguida, com 3,7 milhões (18%), e a América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%). Nos países da Europa Central e do Leste Europeu são registrados 1,6 milhão (7%) de pessoas trabalhando de forma forçada. Nas economias desenvolvidas e na União Europeia há 1,5 milhão (7%) de trabalhadores forçados, enquanto no Oriente Médio, o número de vítimas é estimado em 600 mil (3%).

O estudo mostra ainda que 90% dos trabalhadores (18,7 milhões) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Desses, 4,5 milhões (22%) são vítimas de exploração sexual forçada e 14,2 milhões (68%) são forçados em atividades econômicas como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial.

Além disso, 2,2 milhões (10%) são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado, como por exemplo, nas prisões, o que viola as normas da OIT, ou imposto por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.

O documento também apresenta a relação entre migração e trabalho forçado. Há 9,1 milhões de vítimas (44%) que estão presas no trabalho forçado após um processo migratório, ou seja, o deslocamento dentro de seus países ou para o exterior. A maioria dessas pessoas, 11,8 milhões (56%), está submetida a trabalho forçado em seus países de origem ou residência.

Os deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados à exploração para fins sexuais. Em contrapartida, a maioria dos trabalhadores forçados em atividades econômicas e quase todos os que são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado não se afastaram de suas áreas de origem”, mostra o estudo.

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