terça-feira, 21 de agosto de 2012

O problema dos atrasos nas metas do pré-sal


Uma matéria que deu há alguns dias no "Diário de Pernambuco" e que estava para comentar aqui: "Metas do pré-sal ameaçadas por impasse entre Petrobras e estaleiros".

Como o Blog dos Mercantes vem afirmando as demandas por profissionais marítimos estão grandes e equilibradas com a oferta, mas, devido aos inúmeros atrasos na entrega de novas unidades marítimas, e a formação acelerada desses profissionais, já tendem a desequilibrar o mercado de trabalho.

O atraso na construção de sondas de exploração é importante, sem dúvida, mas é apenas um entre os muitos que vêm ocorrendo. Navios, barcos de apoio, unidades de produção, todos têm apresentado atrasos em seus cronogramas de entrega.

Mais do que as metas do pré-sal, estão ameaçados os empregos de brasileiras e brasileiros, que vêm se preparando para tripular essas embarcações.

Entendemos que é importantíssimo que  se apresentem garantias para a conclusão das obras e cumprimento dos prazos, mas é importante também que ambas as partes se esforcem para que as obras comecem e se desenvolvam sem imprevistos e dentro de seus cronogramas.

Leiam o texto na íntegra:

Metas do pré-sal ameaçadas por impasse entre Petrobras e estaleiros

Estatal só vai assinar o contrato para 21 sondas com a Sete Brasil após auditar estaleiros que serão contratados para ter a garantia de que equipamentos serão entregues

A demora da Petrobras, de quatro meses, para assinar os contratos para a encomenda de 26 sondas de perfuração, ameaçam atrasar as metas de produção de petróleo no pré-sal previstas para até 2020. A questão é que a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, só vai assinar o contrato para 21 sondas com a Sete Brasil e cinco com a Ocean Rig após auditar todos os estaleiros que serão contratados pelas empresas para ter a garantia que os equipamentos serão entregues sem atrasos.

Segundo uma fonte do setor, já se avalia a possibilidade de alguns estaleiros iniciarem o corte das chapas no exterior para adiantar o processo, deixando a montagem das sondas para o Brasil, atendendo assim a política de conteúdo nacional. Os contratos da Sete Brasil com a Petrobras, que deveriam ser assinados em março, foram postergados para abril e estão previstos agora para ocorrer neste mês. Isso porque a Sete Brasil firmou contrato de intenção com alguns dos estaleiros que vai contratar, como Keppel e Rio Grande.

Apesar de estar dentro do cronograma, alguns desses estaleiros que serão contratados pela Sete Brasil demonstram problemas. O Paraguaçu, na Bahia, ainda está na fase de terraplanagem. Já o Jurong/Aracruz, no Espírito Santo, está com dificuldades de obter licenças ambientais.

Além das 26 sondas ainda não contratadas, a estatal já encomendou sete com a Sete Brasil, que serão feitas pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo de Suape. A previsão é que as sondas sejam entregues entre 2016 e 2020. Essas sondas são fundamentais para a Petrobras atingir a produção de 4,2 milhões de barris diários em 2020, dos quais 47% virão dos campos no pré-sal, ou seja, cerca de 1,97 milhão de barris diários, praticamente a produção atual, de 2 milhões de barris/ dia. A Sete Brasil disse estar dentro dos prazos previstos.

Já uma fonte do consórcio Ocean Rig/Sinergy explicou que as cinco sondas já poderiam estar sendo construídas no Estaleiro Mauá, em Niterói. Segundo essa fonte, o consórcio não dependa construção de um novo estaleiro, como o Eisa Alagoas, para iniciar as sondas.

“Os estaleiros Mauá e o Eisa (Ilha do Governador), do grupo Sinergy, têm capacidade para fazer até oito sondas”, afirmou. Uma outra fonte disse que o BNDES já está analisando o financiamento das 28 sondas da Sete Brasil, mas os recursos ainda não foram liberados. A Ocean Rig, diz a fonte, ainda não procurou o banco.

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