quinta-feira, 20 de março de 2014

Blog dos Mercantes e a ameaça cibernética


Tripulantes no passadiço: serão substituídos por máquinas?
Foto da internet


Essa talvez não seja uma situação que venha a ameaçar as atuais tripulações dos navios mercantes ao redor do mundo, mas certamente o fará no futuro: navios totalmente automatizados e sem a presença de tripulantes a bordo.

E isso porque a tecnologia ainda não está pronta, mas sim em desenvolvimento, com previsão mínima para pô-la em prática de 10 anos. Com os eventuais atrasos, podemos prever um período maior para que a mesma esteja pronta para uso.

Outro fator que provavelmente irá dificultar sua implantação, é que até hoje não temos equipamentos suficientemente seguros para detecção de determinadas embarcações, como pequenos pesqueiros e embarcações de lazer, principalmente quando construídos em madeira. Oficiais de Náutica sabem dos problemas em enxerga-los, e detecta-los em condições de mar e tempo que não sejam próximos à calmaria. Em tempestades isso se torna muito difícil.

E chegamos provavelmente àquilo que mais ajudará a adiar a utilização de tal tecnologia, que é o custo que a mesma terá. Assim, provavelmente as empresas optarão por um período de transição, em que poderemos ter mais uma redução nas tripulações.

Além disso, qualquer que seja a tecnologia, ela está sujeita a falhas, e aí somente a intervenção humana para evitar desastres e os problemas advindos dos mesmos.

Bom, tudo isso não passa de um exercício de futurologia, e como tal não pode ser levado em conta, a não ser como uma das infinitas variáveis que podem compor nosso futuro.

Mas isso não significa que não devamos pensar nisso, pois desde que este blogueiro iniciou sua jornada na Marinha Mercante, mais do que reduzir nossos salários, os armadores buscam se livrar de seus tripulantes. Assim é que já presenciei duas reduções de tripulações, muitas vezes em embarcações que não oferecem tecnologia para tal, o que acarretou sobrecarga de trabalho aos tripulantes que permaneceram a bordo.

E a melhor maneira de evitarmos isso é coletivamente, pois se como indivíduos somos preza fácil, como grupo unido e organizado temos sim condições de nos opormos a tais anseios e manobras com objetivo de prejudicar-nos.

Assim é que a sindicalização e a mobilização no apoio ao sindicato e suas ações, participando com ideias e informações úteis, são armas mais do que necessárias para ajudar a mantermos nossos empregos e condições salariais e sociais a bordo.

Porque o contrário só interessa a um lado da balança, e esse lado é formado pelos marítimos.


Sem tripulação

Por Sergio Barreto Motta

Enquanto no Brasil armadores afirmam que poderá vir um apagão, por falta de marítimos – e os oficiais de marinha mercante respondem que a formação de pessoal está subindo intensamente e a frota nacional não acompanhou essa tendência – na Europa a discussão é diferente. O jornal Financial Times publicou a informação de que a Rolls-Royce tem estudos para lançar, em dez anos, embarcações comandadas por drones, ou seja, sem tripulação humana.

O responsável pelas pesquisas, Oskar Levander, cita que a continuidade do estudo dependerá de sinal verde dos países, pois de nada adiantará se investir se as nações não aceitarem a novidade. O jornal lembra que dificilmente os Estados Unidos aprovarão essa operação em suas costas, pois a política norte-americana, garantida pelo John’s Act, exige não apenas marítimos à frente dos barcos, mas marítimos norte-americanos, em barcos nacionais e pertencentes a americanos natos.


Mesmo assim, a Comissão Européia criou a Munin, que vem a ser Maritime Unmanned Navigation Through Intelligente in Networks, ou seja, Navegação Marítima não Tripulada através de Inteligência pela Rede.

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