Tripulantes no passadiço: serão substituídos por máquinas?
Foto da internet
Essa talvez não seja uma situação
que venha a ameaçar as atuais tripulações dos navios mercantes ao redor do
mundo, mas certamente o fará no futuro: navios totalmente automatizados e sem a
presença de tripulantes a bordo.
E isso porque a tecnologia ainda
não está pronta, mas sim em desenvolvimento, com previsão mínima para pô-la em
prática de 10 anos. Com os eventuais atrasos, podemos prever um período maior
para que a mesma esteja pronta para uso.
Outro fator que provavelmente irá
dificultar sua implantação, é que até hoje não temos equipamentos
suficientemente seguros para detecção de determinadas embarcações, como
pequenos pesqueiros e embarcações de lazer, principalmente quando construídos
em madeira. Oficiais de Náutica sabem dos problemas em enxerga-los, e
detecta-los em condições de mar e tempo que não sejam próximos à calmaria. Em
tempestades isso se torna muito difícil.
E chegamos provavelmente àquilo
que mais ajudará a adiar a utilização de tal tecnologia, que é o custo que a
mesma terá. Assim, provavelmente as empresas optarão por um período de
transição, em que poderemos ter mais uma redução nas tripulações.
Além disso, qualquer que seja a
tecnologia, ela está sujeita a falhas, e aí somente a intervenção humana para
evitar desastres e os problemas advindos dos mesmos.
Bom, tudo isso não passa de um
exercício de futurologia, e como tal não pode ser levado em conta, a não ser
como uma das infinitas variáveis que podem compor nosso futuro.
Mas isso não significa que não
devamos pensar nisso, pois desde que este blogueiro iniciou sua jornada na
Marinha Mercante, mais do que reduzir nossos salários, os armadores buscam se
livrar de seus tripulantes. Assim é que já presenciei duas reduções de
tripulações, muitas vezes em embarcações que não oferecem tecnologia para tal,
o que acarretou sobrecarga de trabalho aos tripulantes que permaneceram a
bordo.
E a melhor maneira de evitarmos
isso é coletivamente, pois se como indivíduos somos preza fácil, como grupo
unido e organizado temos sim condições de nos opormos a tais anseios e manobras
com objetivo de prejudicar-nos.
Assim é que a sindicalização e a
mobilização no apoio ao sindicato e suas ações, participando com ideias e
informações úteis, são armas mais do que necessárias para ajudar a mantermos
nossos empregos e condições salariais e sociais a bordo.
Porque o contrário só interessa a
um lado da balança, e esse lado é formado pelos marítimos.
Sem tripulação
Por Sergio Barreto Motta
Enquanto no Brasil armadores afirmam
que poderá vir um apagão, por falta de marítimos – e os oficiais de marinha
mercante respondem que a formação de pessoal está subindo intensamente e a
frota nacional não acompanhou essa tendência – na Europa a discussão é
diferente. O jornal Financial Times publicou a informação de que a Rolls-Royce
tem estudos para lançar, em dez anos, embarcações comandadas por drones, ou
seja, sem tripulação humana.
O responsável pelas pesquisas, Oskar
Levander, cita que a continuidade do estudo dependerá de sinal verde dos
países, pois de nada adiantará se investir se as nações não aceitarem a
novidade. O jornal lembra que dificilmente os Estados Unidos aprovarão essa
operação em suas costas, pois a política norte-americana, garantida pelo John’s
Act, exige não apenas marítimos à frente dos barcos, mas marítimos
norte-americanos, em barcos nacionais e pertencentes a americanos natos.
Mesmo
assim, a Comissão Européia criou a Munin, que vem a ser Maritime Unmanned
Navigation Through Intelligente in Networks, ou seja, Navegação Marítima não
Tripulada através de Inteligência pela Rede.
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