terça-feira, 24 de junho de 2014

Blog dos Mercantes mostra o comércio exterior brasileiro

Mais precisamente mostramos como anda o comércio exterior do Brasil com a China, mas de modo geral, podemos considerar essa perspectiva para nosso comércio internacional com as nações desenvolvidas, principalmente com nossos maiores parceiros comerciais. E pela lista de principais produtos exportados pelo país, podemos ter uma ideia de nossa situação, e principalmente de nossa pauta de exportação.

- Ainda que tenhamos nos desenvolvido economicamente a partir de meados do século passado e diversificado nossas atividades econômicas (incluindo aí serviços), nosso comércio exterior segue baseado principalmente em produtos primários, seja de extração (minerais), seja oriundos da agricultura.

- Com essa pauta de exportação deixamos de criar inúmeros empregos no país,

- Com essa pauta também agregamos pouco valor à nossa pauta de exportação,

- Há necessidade, sempre, de conquistar novos mercados para produtos de alto valor agregado.

Isso em primeira análise significa que exportamos muitos milhões de toneladas a baixo preço, e importamos poucos milhões de toneladas a alto preço. Ora, Bê-á-bá do comércio internacional e que já estamos todos cansados de ouvir e saber.

O problema nisso tudo é que não existe país que consiga distribuir riqueza de forma adequada, nem mesmo criar empregos e um crescimento econômico de forma realmente sustentável, se não diversificar sua economia e, principalmente, aumentar a participação de produtos de alto valor agregado e de serviços de alta complexidade em sua economia e em suas exportações.

A melhoria nessa equação com a China é muito importante, mas ela deve ser estendida ao comércio com outros países também.

Lembrando sempre que uma Marinha Mercante forte pode auxiliar, e muito, no processo de abrir novos mercados e melhorar a competitividade de nossos produtos.

E claro, sem deixar nunca de privilegiar a mão-de-obra nacional, pois sem isso nenhum movimento no sentido de fortalecer nossa economia faz sentido.


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Brasil vai usar visita chinesa para vender carne e avião
FLÁVIA FOREQUE
RENATA AGOSTINI
DE BRASÍLIA

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O governo quer aproveitar a visita de Estado do líder chinês Xi Jinping, em julho, para fechar negócios e destravar temas da pauta econômica entre os dois países.

Há hoje uma preocupação em diversificar as vendas para o gigante asiático, principal destino das exportações do país desde 2009, quando a China desbancou os Estados Unidos como maior comprador de produtos brasileiros no exterior.

"Há concentração na venda de commodities [produtos básicos]. Com muitos ovos numa cesta só, o país fica sujeito a flutuações", diz o embaixador Francisco Brasil de Holanda, diretor do departamento da Ásia do Leste no Itamaraty e responsável por parte dos preparativos para a visita da comitiva chinesa.

Soja e minério de ferro representaram mais de 70% do que o Brasil vendeu para a China no ano passado.

Por isso, além de estreitar as relações diplomáticas com o parceiro, uma das prioridades é enfim viabilizar a venda de 40 aviões da Embraer para o mercado chinês.

Os contratos foram firmados ainda em 2011, mas até hoje não houve autorização oficial para que a operação fosse concretizada.

O governo quer ampliar o contato entre o empresariado dos dois países. Espera-se que a comitiva de Xi Jinping traga também executivos chineses "de peso".

"O produtor brasileiro ainda olha muito para o próprio umbigo. Até 2020, mais de 100 milhões de chineses sairão da pobreza. É um mercado enorme", disse o embaixador brasileiro.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress       

POTENCIAL

Uma das áreas que o Brasil vê grande potencial de crescimento é o da indústria criativa, com aumento das vendas das indústrias gráfica, de audiovisual, de design e moda.

Segundo o Itamaraty, entre os tópicos que também devem ser tratados durante a visita, está a liberação da venda de carnes bovinas, bloqueada desde o fim de 2012 diante das notícias de um caso da doença conhecida como "vaca louca" no Paraná.

Apesar de ter sido um caso isolado e fruto de uma mutação genética, o que afastou o risco de contágio em outros animais, a China manteve a barreira desde então.

O mercado chinês de carnes bovinas ainda é pequeno, mas o aumento das vendas para Hong Kong no ano passado, que funciona como porta de entrada para a Ásia, mostra quão lucrativo pode ser o fim do embargo, afirma Brasil de Holanda.

SIMBOLISMO

Há a expectativa ainda de que haja a confirmação de investimentos brasileiros no país asiático. A fabricante de caminhões Marcopolo, por exemplo, aguarda autorização para instalar fábrica de veículos na China.


A vinda de Xi Jinping, que participará da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e deve assistir a final da Copa do Mundo no Maracanã, tem grande caráter simbólico. A visita, a primeira dele no posto de líder, marcará os 40 anos das relações entre Brasil e China.

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