quinta-feira, 5 de março de 2015

Lava Jato continua causando estragos

O Blog dos Mercantes já se manifestou sobre o problema da Operação Lava Jato na Petrobrás. Em nossa primeira intervenção sobre esse tema, dissemos que a operação iria desvendar ainda muitas raízes escondidas, que repercutiria muito nesse primeiro momento, mas que após ações saneadoras por parte do governo e da própria empresa fossem tomadas, e algum tempo transcorrido, as coisas voltariam ao normal.

Pois bem, a recusa da empresa em renovar e estender vínculos contratuais automaticamente fazem parte dessas ações governo-empresarial, como forma de tirar a suspeita sobre os contratos firmados, e também sobre as ações que levaram à situação atual da empresa.

Sobre a manifestação que está relatada no artigo abaixo do Valor Econômico, podemos dizer que é legítima e esperamos inclusive que tais atos se multipliquem pelo país afora, já que os trabalhadores são sempre os mais afetados por situações como essa, afinal, os erros cometidos em cima, escorrem prejudicando os que estão em baixo, e que nada têm que ver com tais atos.

Mas isso não é assim no Brasil, isso é assim no mundo. A falência da gigante de energia Norte-Americana Enron foi motivada por corrupção de seus dirigentes, a crise de 2008, que ainda hoje repercute na economia mundial, também foi causada pela corrupção nos altos escalões de grandes empresas. 

Dizemos isso porque temos a falsa ideia de que corrupção se refere apenas a atos que tenham envolvidos o governo e seus agentes, mas corrupção é uma ação muito mais abrangente, e se relaciona com o fato de enganar, falsificar ou qualquer outro ato que leve a ganhos de forma ilícita e fraudulenta.

Assim, as falsificações contábeis da Enron, ou as avaliações maquiadas para valorizar ativos, e que levou à crise de 2008, são todos exemplos de corrupção.

Ela existe e existirá sempre, pelo simples fato de que propicia ganhos altos e fáceis àqueles que a praticam, mas faz parte do amadurecimento democrático de um país aprender a lidar com tais casos, reforçando instituições que combatam e punam esses casos, e que levem a um país mais forte e justo.

Assim como iniciamos essa postagem repetindo uma outra postagem, vamos terminá-la fazendo exatamente o mesmo. Assim, repetimos que, mais do anões do orçamento ou mensalão (que é mais ou menos a mesma coisa), a crise do Lava Jato é uma oportunidade de ouro para que o país puna e reforce suas instituições, fazendo desse um país melhor.



Sindicato protesta contra demissões em frente da Transpetro


Fernanda Pires

SINDICATO PROT.jpg


Trabalhadores que atendem um contrato entre a Transpetro e a Queiroz Galvão, para manutenção de tanques em unidades da subsidiária da Petrobras, realizaram um protesto nesta semana diante da iminência de demissões. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São José dos Campos e Litoral Norte fará um ato em frente ao terminal da Transpetro, em São Sebastião (litoral de São Paulo), contra o fim da prestação dos serviços pela Queiroz. O contrato expira no início de março e não será prorrogado.

Além da unidade em São Sebastião, o contrato abrange a manutenção de tanques na Refinaria Presidente Bernardes, instalada em Cubatão (SP).

Segundo Marcelo Rodolfo da Costa, presidente do sindicato, o trabalho nos tanques ainda não foi concluído e por isso o prazo do contrato poderia ser estendido. “Não estamos a favor da empresa [Queiroz Galvão] nessa situação da Lava-Jato, a nossa preocupação é que venha outra empresa sem boa condição financeira e deixe os trabalhadores na mão”, diz o sindicalista.

A Queiroz Galvão é uma das empresas citadas no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Questionada, a Transpetro não respondeu se a decisão de não prorrogar o contrato tem relação com a investigação. Tampouco se os empregos serão mantidos ou qual empresa ou consórcio assumirá os trabalhos.

Segundo o sindicato, a Queiroz Galvão já comunicou aos trabalhadores o fim do contrato, mas a Transpetro não teria se manifestado. Sem informação, os trabalhadores temem perder o emprego. “São entre 350 a 400 postos de trabalhos. Só no Tebar [Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião] são 200 empregos, é uma das empresas que mais empregam em São Sebastião”, afirma Costa.

O Tebar é atualmente o maior terminal de transferência de petróleo do país. O petróleo chega por navio-petroleiro e segue para quatro refinarias do Estado de São Paulo por meio dos oleodutos São Sebastião-Guararema e Santos-São Sebastião.

O protesto de hoje também abarcará o recente fim de outro contrato entre a Transpetro e a Queiroz Galvão. Em janeiro, as empresas cancelaram contrato para a manutenção dos tanques nas unidades de Barueri, Guararema e Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.


Procurada, a Queiroz Galvão não se manifestou até o fechamento desta edição.

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