quinta-feira, 16 de julho de 2015

Empregos criados em cascata, somem pelo ralo

Se, principalmente nos primeiros cinco anos, o governo do PT criou milhões de vagas de trabalho no país, nos últimos dois temos visto o processo reverso. Não que o mundo esteja em uma grave crise (embora o hemisfério Norte ainda não tenha se recuperado totalmente da crise de 2008), nem que o Brasil tenha deixado de ser realmente atrativo a investimentos, afinal ainda temos muita desigualdade social e miséria para combater.

Mas se o PT geriu o país de forma a alavancar o desenvolvimento nos primeiros anos, deixou de atentar para outos aspectos, que no fundo são tão importantes quanto, para o desenvolvimento econômico-social de uma nação, e foram esses outros aspectos que acabaram por minar e contaminar a economia nacional, que ia tão bem.

Os sinais se fizeram presentes. Ao invés de combater os problemas, foi mais fácil negá-los, foi mais fácil tentar ser aquilo que não se é, houve erro de avaliação, houve erro de estratégia. Os erros estão destruindo parte dos acertos passados.

Há tempo de concertar e recolocar o país nos trilhos, agora com muito mais base, com muito mais vigor, e com instituições muito mais sólidas. O problema é que, como se diz na gíria, é preciso cortar na carne, sangrar mesmo, para que isso aconteça.

O PT está disposto a fazer os sacrifícios necessários dentro dele mesmo e em seu governo?


Agência Estado – Reportagem – 29/05/2015

Indústria naval deve demitir mais com a demora da reestruturação da sete brasil

Sem receberem um centavo desde novembro de 2014 com a interrupção dos pagamentos para a construção de sondas de exploração de petróleo encomendadas pela Sete Brasil, principal fornecedora da Petrobras no pré-sal, diversos estaleiros nacionais podem fechar as portas, caso a empresa não retome suas atividades nos próximos 60 a 90 dias. Segundo o Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), as mais de 11 mil demissões no setor até agora podem dobrar nos próximos meses se a reestruturação da companhia não for concluída e as encomendas retomadas.

Entre 2012 e 2013, a Sete Brasil encomendou a construção de 29 sondas de exploração do pré-sal em estaleiros brasileiros, mas uma dívida estimada em US$ 4 bilhões paralisou as atividades da empresa. Além disso, os desdobramentos da operação Lava-Jato prejudicam a tarefa da Petrobras em auxiliar a reestruturação de sua maior fornecedora.

"A previsão de receitas para o setor da construção naval em 2015 era de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, considerando a Sete Brasil. Sem a empresa, a receita dos estaleiros cairá para menos da metade, para R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões", afirma o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.

Sem receber há seis meses, o setor não teria como suportar mais um trimestre sem a retomada dos pagamentos. "O processo de reestruturação da Sete Brasil precisa ocorrer rapidamente, mesmo que isso signifique uma redução significativa na quantidade de sondas planejadas. Pelo menos daria para rodar os estaleiros. O setor não suporta mais dois ou três meses sem pagamentos", alerta Rocha.

Aprovado no último dia 15 de maio, o esboço do plano de salvamento da companhia prevê que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal assumam as linhas de financiamento que até então eram geridas pelo BNDES. A proposta, que ainda precisa ser detalhada com credores, investidores, clientes e os próprios estaleiros também reduz a encomenda para menos de 20 sondas.

Para Rocha, independentemente dos desdobramentos da CPI da Petrobras e das investigações da Operação Lava-Jato sobre a Petrobras, a exploração do petróleo na costa brasileira não pode parar. Ele cita que, devido à falta de pagamento, quatro sondas que estariam prontas para operar ainda este ano agora só poderão ser entregues em 2016, prejudicando todo o cronograma de produção no pré-sal.

"O importante é voltarmos a trabalhar para evitarmos novas demissões. Mesmo com uma redução na quantidade original de sondas previstas, achamos que podemos realocar essa mão de obra para a construção de duas plataformas em estaleiros no Sul do País, que estão em fase de renegociação", completa.

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