Dando início ao que já comentamos aqui no Blog dos Mercantes, a Sete Brasil vem buscando novos parceiros para adquirirem e, talvez, operarem as sondas encomendadas para a exploração do présal. E isso é primordial para o andamento do projeto de exploração das reservas já encontradas, porque o projeto original já foi alterado e o número de unidades encomendadas reduzidas.
Nessa mudança de rumo apareceram os japoneses, que podem assumir quatro das sondas encomendadas, o que já é um começo importante. Mas ainda faltam outras 15 sondas (de acordo com o projeto alterado), que seguem sem novos parceiros.
A atitude dos japoneses pode incentivar outras empresas a empreenderem negócios com as estatais brasileiras, que certamente tiveram a credibilidade arranda depois das denúncias que vieram a tona com a Lava Jato.
De quebra ajudar a superar a crise que vivemos no setor de offshore do Brasil, e de todo o país.
Por sinal, os avisos que demos aqui no Blog dos Mercantes há mais de ano seguem valendo. O país precisa se preparar melhor para o dia em que o petróleo acabar. E isso só se faz com investimento pesado e correto em EDUCAÇÃO!
Folha Online – Reportagem – 17/06/2015
Japoneses estudam assumir quatro sondas da Sete Brasil
Samantha Lima e Natuza Nery
Investidores japoneses estudam assumir as encomendas de quatro sondas de perfuração de poços de petróleo da Sete Brasil, feitas ao estaleiro Enseada, para atender a Petrobras no pré-sal.
A Folha apurou que, antes de avaliar a entrada no empreendimento, os presidentes Tamotsu Saito (da IHI Corporation) e Shigeru Murayama (da Kawasaki Heavy Industries), além do presidente da Mitsubishi para a América Latina, Seiji Shiraki, reuniram-se com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, com o intuito de pedir aval do governo para o negócio.
No encontro, realizado em 14 de maio no Planalto, receberam a indicação para ir adiante. Além das três empresas, também fará parte do grupo o Jbic (Japan Bank for International Cooperation), banco de desenvolvimento japonês.
Desde a reunião com o governo brasileiro, os executivos japoneses avaliam o negócio e deverão tomar uma decisão nos próximos dias.
Caso aprovem o investimento, o grupo assumirá os 85% hoje nas mãos da Sete Brasil. Também é sócia do negócio, com outros 15%, a OOG (Odebrecht Oil & Gas).
Efeito lava jato
Essas quatro sondas –ao custo de US$ 800 milhões cada– haviam sido encomendadas pela sociedade ao estaleiro Enseada, que tem como sócios o grupo Odebrecht (com 35%), UTC e OAS (35%) e a Kawasaki (30%) e unidades no Rio de Janeiro e Bahia.
Com o estaleiro sufocado pela dívida de R$ 1 bilhão da Sete Brasil após as investigações da Operação Lava Jato, a sócia Kawasaki decidiu, então, convencer outros investidores no Japão para entrar no negócio.
Caso os novos investidores aceitem entrar, a Sete Brasil não terá mais envolvimento com essas quatro sondas, que serão alugadas diretamente pela Petrobras da OOG e dos japoneses.
Histórico
Criada em 2011 para a construção de parte das 29 sondas para a Petrobras explorar o pré-sal, a Sete Brasil tem como sócios bancos, fundos de pensão e a própria estatal do petróleo. O negócio contava com um financiamento de R$ 10 bilhões do BNDES, que, com a Lava Jato, decidiu segurar os recursos.
A decisão mergulhou a Sete Brasil em dificuldades financeiras, e agora o projeto passa por reestruturação.
Na semana passada, ficou acertado que os sócios e credores vão injetar mais R$ 12 bilhões, na forma de financiamento, além de R$ 8,4 bilhões já aportados pelos sócios na empresa.
O número de sondas foi reduzido para 19.
A "solução japonesa", não será replicada em outros contratos, ficando, portanto, restrita às quatro sondas.
O Enseada tem outras duas sondas da Sete encomendadas em parceria com a OAS. Há mais 13 a cargo de outros estaleiros.
A retirada das quatro sondas do portfólio da Sete foi necessário "para ajustar o risco" à capacidade de financiamento, de acordo com um executivo envolvido nas negociações.
O entendimento é que, se tirar mais sondas da Sete Brasil, "o projeto desequilibra".
Por nota, a OOG informou, que "participa de esforço conjunto com o estaleiro Enseada e um de seus acionistas, a Kawasaki, para viabilizar a continuidade do projeto da construção de quatro sondas encomendadas pela Sete Brasil", da qual é minoritária.
Procurados, Sete Brasil e Petrobras não comentaram.
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