terça-feira, 14 de julho de 2015

Suape segue em conflito

Entra ano, sai ano, e as manifestações em torno do complexo portuário-industrial de Suape acontecem, os abusos sobre trabalhadores e população se repetem, e sob a complacência dos governos das várias esferas.

A bola da vez foram os metalúrgico do estaleiro construído no local, mas os portuários estão sempre na pauta, e os moradores locais, muito anteriores aos planos de construção do complexo, que são despejados e descartados, sem nenhum tipo de alternativa para subsistirem.

O país dos contrastes segue existindo e se reproduzinho, enquanto alguns fazem politicagem com vistas a eleições de 2018.

O que acontece em Suape acontece em outras partes do país. Milhares perdem seus empregos, seus meios de subsistência, para que uns poucos engordem suas já polpudas contas bancárias. E, como já mostramos aqui no Blog dos Mercantes, vem uma pesquisa infeliz criticar de forma sutil o medo que pessoas empregadas têm de passar fome. Claro, esse deve ser algo realmente muito surreal.


Jornal do Commercio – Reportagem – 01/06/2015

Trabalhadores de Suape fecham acesso ao complexo portuário

Os trabalhadores metalúrgicos que atuam no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, fecharam o acesso ao Porto em protesto na manhã da última sexta-feira (29), ato que fez parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, convocada por centrais sindicais em todo o país. Também participaram do ato o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Pesadas (Sintepav-PE), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O protesto é contra as demissões de funcionários do Estaleiro Atlântico Sul e do atraso no pagamento por empresas terceirizadas. A manifestação fez parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, convocada por centrais sindicais em todo o País em protesto contra as Medias Provisórias 664 e 665 (que alteram o acesso a direitos trabalhistas) e o Projeto de Lei 4330 (que regulamenta os contratos de trabalhadores terceirizados).

“No total já foram cerca de três mil demissões. Queremos cobrar um posicionamento do estaleiro sobre o futuro dos seus trabalhadores”, reivindica Henrique Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE).

Manifestantes queimaram pneus e galhos na "Curva do Boi" fechando os dois sentidos da Via Portuária e, consequentemente, bloqueando as entradas de acesso ao Complexo de Suape, o que resultou um engarrafamento de aproximadamente dois quilômetros.

Trabalhadores reclamaram que o Estaleiro Atlântico Sul tentou forçar a passagem por uma ponte interditada para chegar ao local. Gelo baiano chegou a ser retirado para garantir mudança de rota dos ônibus em Suape. A diretoria de Suape explicou que liberou o acesso aos estaleiros através da ponte por 30 min para os ônibus.

Sem ter como chegar nos estaleiros, muitos trabalhadores voltaram pra casa. Alguns ônibus com funcionários dos estaleiros tentaram desviar do protesto, mas ficaram pelo caminho. A via só começou a ser liberada pelos seguranças de Suape por volta das 8h30, no sentido Porto. A manifestação terminou por volta das 9h20, mas o trânsito ainda é lento no local neste momento, quase 10h. De acordo com a Polícia Militar, dez trabalhadores foram presos no protesto por estarem fazendo tumulto.

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