E ainda mais para você que acredita que a Petrobrás esteve em crise (porque já voltou a dar lucro ainda no governo Dilma) devido a uma péssima gestão do PT, e às ações da "Lava-Jato".
O texto abaixo é muito claro, e só fiz uma mínima alteração, porque não foi apenas o The Wall Street Journal a veicular a matéria que deu origem ao post de Rogério Cerqueira Leite, em seu blog que leva o mesmo nome. Aqui no Brasil também isso foi veiculado, e escolhi a postagem da Portos e Navios, então, se quiser consultar a matéria original, basta clicar no link.
Abra seu olho. Querem entregar o país para cobrir o rombo de empresas estrangeiras. Para isso vão acabar com os seus direitos também, porque alguém tem que pagar a conta. Lute contra isso.
Por Roberto Moraes
No último dia 3 de agosto, o
blog comentou e analisou*, com enorme repercussão que a petroleira
anglo-holandesa Shell deve US$ 75 bilhões. Na ocasião o blog já chamava
atenção que o fato se estendia a outras grandes petroleiras mundo
afora, diante da fase de colapso do ciclo petro-econômico.
Pois bem, em nova matéria, na última quarta-feira (24/08), o jornal americano The Wall Street Journal, destaca em título que "Dívida das gigantes do petróleo mais que dobra em dois anos".
A reportagem comenta e
detalhas como as maiores petroleiras do mundo estão sobrecarregadas com
os maiores endividamento de sua história, num momento em que enfrenta
dificuldades com os preços do petróleo em baixa.
Juntas, as petrolíferas Esso,
Shell, BP e Chevron acumulam dívida líquida de US$ 184 bilhões
(aproximadamente R$ 600 bilhões), mais do dobro do que deviam há apenas
dois anos. Veja abaixo o infográfico das dívidas destas 4 gigantes do
petróleo publicada pelo WSJ:
A briga com os acionistas destas empresas é enorme, porque eles já
perceberam que, diante de tal quadro, eles não receberão dividendos.
Pior, as dívidas não param de crescer, já que com a redução dos lucros –
ou até prejuízos -, elas estão gastando mais do que recebem, inclusive
atendendo às pressões para pagar dividendos aos acionistas, individuais,
ou de grandes fundos de investimentos.
No meio destes problemas, a Esso, pagou US$ 3,1 bilhões de dividendos,
só no 2º trimestre, mesmo tendo tido apenas US$ 1,7 bilhões de lucros.
Assim, algumas petrolíferas já cogitam pagar dividendos com entrega de
ações.
Os analistas de riscos dos bancos avaliam que a BP, Shell, Esso terão
ainda que navegar por esta fase difícil (que chamo de colapso) pelos
próximos 18 meses e com riscos de que o preço do barril possa abaixar
ainda mais.
Nada se falou aqui no Brasil, sobre isso, mas todas agências de
classificação de riscos têm baixado as classificações das petroleiras.
Agora por último, foi o caso da conhecida S&P que derrubou a
classificação destas quatro gigantes do petróleo.
É bom que se diga que nenhuma destas quatro gigantes do petróleo possui,
nem de longe, o volume das reservas que tem a Petrobras, que também
possui uma dívida grande.
Além do mais, a Petrobras, enfrenta melhor esta situação, porque
sendo uma empresa integrada (do poço ao posto) – que seus novos
dirigentes estão tentando fatiar para vender – ela usa o mercado
interno, com os atuais bons preços dos derivados, para retirar cerca de
2/3 dos seus lucros.
Porém, melhor que isto, é a pujante nova fronteira de exploração do
Pré-sal. Os resultados de produtividade são colossais nos poços e campos
desta reserva. Isto alivia os problemas, relativamente, mesmo diante
destas gigantes do petróleo, porque qualquer um sabe que o maior fiador
de qualquer endividado é a potencialidade que ele tem para o futuro,
para poder quitá-las.
Interessante observar que aqui no Brasil, a mídia comercial esconde, ou
dá pouca repercussão, a esta realidade. Assim, eles tentam construir a
ideia de que é a Petrobras que está quebrada, quando na verdade, todo o
setor, que é uma enorme cadeia global, tem sofrido, durante, estes dois
últimos anos.
Este declínio vem desde quando, no início do segundo semestre de 2014, a
fase de expansão e dos lucros extraordinários do ciclo petro-econômico
foi invertida. Assim, uma nova fase de colapso de baixos preços se
instalou.
Esta fase de baixa instala um conjunto enorme de problemas em todas as
petroleiras do mundo, e assim, vão determinar também, quais serão as
corporações do setor se sairão melhor, quando uma nova fase de expansão,
em novo ciclo petro-econômico chegar.
Insistir em não enxergar esta realidade para levar vantagem e vender a
preço vil, as partes fatiadas da holding Petrobras – “a nossa joia da
coroa” – como o blog já disse, é não somente crime de lesa-pátria, é
querer tornar o legal e ainda mais danoso que o ilegal, aquilo que os
cretinos fizeram com os desvios em nossa maior empresa.
Enxergar definitivamente esta realidade é necessário. É assim que o blog
busca colaborar ajudando na divulgação, análise e aprofundamento dos
fatos da realidade que nos cerca.
* Shell deve US$ 75
bilhões, compra ativos no Brasil onde já é a 2ª em produção, teve queda
de 93% no seu lucro e nem por isso está em crise [http://bit.ly/2bFQuwI]
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