terça-feira, 12 de junho de 2018

Lula propõe trégua a Ciro

E Lula pediu trégua a Ciro? 

Acredito realmente que as coisas estejam se desenrolando dessa forma. Acredito também que é uma tentativa de Lula em conseguir o apoio do pedetista no segundo turno, já que a ideia do PT é de insistir na "ridícula" candidatura de Lula até o último minuto, e só então entregar a candidatura a seu vice, que "herdaria" os votos do líder petista. Isso também tiraria seu "herdeiro" dos holofotes da mídia inimiga e da Lava-jato, evitando desgaste desnecessário. Ou seja, o PT mandaria seu poste para o segundo turno contra o candidato da direita, e o elegeria com a união das esquerdas.

Eleitoralmente é um ótimo plano, para o país é outro desastre.

Podemos incluir também, que o PT não aprendeu absolutamente nada com o golpe. Tampouco entendeu a atual situação do país. Estamos sob golpe de estado, e o regime é de exceção.

Vejamos a situação do PT. Todos aqueles com potencial para aglutinar os votos de Lula já demonstraram pouco (ou nenhum) apreço por assumir a Presidência da República, ou inaptidão para exercer cargos dessa complexidade em tempos de exacerbação político-ideológica. Isso inclui quem você quiser. Os que teriam brios para isso Lindbergh e Gleise, já estão envolvidos com a Justiça, e no momento parecem mais com vidraças de cristal em meio a tempestade de meteoros. Podem até passar incólumes, mas não é provável.

Lula e o PT mostram claramente que não entenderam, e pior, não aprenderam nada com os processos de eleição de Dilma e do golpe de 2016. Você pode eleger um poste, pode colocá-lo no cargo mais alto da República.

Com isso Lula mostra algumas defeitos que não consegue ultrapassar. O primeiro é que, apesar da projeção nacional e internacional que alcançou, segue sendo apenas um sindicalista. Não desmerecendo, também o sou. Mas a política sindical se encerra nas eleições, e em momentos específicos de greve. De resto as ações são pessoais e restritas a círculos. Isso para um governo de esquerda é ruim, porque precisa de apoio popular constante.

Isso também mostra que Lula é "gênio" de batalha, mas não de guerras. Insiste com postes, mas você não pode manter um poste no poder sozinho, porque ele pode ser derrubado com facilidade, e quando ele cai o estrago é muito grande.

Quanto a Ciro, agora é tarde, ele já cansou de dizer o que pensa da "genialidade" do PT, e mesmo que diminua os ataques agora, "sua verdade" já foi dita. Para além disso, Ciro já afirmou que fecha com qualquer candidato de esquerda que vá ao segundo turno. A questão é, o PT faria o mesmo?

Não votei no poste Dilma, e não votarei em nenhum outro poste. 
Catia SeabraCarolina Linhares
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE
CONTAGEM (MG) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou, em conversas com auxiliares, que seja costurado um pacto de não-agressão com o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, com vistas ao segundo turno.
Segundo petistas, a orientação é que o pedetista seja tratado como alguém do mesmo campo político. Emissários do ex-presidente vão procurar Ciro já na semana que vem.
Já que uma aliança com PDT está praticamente descartada no primeiro turno, Lula tem citado dois nomes do Sudeste que gostaria ver na vice de uma eventual chapa do PT à Presidência.
As opções são indicativas de que o ex-ministro Jaques Wagner é o preferido de Lula para substituí-lo caso seja mesmo impedido de concorrer. Como Wagner tem musculatura no Nordeste, um vice do Sudeste buscaria expandir esse eleitorado.
Wagner tem, no entanto, resistido à ideia de concorrer. Em tom de brincadeira, Lula tem repetido que Wagner está negando fogo. O ex-ministro tem sido pesadamente pressionado por governadores petistas para que assuma a tarefa. Em um jantar, chegou a dizer que não tem medo de processos. Mas que teria selado um compromisso com mulher e filhos.
Os nomes cobiçados por Lula são do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) e do empresário Josué Gomes (PR). Josué é filho do vice-presidente no governo de Lula, José de Alencar. Por isso, sua indicação seria simbólica.
A escolha de Lacerda poderia atrair o PSB para uma aliança. Essa configuração depende, no entanto, de uma articulação como PSB e com PR. Além desses dois partidos, o PT inicia negociações com o Pros. Se essa costura não prosperar, o PT poderá convidar Manuela D’Avila (PC do B) para compor a chapa, também na vice de Jaques Wagner.
Sonhando com uma aliança com o PSB para a corrida presidencial, o PT chegou a cogitar o nome de Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, para a vice. Nesse caso, o titular da chapa seria o ex-prefeito Fernando Haddad.
O PT reuniu-se nessa sexta (8) em Contagem (MG) para fazer um lançamento simbólico da candidatura presidencial de Lula, mesmo ele estando preso em Curitiba. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que impedir Lula de se candidatar será uma “brutalidade”. “Seria uma brutalidade, uma agressão com o presidente, porque nós estamos com recursos bem fundamentados em instâncias superiores”, disse.
Nem todos no partido pensam assim, contudo. Aliado de Ciro, o governador petista do Ceará, Camilo Santana, faltou ao evento.

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