quarta-feira, 27 de junho de 2018

Roda Viva | Manuela D'Ávila | 25/06/2018

Muita polêmica em cima da entrevista de Manuela D'Ávila ao Roda Viva. A equipe de entrevistadores era medíocre, e Manuela, a meu ver, não soube escapar da mediocridade de seus entrevistadores. Da mesma fora que em outras oportunidades, a entrevista foi concentrada sobre temas de gênero e ideologia, mas passou tangencialmente em temas muito mais importantes, como crise econômica e desenvolvimento do país.

Cabia a Manuela D'Ávila tomar as rédeas da entrevista, impedir que a entrevista descambasse para temas importantes, mas não centrais, porque dessa forma a "mídia" constrói uma imagem de uma candidata de gueto eleitoral, uma representante de pensamentos feministas e de uma ideologia ultrapassada.

Apesar de ela não ter temido seus sabatinadores, não soube escapar das armadilhas por eles colocadas. Muito por ter se portado na defensiva, mas também por lhe faltar alguns dados. Um exemplo é de quando colocou aumento de impostos dos ricos, e diminuição dos pobres. Quando foi confrontada não soube colocar de forma evidente que isso aumentaria a recadação, nem como o faria. A resposta foi tênue. Da mesma forma não soube encurralar o representante da extrema direita quando confrontada quanto a feminismo, estrupro, etc.

Para quem não entendeu isso, precisam dar uma lidinha em Maquiavel e seu "O Príncipe". O ideal é que o príncipe seja amado, mas se não for amado precisa ser temido. Ela não foi nenhuma das duas coisas, ainda que ela tenha ótimas intensões. Ela precisa de mais consistência.

Quanto a ela ter sido mais interrompida que Ciro, que ela teria sido mais atacada que Ciro, por favor, assistam às entrevistas novamente. Eles tentaram fazer o mesmo com Ciro (como a Jovem Pan também tentou), tentaram desestabiliza-lo, tentaram desacredita-lo, mas ele tinha dados, consistência, e ainda reagiu com a mesma intensidade com que foi atacado, às vezes com mais força, enquanto ela não. Ao contrário, ela em muitos momentos deixou-se ser desacreditada, demonstrou falta de informações. Exemplo, quando se falou de Embrapa. Ela tinha que ter dados, e não podia ter deixado o entrevistador perguntar e responder. E enquanto ele apresentou dados, ela não. Ficou no ar, como muitas das respostas.

A propósito, o Roda Viva piora ano a ano. A bancada de entrevistadores era péssima, despreparada e ideologicamente alinhada contra a entrevistada. Uma das piores entrevistas que já vi na vida, onde se via muito mais disputa ideológica na base do achismo do que posições baseadas em fatos. Quanto a Lula, porque ela não pediu para eles apresentarem uma prova?

Lamento dizer isso a seus admiradores, mas ela não está pronta, mas seria ótima governadora do RS. Ela só reagiu tardiamente, mas aí já tinha perdido as rédeas do encontro.

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