sábado, 27 de outubro de 2018

Eleição do menos contra

Como já havia dito antes, a passagem de Bolsonaro e Haddad ao segundo turno criaria uma situação absurda e surreal: a eleição não do mais desejado, mas a do menos rejeitado.

Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Na verdade é bem diferente. Votar em alguém por que o acha melhor que o outro é uma situação, mas votar por considerar o outro inaceitável, e nas proporções que ambos os candidatos carregam, é simplesmente inimaginável.

E propostas que deveriam estar sendo discutidas saem de cena, para terem seus espaços ocupados por uma peleja ideológica alegórica, onde a torcida por um lado ou outro é digna das arquibancadas de um campeonato de futebol chinfrim. Isso entre seus apoiadores, porque aqueles que não apoiam nenhum dos lados terão dificuldades para tapar o nariz e digitar um voto na urna.

Embora o blogueiro aqui também não goste dos dois lados, há um que me parece inaceitável, e não pelos ataques às causas identitárias que já perpetrou algumas vezes, mas pela absoluta falta de qualquer proposta concreta para o país, mas que já deixou muito claro que quer governar no sentido de passar ainda mais recursos das classes trabalhadoras para as mais abastadas.

Então, antes de votar na chapa de ultradireita, pare para pensar se você é pobre trabalhador, ou um milionário. 

Se quiser outros motivos há um texto muito bom aqui, ainda que muito longo também. Mas Eliane Brum é bastante enfática ao explicar sua posição no El País.

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