segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Comentário rápido sobre a Bolívia

Evo Morales sofreu um golpe de estado capitaneado pelos militares. Mas antes Evo Morales tentou dar golpes na sociedade boliviana, e se perpetuar no poder. Isso pode ter sido por sua incompetência e/ou falta de interesse em preparar outras lideranças no seu campo político. Seja qual for o motivo houve erro de Evo em sua estratégia, e principalmente ao executar seus planos, tanto assim que ele foi derrubado. 

O fato acima não indica preferência, mas tão somente que foi um golpe num golpista. A questão chave é que o primeiro golpista não tinha força nem política, nem social, e muito menos militar, para estar se aventurando a dar golpes no poder constituído desde a invasão européia do Séc. XVI.

Esses movimentos não são uma característica da Bolívia, mas sim das sociedades humanas. No Reino Unido recentemente, nos próprios EUA atualmente, vemos movimentos com tendências a destituir governos eleitos, mas que, de uma forma ou de outra, contrariam interesses já consolidados em suas estruturas.

Talvez em países mais avançado não, mas nos periféricos o resultado disso tudo costuma ser uma cisão violenta e sangrenta do país. A Bolívia beira a uma guerra civil, já que minorias indígenas não parecem dispostas a perder as conquistas dos anos de Morales no poder, enquanto que as elites brancas parecem muito dispostas a retornar o país às condições de duas décadas atrás, e o país está em profunda crise, a beira de uma guerra civil.

Tudo isso com interferência de igrejas absolutamente reacionárias, ligadas a interesses oligárquicos, e que pouco se importam com a sorte do povo que dizem "liderar" espiritualmente.

Mas já que isso tudo não é suficiente, temos claríssimos indícios de interferências de nações estrangeiras, mais notadamente dos EUA, mas nosso Brasil bolsonarista também fez o favor de meter a mão nessa cambuca suja de sangue, e enlamear ainda mais a reputação da diplomacia brasileira, e todo o trabalho que foi feito por décadas de aproximação e confiança com nossos vizinho sulamericanos.

No final quem sofre mesmo é sempre o povo.

Triste América Latrina, onde o esgoto sempre aflora com mais facilidade.


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