sábado, 9 de novembro de 2019

Lula solto? Muda algo?

Bem, Lula foi solto ontem, na esteira da decisão do STF sobre prisão em segunda instância. Isso se deve a decisão do STF de ontem, que precisou reunir sua plenária para decidir se a Constituição diz o que a Constituição diz. Chega a ser absurdo, surreal, mas essa era a discussão de ontem.

Pois bem, com essa decisão, coube à defesa de Lula solicitar sua soltura. Claro que medidas podem ser impostas, como apreensão de passaporte, etc, mas nada do histórico do ex-presidente indica que ele se utilizaria do expediente da fuga, numa tentativa de escapar de uma possível futura punição.

Mas se Lula voltará ou não para a prisão dependerá da movimentação, e das habilidades políticas do próprio Lula. Aqueles dentro do PT que ainda o apoiam irrestritamente já não são tão numerosos, e não são exatamente majoritários dentro do partido, e dos que dizem apoia-lo, uma parte significativa está sempre pronta a agir de forma diversa, mesmo que não o faça claramente. E quando falo em maioria, não me refiro a números, mas a influência sobre o eleitor comum.

Esse é o quadro político interno do PT, agora extrapolem isso para o país inteiro, com interferências  de potências estrangeiras, e com forças que, muitas das vezes, agem de forma obscura, e/ou escondida. Aí temos ideia das dificuldades que o ex-presidente terá para se restabelecer, ou até mesmo para passar o bastão.

Não importa que ele ainda esteja ativo, o fato é que, Lula, aos 74 anos de idade, já não tem todo o vigor necessário para empreender grandes desafios, e por mais que boa parte dessa estrada já esteja pavimentada, a conjuntura mudou muito desde os idos do ex-Presidente no poder, e Lula nitidamente não conseguiu se adaptar a essas mudanças.

Vejamos como ele vai se portar, porque com o PT sozinho, ou com PT liderando chapa nacional, não vai rolar mais. Ou se adapta, como aconteceu na Argentina, ou o campo progressista seguirá oposição.

A propósito, esse campo poderia agir como oposição, e parar de apoiar propostas absurdas, como a cessão da base de Alcantara, ou a destruição da Previdência, recentemente aprovada.

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