quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

É muito mau-caratismo

A Gazeta do Povo, e uma série de outros meios de comunicação da mídia tradicional, dizem que a crise argentina é o que vai segurar o crescimento do PIB brasileiro. Claro, existem outros problemas, tanto reais, como potenciais, mas para esses meios de comunicação o país vizinho será o grande vilão.

Cerca de 55 milhões de pessoas. Esse é o número de brasileiros desempregados, subempregados, ou vivendo de bicos e biscates. Se somarmos a eles outros 45 milhões que tiveram salários e direitos tirados e achatados, e ainda seus agregados familiares, então temos mais que uma Argentina potencial em mercado consumidor.

Em vez de transformarem esses milhões de pessoas em cidadãos e consumidores, preferem colocar a culpa nos outros por suas inações, desvios, e incompetências.

Enquanto isso a economia patina sem sair do lugar, e a população se vê sem perspectiva de um futuro melhor e digno. E isso pode ser feito sem contar com a sorte e os humores internacionais, basta pensarmos realmente grande, e agirmos pensando no Brasil e em seu povo, e não numa minoria que já tem muito mais do que aquilo que realmente necessita.

Por Vandré Kramer
[13/08/2019] [20:03]
 
Casa de câmbio em Buenos Aires mostra as cotações das principais moedas comercializadas na Argentina| Foto: Tonaldo Schemidt/AFP
A crise na Argentina já está tendo pesados reflexos no Brasil: as exportações para lá caíram 40% nos sete primeiros meses do ano, comparativamente a igual período do ano passado, segundo o Ministério da Economia. E a situação pode se tornar mais complicada, após a vitória da chapa de esquerda - de Alberto Fernández e Cristina Kirchner - nas primárias presidenciais realizadas no último domingo.

A reação no mercado financeiro foi imediata. O peso argentino derreteu 19,1% desde a sexta-feira e deve pressionar ainda mais a economia enfraquecida.

Segundo o banco de investimentos Itaú BBA, a incerteza eleitoral e a instabilidade financeira vão ter impactos negativos sobre a demanda doméstica argentina e pressionar mais a inflação. Na semana passada, o banco de investimentos projetava que o PIB argentino fecharia este ano em baixa de 1,4% e a inflação bateria nos 40%."
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