quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É preciso salvar o que restou da nossa aviação civil


O Blog dos Mercantes hoje vai  dar opinião em outro setor importante para o País: a aviação civil (veja matéria abaixo).

Há alguns anos o descaso do governo fez com que nossas empresas aéreas tradicionais fossem a falência, uma inclusive sendo credora do próprio governo.

Desde então a situação interna não evoluiu, e nossa aviação civil se vê asfixiada por um mercado interno ainda não consolidado; e uma concorrência externa desleal, onde governos europeus e norte americano dão pesados subsídios a suas empresas aéreas, na busca de fatias cada vez maiores do mercado.

Com o quadro acima não é de admirar que as remanescentes estejam outra vez asfixiadas e com o pires na mão.

E não adianta acusar o setor de incompetente, porque, como dissemos acima, os grandes players do mercado atuam baixo com pesados subsídios.

Então que nosso governo atue dessa vez, adequando as condições oferecidas às operações de nossas aéreas, a um mercado de competição altamente acirrada e com intensa interferência governamental, e ajude a salvar o que restou de nossa aviação civil.

E cobre adequações das empresas. Todas as que forem necessárias.

Leia a matéria abaixo na íntegra:

Prejuízo bilionário das aéreas faz governo acender 'luz amarela'
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BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
Os prejuízos registrados por companhias aéreas neste ano fizeram acender a "luz amarela" para o governo federal. O receio refere-se aos impactos que os resultados negativos possam ter sobre os preços de passagens e a saúde financeira das empresas.


A preocupação foi externada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a representantes do setor de turismo durante reunião fechada no Palácio do Planalto anteontem.

Estavam presentes representantes de associações, entre elas, a recém-criada Abear (Associação Brasileira das Companhias Aéreas).

Durante o encontro, um dos presentes citou o prejuízo bilionário registrado pelas companhias Gol e TAM no segundo trimestre deste ano --juntas, duas registraram perdas de R$ 1,6 bilhão-- e disse que "luzes vermelhas" deveriam ser acesas por conta desses resultados.

Gleisi admitiu, então, que essa era uma preocupação do governo e que a "luz amarela" estava acesa.

A ministra, na reunião, afirmou: "A questão da aviação comercial também é algo que nos preocupa, acendeu a luz amarela. Nós temos que conversar muito com aqueles moços ali, para ver o que está acontecendo, porque é uma concessão, um serviço público concedido. É o direito de ir e vir das pessoas".

"Eu nunca vi o governo manifestar preocupação antes. Espero que não seja só discurso, senão poderá ser tarde demais", diz a diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio.

Entre os presentes na reunião, estava o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. À Folha ele admitiu que as "perspectivas são negativas" para os números dos próximos trimestres.

Contudo, afirmou que as companhias "não pretendem" aumentar os preços das passagens aéreas. No lançamento da Abear, em agosto, os presidentes da TAM e da Gol disseram que a tendência era de aumento nos preços.

A Casa Civil, em nota, disse que a preocupação mencionada na reunião "diz respeito à garantia e qualidade da prestação de serviços por parte das empresas aéreas à população".

O órgão afirma que "cobrará medidas que devem ser tomadas pelas companhias para eficiência de sua gestão".

A pasta não menciona no documento ações do governo para reduzir o custo dos combustíveis e o das tarifas de aeronavegação --mencionados pelas aéreas como responsáveis por parte do prejuízo.

A Casa Civil citou a recente desoneração da folha de pagamento das empresas como uma medida para conter a sangria das aéreas, mas a Abrae diz que a medida não é suficiente.

Do prejuízo de R$ 1,6 bilhão, o alívio sobre a folha cobre apenas R$ 300 milhões, segundo Sanovicz. 

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