O Blog dos Mercantes hoje vai dar opinião em outro setor importante para o
País: a aviação civil (veja matéria abaixo).
Há alguns anos o descaso do governo fez com que nossas
empresas aéreas tradicionais fossem a falência, uma inclusive sendo credora do
próprio governo.
Desde então a situação interna não evoluiu, e nossa aviação
civil se vê asfixiada por um mercado interno ainda não consolidado; e uma
concorrência externa desleal, onde governos europeus e norte americano dão
pesados subsídios a suas empresas aéreas, na busca de fatias cada vez maiores
do mercado.
Com o quadro acima não é de admirar que as remanescentes
estejam outra vez asfixiadas e com o pires na mão.
E não adianta acusar o setor de incompetente, porque, como
dissemos acima, os grandes players do mercado atuam baixo com pesados
subsídios.
Então que nosso governo atue dessa vez, adequando as
condições oferecidas às operações de nossas aéreas, a um mercado de competição
altamente acirrada e com intensa interferência governamental, e ajude a salvar
o que restou de nossa aviação civil.
Leia a matéria abaixo na íntegra:
Prejuízo
bilionário das aéreas faz governo acender 'luz amarela'
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BRENO
COSTA
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Os
prejuízos registrados por companhias aéreas neste ano fizeram acender a
"luz amarela" para o governo federal. O receio refere-se aos impactos
que os resultados negativos possam ter sobre os preços de passagens e a saúde
financeira das empresas.
Setor
aéreo quer maior articulação com o governo
Peixes, cavalos e girafas ajudam aéreas a suportar crise
Peixes, cavalos e girafas ajudam aéreas a suportar crise
A
preocupação foi externada pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a
representantes do setor de turismo durante reunião fechada no Palácio do
Planalto anteontem.
Estavam
presentes representantes de associações, entre elas, a recém-criada Abear
(Associação Brasileira das Companhias Aéreas).
Durante
o encontro, um dos presentes citou o prejuízo bilionário registrado pelas
companhias Gol e TAM no segundo trimestre deste ano --juntas, duas registraram
perdas de R$ 1,6 bilhão-- e disse que "luzes vermelhas" deveriam ser
acesas por conta desses resultados.
Gleisi
admitiu, então, que essa era uma preocupação do governo e que a "luz
amarela" estava acesa.
A
ministra, na reunião, afirmou: "A questão da aviação comercial também é
algo que nos preocupa, acendeu a luz amarela. Nós temos que conversar muito com
aqueles moços ali, para ver o que está acontecendo, porque é uma concessão, um
serviço público concedido. É o direito de ir e vir das pessoas".
"Eu
nunca vi o governo manifestar preocupação antes. Espero que não seja só
discurso, senão poderá ser tarde demais", diz a diretora do Sindicato
Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio.
Entre
os presentes na reunião, estava o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. À
Folha ele admitiu que as "perspectivas são negativas" para os números
dos próximos trimestres.
Contudo,
afirmou que as companhias "não pretendem" aumentar os preços das
passagens aéreas. No lançamento da Abear, em agosto, os presidentes da TAM e da
Gol disseram que a tendência era de aumento nos preços.
A
Casa Civil, em nota, disse que a preocupação mencionada na reunião "diz
respeito à garantia e qualidade da prestação de serviços por parte das empresas
aéreas à população".
O
órgão afirma que "cobrará medidas que devem ser tomadas pelas companhias
para eficiência de sua gestão".
A
pasta não menciona no documento ações do governo para reduzir o custo dos
combustíveis e o das tarifas de aeronavegação --mencionados pelas aéreas como
responsáveis por parte do prejuízo.
A
Casa Civil citou a recente desoneração da folha de pagamento das empresas como
uma medida para conter a sangria das aéreas, mas a Abrae diz que a medida não é
suficiente.
Do
prejuízo de R$ 1,6 bilhão, o alívio sobre a folha cobre apenas R$ 300 milhões,
segundo Sanovicz.
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