Vejam que interessante: enquanto armadores tradicionais das
rotas de contêineres seguram seus investimentos e evitam a contratação de
navios novos, reclamando acintosamente do aparecimento de novos concorrentes em
suas linhas de comércio tradicionais, os armadores gregos investem pesado em
renovação de suas frotas e demonstram confiança no futuro de suas operações, mesmo
com seu país mergulhado em uma das mais profundas crises que temos notícia
atualmente.
E que lições tiramos das duas posições completamente
opostas?
A primeira é de que os grandes armadores de contêineres
parecem não conseguir operar em mercados competitivos e abertos, em claro
antagonismo a todo o discurso liberalizante que sustentam.
A segunda é que em momentos de crise, os preços caem, e esse
é o melhor momento para aqueles que têm visão de futuro se prepararem para o
crescimento que virá.
A terceira é que parece ter havido uma estagnação no
movimento de contêineres, mas o mesmo não se pode dizer de outros tipos de
cargas, já que a frota grega é bem mais eclética.
Leia e compare as duas matérias:
1) MSC descarta aquisições de navios novos
Companhia prefere esperar uma melhora considerável na
economia mundial
A MSC decidiu não firmar qualquer novo investimento, seja em
porta-contêineres ou em navios de cruzeiro, pelo menos até que a economia
mundial melhore. A companhia se juntou a um grupo de armadores que prefere
segurar um pouco esse tipo de investimento com base nas condições incertas do
mercado.
Diego Aponte, vice-presidente da MSC, criticou as companhias
que deram início a serviços na rota Ásia-europa, região onde se observa pouco
crescimento: “Esse comportamento irresponsável levou as taxas para baixo e
colocou toda a nossa indústria em uma situação não-lucrativa. Já ficou claro
que o mercado na rota Extremo Oriente-Europa não tem crescimento algum”, disse
ele.
O executivo ressaltou que a MSC tem se recuperado bem da
situação financeira mundial neste ano e que tem feito de tudo para não aumentar
sua capacidade, procurando uma situação de estabilidade.
2) Capacidade de navios de armadores gregos atinge pico
Recorde foi observado mesmo com queda no número de embarcações
O número de navios controlados por armadores gregos caiu 3% no último ano, de acordo com um novo estudo elaborado pela Petrofin Research, chegando a 4.577 embarcações. No entanto, o estudo mostra também que apesar da queda, a capacidade dessa frota atingiu seu pico: 263,6 milhões dwt.
“O desenvolvimento da frota grega, apesar da situação econômica, tem sido impressionante. Os gregos continuam investindo em embarcações novas e na modernização dos seus navios. Está claro que isso faz parte da estratégia grega para chegar a uma situação financeira mais satisfatória”, afirmou a companhia.
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