segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ajustes no Projeto de Lei dos Navios de Cruzeiro





A presença de navios de cruzeiro que exploram a temporada de verão brasileiro é uma constante todos os anos, operados por companhias de navegação estrangeiras, que se aproveitam da fragilidade da regulamentação brasileira para auferir altos lucros.

Vale também lembrar que algumas poucas embarcações costumam aparecer no nordeste de nosso país durante todo o ano, incluindo permanências mais ou menos longas, dependendo da demanda pontual que se apresente.

Além dos altos lucros citados acima, a exploração turística da costa brasileira também tem propiciado o aparecimento de uma série de problemas, principalmente a tripulantes e passageiros, mas também ao meio ambiente e até mesmo à segurança da navegação, uma vez que não é raro que tais embarcações quebrem as regras para proporcionar alguns poucos minutos a mais de deleite aos seus hóspedes.

Na busca de dirimir estes problemas, uma série de instituições, entre elas o Sindmar e o Blog dos Mercantes, vêm clamando pela regulamentação do setor, na busca de imputar sobre as empresas estrangeiras as mesmas obrigações previstas em lei para empresas brasileiras (que no momento inexistem), não apenas na área fiscal e operacional, mas também sobre as relações trabalhistas dos brasileiros, que são contratados todo início de temporada.

É bom ressaltar que sobre os trabalhadores brasileiros, embora assinem contratos que variam de 9 meses a 1 ano, a grande maioria é dispensada no período de 5 a 6 meses de trabalho, no final da temporada brasileira.

Esperamos que o projeto reflita os reais interesses da nação e da sociedade brasileiras, e que seja aprovado ainda em tempo de influenciar a temporada que se aproxima.


O Globo – Coluna Negócios & Cia – 27/03/2013

Projeto vai regulamentar cruzeiros marítimos

Saiu da pauta do Congresso Nacional o Projeto de Lei 449/2012, que regulamenta o trabalho dos tripulantes de embarcações na costa brasileira. A pedido do Sindmar, dos oficiais de Marinha Mercante, o senador Paulo Paim (PT-RS) retirou o projeto da pauta para ajustes de redação. Há preocupação, em particular, com a regulamentação dos cruzeiros marítimos, segmento que cresceu muito no país nos últimos anos. A atividade enfrenta uma espécie de vácuo regulatório, uma vez que não foi incluída na Lei 9.432/1997, que trata da navegação no Brasil. A expectativa é que o projeto sofra alterações e seja reapresentado em um mês. A principal reivindicação do Sindmar é a isonomia entre empresas brasileiras e estrangeiras. Hoje, as principais companhias de cruzeiros que atuam no país são do exterior. Mas elas não estão obrigadas a cumprir as mesmas regras impostas às de bandeira nacional. “Não submetem suas rotas previamente às autoridades brasileiras, nem cumprem normas ambientais e de segurança locais”, afirma o Sindmar em nota. A brecha regulatória estaria relacionada à série de incidentes e problemas sanitários de cruzeiros marítimos na costa brasileira.


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