Dentre os sucessos do The Cranberries, escolhemos "Linger", música de autoria de O'Riordan, e que se tornou o primeiro grande sucesso deles nos anos 90.
sábado, 30 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes: The Cranberries - Linger
Nosso Blog dos Mercantes continua o passeio pelos anos 90, época em que tivemos grandes músicas. Hoje trazemos a banda de rock alternativo irlandesa The Cranberries, formada no final dos anos 80, e que alcançou sucesso durante a década seguinte. Sem dúvida o destaque é a vocalista Dolores O'Riordan, que ingressou na banda através de um teste, mas cuja voz tem a capacidade de se fundir com os acordes, emprestando incrível sonoridade ao grupo.
Dentre os sucessos do The Cranberries, escolhemos "Linger", música de autoria de O'Riordan, e que se tornou o primeiro grande sucesso deles nos anos 90.
Dentre os sucessos do The Cranberries, escolhemos "Linger", música de autoria de O'Riordan, e que se tornou o primeiro grande sucesso deles nos anos 90.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes: mudanças de estratégia na Petrobras são lesivas ao país e aos trabalhadores
Além de não estar dando a devida e merecida atenção ao Promef, a
Petrobrás, por razões que só ela conhece, não deu a devida atenção ao projeto
EBN, que previa a contratação de longo prazo, de pelo menos 39 navios tanque de
bandeira brasileira. Estes navios seriam encomendados por empresas de navegação
brasileira e afretados à estatal, em modelo semelhante ao que acontece com as
embarcações de apoio marítimo.
Isso joga apenas contra o bom-senso e a lógica de um governo que assumiu
com a proposta de não apenas continuar seu antecessor, mas de aprofundar e
aperfeiçoar as mudanças que foram iniciadas nos oito anos que o antecedeu.
Ao contrário, quando a política de uma empresa como a Petrobras muda de
forma tão radical, arriscamos seriamente de jogarmos fora alguns bilhões
investidos no ressurgimento de nossa indústria naval, deixarmos desempregados
milhares de trabalhadores, que foram treinados com dinheiro do Estado para
tripularem estes navios, além de perder a oportunidade de se tornar um player
em um setor altamente rentável e que poucos países conseguem concorrer.
O Brasil tem que
escolher entre ser um detentor de tecnologia, disputando mercado de produtos de
alto valor agregado com os grandes, ou ser apenas um exportador de commodities
e produtos primários ou semimanufaturados.
A atitude atual da
Petrobras é um equívoco e um retrocesso, que pode significar ao país e à
própria estatal muito mais do que alguns dólares poupados no curto prazo, pode
custar sua autonomia, o desperdício do dinheiro público e a soberania nacional
nos mares.
Projeto EBN
Por Sergio Barreto Motta
Há alguns anos, a Petrobras anunciou um
projeto revolucionário. Além de encomendar 49 navios através de sua subsidiária
Transpetro – dos quais três ainda sem contrato assinado – a estatal lançou o
projeto EBN – de Empresa Brasileira de Navegação – prevendo construção de 39
navios.
O sistema funcionaria de modo parecido
com o de barcos de apoio, em que a estatal não se torna dona dos navios, mas
garante contratos de longo prazo – neste caso, de 15 anos – para que empresas
privadas, com essa garantia de operação, encomendem navios. O método é um ovo
de Colombo, pois ninguém perde e todos ganham.
Mas, na prática, o projeto deu em água.
Sem anúncio formal, empresas privadas vêm anunciando desinteresse. Na mais
recente reunião do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante, a Pancoast
Navegação teve canceladas prioridades para quatro navios-tanque de 30 mil
toneladas, a exemplo de outras companhias que desistiram anteriormente do
projeto, não se sabe se por desinteresse da Petrobras ou oferta de remuneração
insuficiente para privados bancarem o investimento de longo prazo. Há
informações de que a Kingfisch também teria desistido do EBN.
Na revista Unificar, do Sindicato
Nacional dos Marítimos (Sindmar), afirmou o presidente da entidade, Severino
Almeida: “O projeto EBN não decolou e não vejo condições efetivas de decolar
agora”. Segundo Almeida, a Petrobras tem optado por alugar navios estrangeiros,
diretamente ou através da Transpetro. “A empresa-mãe, com suas ações de
afretamento, demonstra claramente sua intenção de afretar navios lá fora”,
declarou Almeida. A Petrobras não se pronunciou e fontes da estatal dizem que
estão sendo feitos “ajustes”.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes acompanha as denúncias contra subsetor de cruzeiros marítimos no Senado Federal
Em audiência na
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal foram
ouvidos tripulantes, parentes de tripulantes e o presidente do Sindmar, Severino Almeida. Na ocasião foram abordados diversos pontos de problemas que
ocorrem a bordo dos luxuosos navios que acorrem à costa brasileira todos os
anos.
O Senador Paulo Paim,
que preside a Comissão do Senado, aproveitou para cobrar de autoridades de
saúde e do trabalho uma mais ampla e frequente fiscalização a bordo destas
embarcações.
Algumas ações nesse
sentido já estão sendo tomadas, incluindo a participação do Itamaraty e da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
Todas essas ações, que
podem ser lidas com maiores detalhes na reportagem abaixo de Sergio Barreto
Motta, são válidas, mas seriam muito mais eficazes se já tivéssemos um marco
legal que regulasse esse subsetor da Marinha Mercante.
Senador
Paim denuncia abusos nos transatlânticos
Por
Sergio Barreto Motta
Inúmeras
denúncias foram feitas, nesta segunda-feira, na Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa do Senado Federal, durante reunião sobre maus tratos
aplicados a tripulantes brasileiros pelas companhias estrangeiras que exploram
o serviço de turismo marítimo. O presidente dessa comissão, Paulo Paim (PT-RS),
se disse indignado com as informações sobre trabalho escravo e informou que deu
entrada em dois projetos para impedir abusos. Paim revelou que irá convocar a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que explique por que
liberou, previamente, os navios que ainda não aportaram no Brasil, dando-lhes um
salvo conduto antecipado.
Paim
afirmou que, quando há processos na justiça, as empresas, todas com sede em
paraísos fiscais, juntam documentos em idioma estrangeiro para procrastinar os
casos e adiar condenações. Para o senador, não há dúvidas de casos de trabalho
escravo, humilhações, assédio moral, assédio sexual e agressões diversas à lei
brasileira. Segundo Paim, nos contratos feitos apenas para a temporada
brasileira, exige-se que 25% da tripulação seja nacional, e para driblar essa
situação as empresas fazem contratos mais longos, como se os tripulantes fossem
atuar por período maior, e, terminada a temporada nacional, iniciam pressões e
humilhações para que os brasileiros desistam dos contratos mais longos.
Rosângela
Bandeira, mãe de Camila, tripulante que morreu a bordo do MSC Musica, disse que
há uso de drogas, sexo profissional e aviltamento moral dos tripulantes.
Afirmou que os seguranças, contratados de empresas israelenses, ajudam os
oficiais a criarem um clima de opressão em relação aos tripulantes brasileiros.
Um bailarino que atuou a bordo, Arthur Souza, deu comovido depoimento. Declarou
que o que ocorre nos navios é similar a trabalho escravo. Acentuou que, se um
profissional quiser desistir da temporada, é obrigado a pagar a própria passagem
de volta e a passagem de ida de seu substituto, o que resulta, com outros
gastos, em dispêndio de US$ 10 mil.
O
senador Paim agradeceu as informações recebidas do presidente do Sindicato dos
Marítimos, Severino Almeida. Segundo Paim, toda a mobilização teve início com
denúncias de Severino, a quem qualificou de um lutador incansável contra as
arbitrariedades das empresas proprietárias dos transatlânticos. Alexandre
Castro, presidente da Associação de Brasileiros Tripulantes em Navios de
Cruzeiro, elogiou o trabalho do Senado. Raul Vital Brazil, do Ministério do
Trabalho, revelou que está sendo feito um esforço em conjunto com o Itamaraty
para evitar problemas para tripulantes brasileiros, que são obrigados a assinar
contratos com base em paraísos fiscais.
Por
sua vez, Aloysio Gomide, do Itamaraty, salientou que já existe uma cartilha
para defender o trabalhador brasileiro que atua no exterior e que se pretende
editar uma cartilha especial para os cerca de 4 mil brasileiros que trabalham
em navios estrangeiros. “O Itamaraty considera os tripulantes brasileiros grupo
vulnerável a arbitrariedades”, disse Gomide, frisando que foi pedido apoio da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Paim
informou que o Ministério Público do Trabalho pretende fiscalizar esses navios
na atual temporada de verão – que vai de outubro a abril – e lembrou que o
Itamaraty pode receber denúncias 24 horas por dia, no plantão consular. Por
fim, o deputado estadual Jefferson Fernandes (PT-RS) conclamou as assembleias
legislativas a se envolverem na questão.
sábado, 23 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes: boa música é aqui
Com a cirurgia no ombro, não dá para escrever muito, mas para publicar música boa dá..
Natalie Imbruglia - Torn.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes informa: Presidentes do Sindmar e da FNTTAA estiveram em Brasília cobrando regulamentação de cruzeiros marítimos
Em junho nossos
líderes sindicais do setor marítimo estiveram em Brasília para conversar com o
Senador Paulo Paim sobre seu PL 449/2012, que busca a regulamentação da
atividade de cruzeiros marítimos no país.
Esta atividade, que é
explorada basicamente por empresas estrangeiras, é altamente rentável, mas
entrega serviços de pior qualidade aos consumidores brasileiros e todos os anos
apresenta uma série de problemas nas relações trabalhistas a bordo. Alguns
desses problemas são tão graves, que em algumas oportunidades são denunciados
estupros, ou tentativas de; maus tratos de todos os tipos, e já chegamos mesmo
a um caso de morte de uma trabalhadora.
Já que nosso governo
insiste em abrir mão, para o capital nacional, desse rentável setor de
negócios, ao menos que regule devidamente o setor, não só para que os
trabalhadores brasileiros estejam devidamente protegidos, mas até mesmo
consumidores, meio ambiente e outros subsetores que fazem uso do meio marítimo
e de portos para realizarem seus negócios.
Sabemos que
dificilmente o texto entregue pelas lideranças sindicais será plenamente
acolhido no corpo geral da Lei em gestação no Senado, mas a iniciativa de
Severino Almeida e Ricardo Ponzzi é
altamente válida, assim como a do Senador Paulo Paim.
Estamos esperançosos de que
melhorias virão como resultado dessas ações .
Marítimos querem fiscalizar cruzeiro
Por Sergio Barreto Motta
Os marítimos estão mobilizados em
relação ao projeto 449/2012, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS). Segundo
a entidade da classe, o Sindmar, poderá trazer prejuízos. A revista do Sindmar,
Unificar, afirma: “Essa atividade em nosso país está aberta a todo e qualquer
interessado, sem o mínim de critérios que entendemos necessários para que esses
navios operem em novos portos e, pior, considerando que 98% de seus passageiros
são nossos nacionais, não oferecem contrapartidas adequadas pelo lucro que
obtêm em nossas águas”.
Continua a revista, após citar que, para
outros setores existe a Resolução Normativa 72, do Conselho Nacional de
Imigração, que prevê quotas de 1/5 a 1/3 de trabalhadores brasileiros em navios
estrangeiros, conforme sua permanência no Brasil, revela que, para os
cruzeiros, valeria a resolução 71, mas seria insuficiente. Diz: “ Essa
resolução está longe de resolver questões básicas, relacionadas à exploração,
por tais armadores, de quem nesse setor trabalha. Na prática, não gera empregos
para marítimos profissionais, tendo em vista que estão estão em poucas dezenas
a bordo. Muito poucos, em meio a centenas ou mesmo mais de um milhar de
trabalhadores em serviço de atendimento a sua preciosa carga, que são seus
milhares de passageiros. Não há, em todo o seu texto, garantias de que
percentuais para contratação de brasileiros”. Entre outros problemas, houve
três mortes a bordo de navios de cruzeiro só este ano, além de um estupro.
O presidente do Sindmar, Severino
Almeida e o presidente da Federação Nacional, Ricardo Ponzi, expuseram a Paim
haver riscos para os trabalhadores no projeto e o senador teria pedido um texto
da classe, que foi entregue ao parlamentar dia 25 de junho. “Atualmente, os
cruzeiros navegam em hiato legal, livre de regulamentação específica. Dessa
forma, desrespeito e abuso aos trabalhadores são palavras de ordem a bordo
desse tipo de embarcação, muito longe do glamour que é reservado a sua carga”,
dizem os marítimos, ao frisar que esperam mudanças na legislação. A atividade
dos cruzeiros é a única, no mar, que não está sob controle da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq), mas tão somente submetida ao Ministério do
Turismo, que não tem condições técnicas de fiscalizar o setor – nem parece
aborrecido diante de sua impossibilidade de fiscalizar e controlar um segmento
que movimenta altas somas a cada temporada. Nos Estados Unidos, o senador Jay
Rockfeller luta para impedir o que considera alta evasão de divisas de seu país
– principal cliente dos transatlânticos – para empresas que, embora tidas como
francesas, italianas e alemãs, na verdade têm sede em paraísos fiscais.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes e o incentivo a Cabotagem
Já transportamos bom volume de granéis líquidos e sólidos,
precisamos aumentar a participação da carga conteneirizada
Não é segredo para ninguém que o Blog
dos Mercantes apoia a criação de formas de incentivo à Navegação de
Cabotagem. As vantagens de uma melhor utilização do modal já foram várias vezes
tratadas pelo blog, e vão desde uma diminuição do custo de transporte de cargas
em médias e grandes distâncias, até diminuição de poluição, etc.
Sendo assim o Blog dos Mercantes
vê com muito bons olhos as propostas da Secretaria de Portos, que podem
efetivamente dar mais uma alavancada no setor marítimo, melhorando a logística
de transporte de cargas no país e diminuindo os custos do transporte interno e
final ao consumidor.
As medidas sugeridas na reportagem abaixo, da Agência Brasil, são boas,
mas não são suficientes. Mais pode ser feito, e não apenas no sentido de
incentivar a armação, mas temos que pensar também no lado dos trabalhadores.
São necessárias ações para incentivar e melhorar a permanência do
trabalhador brasileiro a bordo, e também para garantir a ocupação desses postos
de trabalho por nossos nacionais.
Existem várias formas de melhorar as condições sociais e econômicas dos
trabalhadores, sem onerar armadores ou Estado. Basta ter vontade política, boa
vontade e parar de oferecer nossas vagas de empregos a estrangeiros.
Secretaria de Portos quer reduzir
burocracia da navegação de cabotagem
Por Pedro Peduzzi
Brasília (DF) – Depois de
concretizar os projetos de concessão portuária, a Secretaria de Portos da
Presidência da República (SEP) vai priorizar o desenvolvimento de um sistema
eficiente para a navegação de cabotagem – a navegação doméstica, feita entre
portos de um mesmo país, ao longo da costa, por onde transitam produtos do
mercado interno.
Um dos problemas a serem resolvidos,
segundo o ministro da SEP, Leônidas Cristino, é fazer com que os contêineres
com origem na cabotagem não precisem passar pela alfândega. Da forma como é
feito atualmente, a carga transportada por cabotagem passa por procedimentos
similares aos adotados para movimentação dos contêineres usados para exportação
ou importação.
Durante audiência na Câmara dos
Deputados, o ministro Leônidas Cristino disse que o país investirá mais de R$
200 bilhões nos modais de transporte, de forma a facilitar o acesso aos portos
brasileiros. A prioridade, então, será o transporte de cabotagem, que tem, como
vantagens, a diminuição de custos e do índice de sinistros e avarias das
embarcações, bem como a diminuição do desgaste das rodovias e do número de
acidentes rodoviários.
“A SEP vem estudando há algum tempo a
aplicação e a melhoria do sistema de cabotagem. Entre os pontos [sob análise]
estão o valor gasto com combustível, a preferência por berços [locais onde os
navios atracam] para cabotagem, e a disponibilização de uma área não
alfandegária, porque hoje a cabotagem é tratada do mesmo jeito do contêiner de
exportação, o que resulta em uma demora maior”, argumentou o ministro.
Segundo ele, o assunto tem sido debatido
com a Receita Federal, a Anvisa e o Ministério da Fazenda. “Iniciamos [os
estudos] neste ano. Acredito que até o começo do ano que vem teremos um estudo
mais apurado e consistente para discutirmos o assunto com a presidenta Dilma
Rousseff”, acrescentou.
sábado, 16 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes e uma boa música é para sempre Depeche Mode – Enjoy the Silence
Depeche Mode é uma banda inglesa
de música eletrônica, que iniciou sua carreira em 1980.O sucesso foi quase
imediato, quando foram descobertos pelo dono de uma jovem gravadora, se
apresentando em uma casa de show em Londres.
Daí em diante foi sucesso sobre
sucesso, sendo que a banda já vendeu mais de 110 milhões de álbuns pelo mundo
(dados de 2009). Esse sucesso se comprova com o fato de a banda já ter tido 44
canções nas paradas britânicas, e estado com 40 canções diferentes entre os 40
artistas mais ouvidos do Reino Unido.
Mas o sucesso não é apenas local.
A banda alcançou sucesso mundial já no início dos anos 80, inclusive no Brasil.
Agora uma curiosidade. Em 1986
eles lançaram o álbum Black Celebration,
que seguiu a tendência da música eletrônica do grupo, inclusive mantendo o uso
de samplers. Mas nesse álbum eles se
afastaram um pouco do pop, criando letras mais reflexivas, e músicas que
acompanhavam essa tendência. O resultado foi um som mais fechado, até mesmo um
pouco fúnebre, em certos momentos.
Nessa época eu era um jovem
Oficial de Náutca no Lloyde Brasileiro, e adorava fazer o quarto de 00:00hs às
04:00hs. Como tínhamos que estar muito atentos à navegação, levava meu som para
o passadiço e escutava música por um bom tempo.
Acontece que tinha acabado de
comprar a fita do álbum Black Celebration.
O início da fita tinha uma vinheta com som bem fechado e soturno, digno de um
filme de terror. Toda vez que punha a fita para tocar, o Marinheiro que tirava
serviço comigo desaparecia, e só voltava uma meia hora depois.
Um tempo depois fui descobrir o
porquê dos sumiços repentinos. Com a música, o passadiço todo escuro, e as
histórias que contavam de que tinha um tripulante que havia morrido a bordo e assombrava
o navio, o Marinheiro ficava apavorado e se mandava. Ia se esconder na máquina,
junto com o Oficial de Máquinas e o Marinheiro de Máquinas de serviço do
horário. Só voltava quando o medo passava.
É mole um negócio desses?
Mas a música de hoje não tem nada
de fúnebre. Ao contrário tem uma sonoridade mais voltada ao pop e muito agradável.
Enjoy the Silence.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Já viu lua grande? No mar é assim!
A super lua é um fenômeno que acontece quando a lua cheia se encontra na parte mais próxima da terra de sua órbita. Essa foto foi tirada na costa da Austrália, por um Comandante que navegava por lá. Um bom feriado a todos.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes apóia controle sobre transatlânticos
Qualquer atividade econômica no sistema capitalista pressupõe a obtenção
de lucro. E quanto maior o lucro, mais significa que a atividade econômica foi
bem realizada e mais ela é atrativa - sob o ponto de vista capitalista. Isso é a alma do sistema e é o que move o sistema em seu
desenvolvimento.
Mas quando fala-se em desenvolvimento as pessoas, mesmo que
inconscientemente, admitem uma positividade no fato, o que não é
necessariamente uma verdade. Desenvolvimento, em uma primeira visão, é o
simples fato de crescer, de expandir-se, não significando que tenha uma
melhoria aí agregada.
Quando falamos de trabalhadores dentro do sistema capitalista, aí fica
muito clara a lógica do sistema, em que ao mesmo tempo em que procura se
expandir, busca impedir a melhoria nas condições de vida daqueles que
efetivamente possibilitam a existência do sistema.
Também podemos dizer que é um sistema autofágico, já que a mesma lógica
que o faz expandir-se, também o faz consumir-se.
É a mesma lógica que faz com que o capitalismo busque utilizar mão de
obra escrava, ou como preferem hoje em dia, análoga a escravidão, na busca do
lucro máximo, ao menos nos primeiros estágios de seu de existência de uma atividade.
Em várias atividades e países isso se faz presente, mas em nenhuma outra
atividade isso é tão recorrente quanto na Marinha Mercante. E não se enganem
aqueles que leem esse post, pois o que caracteriza escravidão não é
necessariamente a falta de pagamento de salário, mas sim a compulsoriedade do
trabalho, maus tratos, ou mesmo a total falta de liberdade individual do
trabalhador.
No subsetor dos cruzeiros marítimos isso não é diferente.
O glamour das embarcações luxuosas, com suas atrações fantásticas, são
frequentemente acompanhadas de maus tratos a tripulantes, sobrejornadas
compulsórias e não pagas, acomodações deficientes, etc., etc.
Aplicar, fiscalizar e manter
as relações trabalhistas em equilíbrio é dever do Estado. A bordo de navios,
aonde o confinamento e dificuldade de acesso às ferramentas da sociedade que
servem para minimizar a disparidade de forças do Capital x Trabalho, a
intervenção do Estado é ainda mais necessária.
Por esse motivo o Blog
dos Mercantes apóia a iniciativa dos sindicatos marítimos em pleitear a
regulamentação das embarcações de cruzeiro.
E a desculpa de que são
embarcações estra
Porque se engana quem pensa que navios de cruzeiro concorrem apenas com outros navios de cruzeiro. Eles concorrem com todas as empresas que estão inseridas no setor de turismo e entretenimento.
Permitir que se utilizem de subterfúgios espúrios em suas relações trabalhistas, ou mesmo em suas operações, é dar a estas empresas a possibilidade de maiores lucros e de cometerem concorrência desleal, lesando interesses da sociedade e da economia brasileiras.
Aos trabalhadores engajados nesta atividade é retirar sua dignidade e negar-lhes o direito mais sagrado a um nacional, que é a proteção do Estado; a sua cidadania.
Controle dos transatlânticos
Por Sergio Barreto Motta
O presidente do Sindicato dos Marítimos
(Sindmar), Severino Almeida, diz que a classe está mobilizada em relação ao Projeto
449/2012, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que regulamenta o trabalho
de tripulantes brasileiros em embarcações ou armadoras estrangeiras e que
explorem economicamente o mar territorial e a costa brasileira. Diz Almeida:
“Essa atividade trabalha sem o mínimo de critérios que entendemos necessários
para que esses navios operem em novos portos e, pior, considerando que 98% de
seus passageiros são nossos nacionais, não oferecem contrapartidas adequadas
pelo lucro que obtêm em nossas águas”.
Severino Almeida e o presidente da
Federação Nacional, Ricardo Ponzi, expuseram a Paim haver riscos para os
trabalhadores no projeto, e o senador teria pedido um texto da classe, que foi
entregue ao parlamentar dia 25 de junho.
“Atualmente, os cruzeiros navegam em
hiato legal, livre de regulamentação específica. Dessa forma, desrespeito e
abuso aos trabalhadores são palavras de ordem a bordo desse tipo de embarcação,
muito longe do glamour que é reservado a sua carga”, diz Almeida, ao frisar que
espera mudanças na legislação.
A atividade dos cruzeiros é a única, no
mar, que não está sob controle da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(Antaq), mas tão somente submetida ao Ministério do Turismo, que não tem
condições técnicas de fiscalizar o setor – nem parece aborrecido diante de sua
impossibilidade de fiscalizar e controlar um segmento que movimenta altas somas
a cada temporada.
Nos Estados Unidos, o senador Jay
Rockfeller luta para impedir o que considera alta evasão de divisas de seu país
– principal cliente dos transatlânticos – para empresas que, embora tidas como
francesas, italianas e alemãs, na verdade têm sede em paraísos fiscais.
O movimento dos cruzeiros está caindo.
Na última temporadas, os transatlânticos levaram 762 mil passageiros, 9% a
menos do que no período anterior. E, para a temporada 2013/14, que começa em
outubro, a previsão é de nova diminuição, desta vez de 12%.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes fala sobre vantagens das hidrovias há tempo
O Blog dos Mercantes é um daqueles que faz coro por um sistema de
transportes mais inteligente e adequado à realidade brasileira. Nesse contexto
não é de hoje que clamamos pela mudança no modal de transporte prioritário,
para que as hidrovias venham a ter a primazia para o transporte de nossas
riquezas, dado as longas distâncias que percorremos entre os diversos pontos do
país, seja esse transporte destinado aos portos de exportação, seja ele
destinado ao consumo interno.
Tal viés de transporte também apresenta grande potencial de exploração
para o desenvolvimento regional de turismo e lazer, podendo até mesmo ser
desenvolvido a ponto de se tornar atrativo internacional, como o são os
mergulhos no Caribe, ou as montanhas cobertas de neve da Europa e sul do continente
americano.
Outro viés de transporte que tem grande potencial de crescimento e que
não tem sido tratado no Brasil com a importância que merece é o transporte
marítimo. Até que nos últimos anos tivemos certo incentivo ao mesmo, com várias
empresas investindo em novas unidades para a Navegação de Cabotagem.
A se
lamentar atualmente a decisão da Petrobrás, que está promovendo grande
retrocesso ao tirar apoio do Promef, e reciclar a lesiva política de
afretamento de navios estrangeiros.
Além de a médio e longo prazo a frota própria se tornar mais barata,
ainda temos reflexos positivos na economia como um todo, com geração de
empregos em toda a longa cadeia do setor marítimo, e com reflexos sensíveis na
balança comercial, que vê estancada a fuga de divisas para pagar afretamentos
desnecessários.
Mas não só a Cabotagem é importante e necessária. A Navegação de Longo
Curso, além de influenciar positivamente a economia, da mesma forma que faz a
Cabotagem, ainda pode auxiliar na conquista de novos mercados e na composição
do valor dos fretes dos produtos brasileiros.
Sem dúvida são investimentos altos, como o são todos os investimentos no
setor de transportes. Mas um país que já é a sexta economia do mundo, e que
caminha a passos largos para se tornar a quinta, não pode abrir mão de setores
de transportes tão estratégicos como o hidroviário e o marítimo.
Hidrovias são melhor alternativa de
logística para distância mais longa
De São Paulo - Especialistas têm defendido
as vantagens do modal hidroviário sobre o rodoviário no transporte da produção
do agronegócio, que novamente deverá colher uma super safra. A matriz ideal
depende da localização da produção. "De modo geral, até 500 quilômetros de
distância entre o local de produção e de exportação, nenhum outro modal bate a
rodovia", resume Luiz Fayet, consultor da Confederação Nacional da
Agricultura (CNA). Isso porque a rapidez do caminhão aliada à flexibilidade do
modal, que dispensa o transbordo, geram o esperado resultado positivo. "A
produção do Piauí está nessa equação", exemplifica Fayet.
Nas distâncias maiores, necessariamente
a ferrovia e a hidrovia têm grandes contribuições a dar para reduzir o custo da
movimentação. Como atualmente o excedente da produção agrícola direcionado à
exportação está na região Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, onde há grandes
deficiências de infraestrutura, essa produção desce para os portos do Sul e
Sudeste, formando os gargalos que encarecem a logística e entopem as vias de
acesso ao embarque. A maior parte da soja produzida em Sorriso (MT) é escoada
via porto de Santos (SP), percorrendo uma rota de dois mil quilômetros, cujo
frete chega a custar US$ 145/tonelada. Considerando mais US$ 45/tonelada para
chegar a Xangai, na China, o custo dessa exportação fica em US$ 190/tonelada.
Os Estados Unidos colocam coloca sua
soja no mesmo cliente por US$ 71/tonelada.
Cálculos da Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec) registram crescimento de 203% no preço do frete
brasileiro entre 2003 e 2011, ante aumento de 53% dos Estados Unidos e 43% da
Argentina, os dois maiores competidores do Brasil.
"A hidrovia é o modal mais adequado
nos casos de longas distâncias e disponibilidade de rios navegáveis", diz
Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato
Grosso. Mas a oferta de hidrovias é bastante precária. Apenas alguns trechos da
hidrovia Tietê-Paraná e da hidrovia do rio Madeira, na Amazônia, são usados.
A Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq) iniciou a consolidação de registros de movimentação nas
hidrovias recentemente, e os números de 2012 registram um volume de transporte
na Bacia Amazônica de apenas 5 milhões de toneladas de soja, e de 2,5 milhões
de toneladas de milho, soja e farelo de soja, para a produção brasileira de
139,3 milhões de toneladas desses dois produtos no mesmo ano.
"Os rios potencialmente navegáveis
não oferecem estabilidade para o transporte regular, por falta de obras de
dragagem e de sinalização", explica Edeon. Um exemplo dado por ele é a
difícil operação de duas empresas no rio Madeira, a Bertolini e a Hermasa.
Quando o rio está alto, elas conseguem transportar comboios de 40 mil
toneladas. Nas fases em que o rio está baixo, os comboios não podem ter mais do
que 6 mil toneladas. "O papel do poder público deve ser de prover essas
obras para garantir a estabilidade da navegação, e a iniciativa privada investe
na operação", afirma.
Edeon conta que o Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está desenvolvendo estudos de
viabilidade econômica e socioambiental de algumas bacias hidrográficas, como
primeiro passo para um plano de investimento em hidrovias. A primeira hidrovia
a ser contemplada será a Teles Pires-Tapajós, que será utilizada para escoamento
da produção do Norte do Mato Grosso em direção aos portos da região Norte. A
hidrovia do São Francisco, do Paranaíba, do Tocantins e do Araguaia terão
estudos similares.
A conclusão das obras da BR-163,
prevista para 2014, alia-se à estratégica intermodalidade do Norte, que vem
sendo requerida pelo agronegócio. Os oito terminais que a iniciativa privada
está construindo na região (ver tabela) ampliarão as condições de escoamento em
ritmo de 3 milhões de toneladas ao ano. A intenção é de que a capacidade de
movimentação desses terminais passe dos atuais 10,8 milhões de toneladas para
50 milhões de toneladas até o ano de 2020.
Para completar a flexibilidade sonhada
pelo agronegócio, Ingo Plöger, da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag),
insere no quadro a ampliação de instalações de armazenagem. "Não há
tradição no Brasil de armazéns na produção, mas pode ser uma saída interessante
para dar ao produtor a condição de arbitrar sobre o período de venda de sua
produção", resume.
Ele vê na atual linha de financiamento
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), lançada no
início de julho, uma alternativa que pode reduzir a pressão para venda das
commodities apenas na época da safra. "As condições do financiamento não afetam
o capital de giro imediatamente, pois oferecem três anos de carência", diz
ele. "É uma janela interessante, que merece estudo de viabilidade",
finaliza. (CLT)
domingo, 10 de novembro de 2013
Blog dos Mercantes e a música imortal
Falth no More é uma banda que dispensa apresentações. Além de ter emplacado vários sucesso, eles estiveram presentes por duas décadas.
Representando os anos 90, Epic.
Representando os anos 90, Epic.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Seguem ataques à praticagem
Interessantes (e falsos) os argumentos usados na reportagem do Press
Guide de 14 de agosto para pedir mudanças no sistema de praticagem no Brasil. Com
elas seguem os ataques aos práticos e a tudo que se refira a eles. Tudo isso na
busca pura e simples de aumento de lucros.
Assim como em outras profissões, aquelas ligadas à Marinha Mercante
também apresentam profissionais de vários níveis, que recebem salários os mais
diversos. Há pouco tempo um médico que tinha sido eleito prefeito de uma
pequena cidade renunciou ao cargo, pois os cerca de R$ 6.000,00 recebidos no
cargo não eram suficientes para cobrir seus gastos mensais, e correspondiam a
menos de 5% dos rendimentos que recebia como médico.
O ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, também chegou a renunciar ao
cargo, pois o salário de mais de R$ 20.000,00 recebidos no cargo também
correspondiam a um pequeno percentual de seus ganhos como cantor, e não eram
suficientes para pagar suas contas.
Advogados, jogadores de futebol, administradores de empresa,
engenheiros, arquitetos, jornalistas, psicólogos, artistas, etc., enfim uma
gama de profissionais no país chegam a ter salários altíssimos. Porque
profissionais ligados à Marinha Mercante não podem?
Além disso, como a própria reportagem da Press Guide demonstra, a relação
entre praticagem e armadores é entre pessoas jurídicas. São duas empresas que
negociam seus preços. E como qualquer
estudante mediano de administração sabe, o preço dado a um serviço ou
mercadoria é estipulado de acordo com o que se está disposto a pagar.
Também temos que entender que aqui o Deus Mercado está regulando os
preços. Porque o Deus Mercado deve ser soberano quando é de interesse dos
armadores, mas não pode quando é contra os interesses dessas empresas?
Por fim a CNAP já está intervindo e preparando uma metodologia para
elaboração de preços e custos da praticagem e deverá dar alivio e marco
regulatório na praticagem brasielira.
Seria bom que os ataques parassem. Porque em outros setores da Marinha
Mercante brasileira ataques desse tipo já estão fazendo seus estragos, com
desemprego crescente e queda nas condições de trabalho dos profissionais a
bordo.
Desemprego, baixos salários, más condições de trabalho e a consequente
miséria que advém disso, são condições que qualquer Estado Nacional de Direito,
sério e competente vai evitar a seus cidadãos, ainda mais se tal Estado se diz
socialista e progressista.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Cabotagem com potencial
Sabemos que o transporte marítimo é
mais barato que qualquer outro tipo de transporte, principalmente em grandes
distâncias como as que encontramos no Brasil. Também sabemos que em nosso país
os meios de transporte mais baratos e eficientes vem, ano após ano, sendo
preteridos em prol do caminhão, que é de todos o mais caro, o que mais poluí e
o que mais problemas causa no sistema de transportes brasileiro.
Sendo assim não é nenhuma surpresa
sabermos do potencial da cabotagem em nossa costa, mas o Blog dos Mercantes vai
um pouco além, e indica que o potencial aquaviário do país é muito superior aos
2,7 milhões de contêineres sugeridos na reportagem da Folha de São Paulo.
Com uma boa malha hidroviária,
conjugada com a cabotagem, o Blog dos Mercantes afirma sem medo de errar que o
potencial facilmente pode ser estimado em uns 5 milhões de contêineres ao ano,
isso sem contar com milhões de toneladas de grãos, minérios, e pessoas, na
exploração do turismo em nossos rios lagos, e litoral.
Quando vamos dar mais atenção ao
sistema de transporte, de forma a criar uma verdadeira malha multimodal,
baseada principalmente no transporte aquaviário, como uma nação realmente desenvolvida
faz?
Cabotagem no Brasil tem potencial para
transportar 2,7 milhões de contêineres
Por Mariana Barbosa de São Paulo
O transporte de mercadoria via navegação
costeira, a chamada cabotagem, movimentou 415 mil contêineres no Brasil no ano passado,
equivalente a 0,6% do total transportado por caminhões (72 milhões de
contêineres).
Os navios trazem televisores e motos da
Zona Franca de Manaus e sobem do Sudeste para o Norte e Nordeste levando bens
de consumo e produtos alimentícios, principalmente refrigerados.
Segundo Roberto Rodrigues, diretor
presidente da Mercosul Line, operadora de cabotagem do grupo dinamarquês
Maersk, o mercado brasileiro de cabotagem tem potencial para ser 6,5 vezes
maior do que é hoje, contribuindo para reduzir o movimento de caminhões nas
estradas.
Transportar mercadorias por cabotagem
custa de 20% a 25% menos do que no transporte rodoviário, mas o tempo de viagem
maior -são 15 dias, 3 a 4 a mais do que no caminhão- o torna menos atraente
para algumas indústrias. O modal também é afetado pela burocracia e outros
gargalos do porto de Santos. Em época de escoamento de safra agrícola, o
desembaraço no porto pode elevar o tempo da viagem em mais um ou dois dias.
"Também lidamos com excesso de
burocracia. Cada vez que os navios de cabotagem (navegação entre portos
marítimos de um mesmo país) atracam em um porto, eles preenchem os mesmos
papéis novamente, como se estivessem navegando por águas internacionais",
diz Rodrigues.
Um estudo sobre os gargalos logísticos
divulgado pela Maersk mostra que se 2,7 milhões de contêineres fossem
transportados via cabotagem, ao invés de utilizarem caminhões, o país
economizaria US$ 125 milhões em custo de manutenção das estradas e evitaria 36
mil acidentes.
Apostando no potencial do mercado
brasileiro de cabotagem, o grupo Maersk desenvolveu navios especialmente
desenhados para atracar nas águas rasas do país, o Sammax. A Mercosul Line
opera três desses navios, que têm capacidade para 8.600 contêineres cada.
A Mercosul Line é uma das quatro
empresas exploram o serviço hoje no Brasil. As demais são Aliança, Log-In,
Maestra.
GARGALO
Estudo da Maersk mostra que o grande
problema da infraestrutura logística no país não está mais na capacidade dos
portos, que receberam muitos investimentos em novos terminais, mas na
burocracia aduaneira e no acesso rodoviário aos mesmos.
"A burocracia está estrangulando os
portos no Brasil. No mundo inteiro, as mercadorias que chegam aos portos são
liberadas em poucos dias. Em Santos, são 21 dias", diz o diretor da Maersk
Line Brasil, Peter Gyde.
Desde 2003, o tráfego de contêineres nos
portos brasileiros praticamente dobrou de tamanho, de 4,16 milhões para 8
milhões. E o tempo de espera desde a chegada dos navios até a atracação para a
movimentação de carga subiu de 6 horas em 2003 para 16 horas no ano passado.
Neste mês, a conta já está em 72 horas.
O executivo diz que o grupo Maersk, um
dos maiores do mundo do setor, com negócios também na área de petróleo e
receita de US$ 60 bilhões, pensa em realizar novos investimentos em portos no
país, mas que a grande urgência hoje é resolver o problema de acesso.
"Os portos são modernos. Mas
precisamos integrar modais e tirar os caminhões das ruas. Menos caminhões é bom
para o consumidor pois torna o transporte mais eficiente em termos de custos e
também é melhor para o meio ambiente."
Para Gyde, a sociedade brasileira
precisa se engajar no debate da infraestrutura pois ao final, quem perde é o
consumidor, que paga mais pelas mercadorias.
"O
governo prometeu investir R$ 160 bilhões em infraestrutura. É preciso começar a
gastar.".
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