quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Seguem ataques à praticagem

Interessantes (e falsos) os argumentos usados na reportagem do Press Guide de 14 de agosto para pedir mudanças no sistema de praticagem no Brasil. Com elas seguem os ataques aos práticos e a tudo que se refira a eles. Tudo isso na busca pura e simples de aumento de lucros.

Assim como em outras profissões, aquelas ligadas à Marinha Mercante também apresentam profissionais de vários níveis, que recebem salários os mais diversos. Há pouco tempo um médico que tinha sido eleito prefeito de uma pequena cidade renunciou ao cargo, pois os cerca de R$ 6.000,00 recebidos no cargo não eram suficientes para cobrir seus gastos mensais, e correspondiam a menos de 5% dos rendimentos que recebia como médico.

O ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, também chegou a renunciar ao cargo, pois o salário de mais de R$ 20.000,00 recebidos no cargo também correspondiam a um pequeno percentual de seus ganhos como cantor, e não eram suficientes para pagar suas contas.

Advogados, jogadores de futebol, administradores de empresa, engenheiros, arquitetos, jornalistas, psicólogos, artistas, etc., enfim uma gama de profissionais no país chegam a ter salários altíssimos. Porque profissionais ligados à Marinha Mercante não podem?

Além disso, como a própria reportagem da Press Guide demonstra, a relação entre praticagem e armadores é entre pessoas jurídicas. São duas empresas que negociam seus preços.  E como qualquer estudante mediano de administração sabe, o preço dado a um serviço ou mercadoria é estipulado de acordo com o que se está disposto a pagar.

Também temos que entender que aqui o Deus Mercado está regulando os preços. Porque o Deus Mercado deve ser soberano quando é de interesse dos armadores, mas não pode quando é contra os interesses dessas empresas?

Por fim a CNAP já está intervindo e preparando uma metodologia para elaboração de preços e custos da praticagem e deverá dar alivio e marco regulatório na praticagem brasielira.

Seria bom que os ataques parassem. Porque em outros setores da Marinha Mercante brasileira ataques desse tipo já estão fazendo seus estragos, com desemprego crescente e queda nas condições de trabalho dos profissionais a bordo.


Desemprego, baixos salários, más condições de trabalho e a consequente miséria que advém disso, são condições que qualquer Estado Nacional de Direito, sério e competente vai evitar a seus cidadãos, ainda mais se tal Estado se diz socialista e progressista.

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