O texto abaixo foi tirado do
sítio do jornal Estadão de São Paulo, e os números contidos na reportagem são,
de certa forma, assustadores. Não apenas pela quantidade imensa de recursos,
mas principalmente pela enorme concentração da origem dos mesmos, já que pouco
mais da metade se concentra em apenas 19 empresas.
Aí vem a pergunta: você, leitor e
eleitor, acredita que realmente os candidatos eleitos irão trabalhar para você,
que apenas contribuiu com um único e solitário voto na urna, ou que eles irão
trabalhar para quem financiou suas milionárias campanhas políticas?
Se sua resposta é sim, temos duas
opções para você. A primeira é que você se resigne e seja apenas parte do
rebanho que será tocado de acordo com os interesses daqueles que manobram as
coisas.
A segunda, é que você não aceite
tal situação e aja de forma a impor resistência, e possivelmente várias
vitórias frente a tão gritante disparidade de poder. E os meios para isso
existem. Basta que você vote com total consciência, analisando com frieza e
lógica a carreira e as ações dos candidatos aos diversos cargos, e que você não
seja um indivíduo no rebanho.
Para a segunda parte da solução é
preciso que você participe, seja na sua associação de bairros, numa ONG, n um partido
político, em um sindicato ou em qualquer outra organização que lhe de voz e
força.
Você Oficia e Eletricistas
Mercantes, participem do Sindmar. Você Mercante de outra categoria, participe
de seu respectivo sindicato. Não é necessário estar presente todos os dias, mas
acompanhe suas ações, cobre soluções, dê ideias, e seja associado em sua
entidade de classe.
Essas são as únicas armas que
temos para fazer frente ao poder financeiro das gigantescas empresas que
dominam hoje em dia. Talvez não seja o ideal, mas se bem usado pode garantir
muitas conquistas.
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,doacoes-de-campanha-somam-r-1-bi-das-quais-metade-vem-de-19-empresas-imp-,1560289
Doações de campanha
somam R$ 1 bi, das quais metade vem de 19 empresas
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, RODRIGO
BURGARELLI, DANIEL BRAMATTI - O ESTADO DE S.PAULO
15 Setembro 2014 | 02h 05
O custo da democracia.
Movimentação bilionária de partidos, comitês e candidatos retrata a
concentração da ajuda financeira, vinda de empresas ligadas a grandes grupos
econômicos; montante ainda é acrescido de quase R$ 100 milhões em recursos
públicos
Os 19 maiores financiadores de
campanha respondem por metade do valor doado até agora por empresas e
indivíduos na eleição deste ano. As contas de partidos, comitês e candidaturas
em todo o País receberam desses 19 grupos privados R$ 522 milhões do total de
R$ 1,040 bilhão vindo de contribuições de pessoas físicas e jurídicas até
agora.
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Esses valores são todos de origem
privada. Somando-se o que vem do Fundo Partidário, cuja origem são recursos
públicos, o dinheiro que circulou até agora nas campanhas supera R$ 1,138
bilhão. E isso é só o começo.
O montante ainda deve crescer até
o fim do segundo turno. O R$ 1,040 bilhão refere-se ao que foi declarado por
candidatos a presidente, governador, senador e deputado até 6 de setembro. Como
se trata de uma prestação de contas parcial, não é possível comparar com o que
foi arrecadado na eleição de quatro anos atrás.
A concentração das doações é
significativa. São quase 29 mil doadores até agora, mas 2 de cada 3 reais
arrecadados pelas campanhas vieram dos 100 maiores doadores. Sozinho, o maior
deles, o Grupo JBS, doou até agora R$ 113 milhões, ou 11% do total doado. Dona
de marcas como Friboi, Swift e Bertin, o grupo tem outras empresas que também
doaram, como Seara e Flora Higiene-Limpeza.
O PT foi o partido que mais
recebeu da JBS por enquanto: R$ 28,8 milhões - ou 1 de cada 4 reais doado pela
empresa. O PSD ficou em segundo lugar, com R$ 16 milhões, e o PMDB, em
terceiro, com R$ 14 milhões. Entre todos os candidatos, a maior beneficiada
pelas doações da JBS foi a presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição
ao Palácio do Planalto.
Bancos e bebidas. O setor de
alimentação tem uma outra grande doadora. O grupo Ambev - dono de marcas como
Brahma, Antarctica e Skol - aparece em quarto lugar no ranking, com R$ 41,5
milhões doados. O dinheiro foi recebido principalmente por candidatos e comitês
do PMDB (R$ 12 milhões), PT (R$ 11 milhões) e PSDB (R$ 8 milhões).
O setor financeiro tem duas das
10 maiores doadoras. O grupo Bradesco está em sexto lugar, somando R$ 30
milhões em contribuições vindas de empresas como Bradesco Vida e Previdência,
Bradesco Saúde e Bradesco Capitalização, entre outras. O conglomerado deu, até
agora, R$ 9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o PT, R$ 6,7 milhões para
o PMDB e R$ 5,2 milhões para o PSDB, por exemplo.
O banco BTG Pactual e sua
administradora de recursos doaram R$ 17 milhões e estão em décimo lugar na
classificação geral. PT e PMDB foram os beneficiários de quase 80% desse
dinheiro.
Empreiteiras. O protagonismo
desses dois bancos e a atuação de outras empresas do setor que costumar
colaborar financeiramente com as campanhas políticas não chega a superar o
destaque das empreiteiras na lista de doações para partidos, comitês e
candidaturas. Juntas, as construtoras contribuíram com quase R$ 300 milhões, ou
30% do total arrecadado até agora.
Dos dez maiores doadores da atual
campanha, cinco são grupos empresariais que tiveram origem no ramo da
construção. São os casos da OAS (2.º maior), Andrade Gutierrez (5.º lugar), UTC
Engenharia (7.º), Queiroz Galvão (8.º) e Odebrecht (9.º). Os valores foram
agregados por grupo econômico e incluem subsidiárias de outros setores, como
energia.
Segunda colocada no ranking dos
maiores contribuintes com os políticos, a Construtora OAS acumula R$ 66,8
milhões em doações. O PT ficou com quase metade desse dinheiro, ou R$ 32
milhões. O restante foi dividido entre PMDB, PSDB e PSB, entre outras legendas.
A Andrade Gutierrez doou R$ 33
milhões, divididos quase que exclusivamente entre PT (R$ 16 milhões) e PSDB (R$
13 milhões). A UTC deu R$ 29 milhões (R$ 13 milhões para petistas), a Queiroz
Galvão doou R$ 25 milhões (PMDB recebeu R$ 7 milhões), e o grupo Odebrecht, R$
23 milhões, principalmente para PT, PSDB e DEM.
O terceiro maior doador é do
setor de mineração. O grupo Vale doou cerca de R$ 53 milhões até agora, por
meio de uma série de empresas. Dois partidos se destacam entre os beneficiários
de suas doações: PMDB (R$ 20,6 milhões) e PT (R$ 14,5 milhões).
Seg, 15/09/2014 às 07:36
Tags: eleições doações empresas