Estaleiro - foto da internet
O discurso abaixo não é
verdadeiro, tampouco falso. Ele é apenas exacerbado em uma parte e omisso em
outra. Propositalmente é claro.
É de conhecimento de todos que o
Brasil costuma apresentar preços altos em uma enorme gama de produtos, sejam
eles bens de consumo imediato, duráveis, ou oriundos da indústria de bens de
produção.
Os já conhecidos altos impostos
são apontados sempre como os grandes vilões nessa matemática de preços, mas é
muito frequente omitirem a alta lucratividade do empresariado sediado no país.
Na indústria naval a coisa não
segue caminho diferente. É real o fato de termos impostos altos, outros que nem
mesmo deveriam estar ali, mas também é fato a alta lucratividade dos envolvidos
no setor, o que sugere que, ao mesmo tempo em que pedem redução de impostos e
mais incentivos ao setor, deveriam estar dispostos a reduzirem seus lucros em
prol de maior competitividade e aumento de produção, compensando assim com o
ganho de escala a perda na unidade.
Como sempre as coisas costumam
ter vários ângulos com que podemos observá-las, esse é apenas um deles. Mas o
que não podemos ser é levianos, omitindo e distorcendo fatos.
Custo Brasil no mar
Sergio Barreto Motta
Tudo é mais caro no Brasil: carros,
aviões, aço, cimento, tarifas telefônicas e de energia e muitos serviços. Com
isso, cada setor tem suas dificuldades. Marcelo Campos, presidente da Câmara
Naval e Offshore da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), diz que, embora os estaleiros tenham boa vontade, para
comprar peças e equipamentos no país, o preço interno é mais alto. Com isso,
crescem importações e os produtores se sentem desestimulados a atuar no
segmento.
– O Brasil tem a mais alta carga
tributária do mundo. Torna-se muito difícil competir com o fabricante
internacional, principalmente porque os estaleiros precisam comprar pelo menor
preço possível. O custo unitário dos produtos fabricados no país não é baixo e
o resultado é a falta de investimentos nessa indústria uma vez que os
fabricantes nacionais não têm garantia de demanda a médio e longo prazos –
explica Campos.
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