segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Blog dos Mercantes está admirado com a cara de pau

Sei que é direito de todos lutarem por seus interesses, sei também que sempre digo isso aqui no Blog dos Mercantes, mas algumas coisas ainda me espantam, não exatamente pelo que pleiteiam, mas principalmente pelo fato de que alguns não aceitam abrir mão de nada, não respeitam acordos, não admitem ceder espaço a outros.

Em linhas gerais o que o artigo abaixo sugere é a formação de um pequeno cartel formado pelos atuais arrendatários, que negociariam diretamente com os órgãos regulamentadores do setor, e iriam acabar por impor suas vontades sobre esses órgãos. Só para esclarecer, as Cias. Docas são, hoje em dia, autoridades portuárias, responsáveis em fiscalizar os contratos de arrendamento e autorizar o uso eventual das áreas ainda públicas do porto. Eles querem privatizar um serviço público de fiscalização. Algo como privatizar a polícia ou a Receita Federal.

Quanto a outros aspectos, o que chama mais atenção é a insistente busca em acabar com o sistema de OGMOs, podendo então os terminais contratar trabalhadores de qualquer lugar, sem garantia de treinamento e com salários aviltantes. Esse blogueiro acredita que o ideal seria exatamente o contrário, ou seja, deveríamos expandir o sistema de contratação através dos OGMOs a outros terminais também, e não só àqueles restritos às áreas do chamado “porto organizado”.

A única parte em que concordamos é que nossa infraestrutura de transportes ainda segue deficitária, mas ainda que os governos em exercício sejam responsáveis pela situação do país que governam, é pura covardia imputar-lhes tais responsabilidades esquecendo-se das ações e omissões de governos passados, principalmente quando essas ações dilapidaram todo um setor por décadas, como é o caso dos transportes no país, que a partir da década de 80 do século passado foi dada como secundária, e na década de 90 e nos primeiros anos do sécu. XXI foi simplesmente abandonada à própria sorte.





Empresários querem uma nova Lei dos Portos
Renée Pereira

Setor vai encaminhar propostas de mudança na legislação aos candidatos a presidente


Catorze meses depois da aprovação do novo marco regulatório no Congresso Nacional, empresários do setor portuário pedem mudanças e adaptações na legislação. Um documento de 25 páginas, produzido pela Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), será entregue ao ministro da Secretaria de Portos, César Borges, e aos presidenciáveis a partir da semana que vem. No documento, há uma série de sugestões de como tornar o setor mais competitivo e dados sobre a necessidade de novos investimentos. Entre as mudanças mais significativas está a transferência de administração das autoridades portuárias estatais (CompanhiasDocas) para o setor privado. A associação não descarta, entretanto, outras possibilidades que levem à construção de um novo modelo caracterizado pela gestão autônoma e profissional. Os executivos também pedem maior liberdade para a agência reguladora, a Antaq, atuar na regulação do setor. “A SEP e a Antaq têm de ter agilidade para liberar a expansão do setor”, diz o presidente da ABTP, Wilen Manteli. Ele afirma que hoje há 41 terminais que aguardam pedido de renovação dos arrendamentos e expansão de seus terminais na Antaq. Além disso, afirma o executivo, a nova Lei dos Portos criou uma série de entraves que podem simplesmente serem revistos para melhorar a burocracia no setor. Um deles é a exigência de que todo Terminal de Uso Privado (TUP) apenas seja autorizado depois de um anúncio público ou chamada pública para identificar o interesse de outros investidores no projeto. “A inconsistência de tal exigência decorre do fato de que a própria lei exige que o interessado em autorização de instalação portuária apresente título de propriedade, inscrição de ocupação e cessão de direito real ou outro instrumento jurídico que assegure o direito de uso do respectivo terreno”,afirmam os empresários no documento. Outro ponto é a limitação imposta pelo governo para a expansão dos TUPs. Para terminais que estão fora da área dos portos organizados, ampliações superiores a 25% devem passar por outro processo de anúncio público.“Não há explicação técnico- jurídica que justifique tal dispositivo, muito menos o porcentual de 25%, pois a sustentabilidade desses empreendimentos está diretamente ligada à expansão das áreas e das atividades produtivas.” Investimento. As propostas para os presidenciáveis também inclui capítulos ligados à mão de obra, acessos terrestres e aquaviários e tributação. “O papel da ABTP é defender o porto como um todo, seja dentro do complexo ou no seu entorno”, diz Manteli. Ele destaca que,entre 2003 e 2013, a iniciativa privada investiu R$ 13 bilhões no setor enquanto o governo orçou R$ 19 bilhões e investiu47% do valor. Em média, diz ele, o volume que o poder público aplicou no sistema portuário representou 0,07% do Produto Interno Bruto (PIB). O plano atual do governo federal prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões em dragagem e R$2,6 bilhões em acesso terrestre até 2017.“ Isso não é suficiente. Se a competitividade dos portos é baixa, não é por causa dos terminais, que têm melhorado seu sindicadores, mas pelo acesso. Não temos calado(profundidade), não temos ferrovia e o acesso rodoviário é ruim.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário