Nos últimos anos vimos
frequentemente alardeando as vantagens do transporte por hidrovia, que além de
suportarem grandes quantidades de carga, ainda podem ser usadas também para o
transporte de passageiros, turismo, etc. Lembramos que tais vantagens não se
restringem apenas às hidrovias, mas são características do transporte
aquaviário em geral.
E o estado de São Paulo vem dando
mostras de que ele, mais que nenhum outro estado no país, entendeu tal
situação. E com isso mostra que Hidrovias são realmente um meio de transporte
tão mais barato e racional, que na região da Baixada Santista já se estuda a
implantação de um grande sistema de transporte de passageiros que atenda a
região, e colabore decisivamente para aliviar as mais do que congestionadas e
sobrecarregadas vias terrestres da região.
Algo que, o estado do Rio de
Janeiro, por exemplo, já tem há muito projeto pronto para isso, mas entra
governo, sai governo, não se concretiza de nenhuma forma, e avança a passos de
tartaruga. E isso porque a região metropolitana fluminense já começa também a
enfrentar trânsito caótico e impraticável.
Que outros estados sigam o
exemplo paulista, e que o transporte hidroviário não se restrinja apenas à
carga, mas abranja também outras opções, como o transporte urbano, etc.
A Tribuna – Reportagem –
27/08/2014
Região pode ter hidrovia até 2018
Estado analisa proposta de oferecer transporte
coletivo de passageiros por rios e pelo mar; ideia é
interligação com outros
sistemas
Até o final de 2018. Esse é o prazo estipulado
pelo Governo de São Paulo para a introdução de um sistema hidroviário de
transporte de passageiros nas maiores cidades da Baixada Santista. O estudo, a
ser desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), começa na
próxima semana. A intenção é que o trabalho delimite parâmetros para a
exploração desse meio de transporte pela iniciativa privada: demanda, estrutura
a ser montada e custos operacionais. A necessidade de quatro anos até a
concretização do sistema decorre das etapas a serem realizadas, que envolvem
interlocutores municipais, estaduais e federais – pois o principal canal de
navegação da região está sob controle da Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), subordinada à Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP)
e, paralelamente, à Marinha. Estima-se que o IPT concluirá o estudo de
viabilidade até junho do próximo ano. A primeira fase do projeto, porém, tem
término previsto até fevereiro. É a que definirá qual tipo de embarcação
realizará o transporte dos passageiros, a tarifa (na qual se abrangerão os
gastos para viabilizar o serviço) e as rotas de navegação (que serão abertas
entre as cidades em rios e braços de mar). “A segunda etapa (o estudo) é para
poderemos ter um projeto concreto e realista”, pontua o diretor do Departamento
Hidroviário do Estado, Tércio Casemiro Carvalho.
MÉDIO PRAZO
A partir do momento em que o
estudo apontar viabilidade técnica e econômica do transporte hidroviário, a
intenção é que seja feita uma Parceria Público- Privada (PPP). Após o processo
de consulta pública e audiências com a comunidade, o Estado quer abrir
licitação para selecionar a empresa privada que poderá operar o serviço. Tércio
Carvalho explica que, a princípio, a iniciativa privada será responsável por
instituir o meio de transporte, operá-lo e garantir sua manutenção. Essa
escolha deverá demandar ao menos um ano. O coordenador da Câmara Temática
Especial do Sistema Hidroviário da Agência Metropolitana da Baixada Santista
(Agem), José Eduardo Lopes, adianta que já há pelo menos três empresas
interessadas em participar dessa seleção. O que retarda o início a curto prazo
desse sistema, porém, é a construção das embarcações, que não existem para
prontaentrega e precisam ser construídas de acordo comas especificações da
região – o que pode levar 18 meses. “O ideal é que elas sejam feitas aqui, por
estaleiros no Porto”, diz. BILHETE ÚNICO A interligação do transporte
hidroviário com os demais existentes na Baixada Santista é posta como condição
para que o transporte de passageiros sobre as águas seja aceito e a população
passe a utilizá-lo. “Antes de mais nada, é uma mudança cultural. No Brasil, não
há esse hábito de utilizar embarcações para se locomover”, lamenta o diretor do
Departamento Hidroviário, que defende gestões por parte da Agem para que as
Prefeituras possam integrar os sistemas de ônibus, beneficiando os usuários. A
ligação com o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que auxiliará no transporte
público entre o núcleo da região metropolitana, e o BRT (sigla para transporte rápido
por ônibus), que levará moradores do Litoral Sul em transporte sobre rodas,
também são encarados como fundamentais. Motivo: há locais em que, por razões
técnicas, não será possível instituir de imediato o transporte por hidrovias.
“Para chegarmos a Peruíbe, por exemplo, teríamos que utilizar o mar. Mas isso é
mais complexo, devido às condições climáticas”, afirma Carvalho.
Partilha
O modelo de exploração do planejado serviço
hidroviário na Baixada Santista está dividido entre o Estado (Departamento Hidroviário)
e o Governo Federal (Secretaria de Portos e Companhia Docas do Estado de São
Paulo). Enquanto o Governo Estadual cuidará do transporte de passageiros em
lanchas, a União será responsável pelo transporte de carga em barcaças. A
intenção é desafogar o trânsito e reduzir os gargalos terrestres (pontos de
congestionamento) entre as cidades.
Princípio
A primeira fase do projeto tem término
previsto até fevereiro. É ela que definirá o tipo de embarcação destinada ao
transporte de passageiros, a tarifa do serviço e as rotas de navegação entre as
cidades.
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