terça-feira, 30 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes fala sobre a terra do lucro animal

O texto abaixo foi retirado de uma coluna da Folha de São Paulo, e escrito por Ricardo Melo, cujo CV reduzido está no final do texto. E esse texto é interessante porque trata de um tema que é muito recorrente em vários setores de nossa sociedade, mas que o Blog dos Mercantes ainda não chegou a tratar: o “Lucro Brasil”.

Normalmente falamos do “Custo Brasil”. E ele realmente costuma ser mais alto que em outros lugares. Liderado pela infraestrutura defasada e mal mantida, custos como energia, opção e rede de transporte deficitário e equivocado, mão-de-obra mal qualificada, costumam estar entre os campeões de reclamações das empresas instaladas no Brasil, além de impostos e taxas. Esse problema sempre foi muito maquiado pela baixíssima remuneração recebida pelos trabalhadores brasileiros, que compensavam muito essa questão. Hoje, com países como a China oferecendo mão-de-obra até escrava, e com a valorização do real frente a outras moedas, esse paliativo já não se faz sentir tanto. Ainda assim ameniza esses problemas nacionais.

Mas há outro aspecto de toda essa questão que as empresas, principalmente as grandes e as multinacionais, se recusam em falar e debater, aparecendo sempre com desculpas esfarrapadas para manter as coisas do jeito que estão, e criando formas, nem sempre éticas, de pressionar o governo em busca de benesses: o “Lucro Brasil”.

Há coisa de 3-4 anos, enquanto o governo brasileiro fazia uma renúncia fiscal considerável, e reduzia impostos consideravelmente para estimular a indústria automobilística em troca da manutenção de empregos, essa mesma indústria aumentava o preço dos automóveis e exportava mais de US$ 5 Bi em royalties para suas matrizes, que viviam momentos realmente difíceis devido à crise iniciada em 2008. Chegamos ao ponto de ser comentado que o Brasil estava sustentando a indústria automobilística mundial. Claro que isso era um exagero, mas que participávamos fortemente nessa conta é verdade.

A indústria automobilística é um exemplo. Podemos estender essa situação para vários outros ramos de atividade no país, como a indústria farmacêutica, a construção civil, etc. Os dados utilizados por Ricardo Melo são sintomáticos de tal condição. Em um ano em que estamos já dando mostras de uma recessão iminente, quando os investimentos diminuem, quando o mundo segue em marcha lenta, se recuperando de uma grande queda na atividade econômica que já perdura vários anos, o Lucro Brasil dá o ar da graça e sobe cerca de 4% acima da inflação.

Isso não é uma situação exclusiva do Brasil. Nos EUA, após a queda das torres, quando o país entrou em séria crise econômica, o governo americano abaixou impostos como forma de incentivar a economia. Essa redução de impostos foi praticamente totalmente incorporada ao ganho das empresas, e o lucro das mesmas cresceu de forma astronômica, muito acima do que se esperava em nosso vizinho do norte.

O Blog dos Mercantes entende perfeitamente que o papel de qualquer gestor de uma empresa, é sempre buscar o melhor resultado possível. Quando esse gestor tem condições de chegar próximo ao governo e pressioná-lo para tirar vantagens para sua empresa, eles irão fazer isso. Cabe aos governos terem uma visão mais clara da situação e arbitrarem a coisa de foram a proteger os interesses da população e do país, porque se o papel do gestor de uma empresa é zelar pelos interesses de sua empresa, o do governo é de zelar pelos interesses do país e de seus cidadãos.

A terra do lucro animal
DE SÃO PAULO
25/08/2014  02h00
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Vejam esses números a respeito de um certo país. O lucro líquido somado de 362 empresas de capital aberto cresceu, no segundo trimestre de 2014, 11,46% com relação ao mesmo período do ano passado. Subiu de cerca de R$ 35 bilhões para R$ 39,3 bilhões.

Se as empresas estatais saírem do cálculo, as cifras são mais impressionantes. Na comparação dos mesmos períodos, os valores avançaram de R$ 21,4 bilhões em 2013 para R$ 31,6 bilhões neste ano, um salto de 47,58%!

Os dados são de uma consultoria respeitada, a Economática. Referem-se, isso mesmo, ao Brasil. Estatística de consultor, bem entendido, não é artigo propriamente em alta. Mas isso sobretudo quando o assunto são previsões.

É aí que o pessoal costuma se esborrachar feio. No caso, porém, não se trata de projeções. Estamos diante de números realizados, contabilizados e divulgados. Dinheiro que já entrou no bolso, limpinho, limpinho (às vezes nem tanto...)

Virou chavão nos últimos tempos reclamar da perda do chamado espírito animal do empresariado. A culpa geralmente é lançada na conta do governo: não dialoga com os magnatas, muda regras toda hora, intervém demais, gasta muito com programas assistenciais.

Bem, mesmo nesse cenário pintado com cores sombrias, de um ano para o outro o lucro das companhias com ações negociadas em bolsa disparou quase 50%! Haja voracidade animal. Ou seja, as coisas não se encaixam. Ganha um cartão de crédito com juros decentes o assalariado que conheceu salto tão espetacular no holerite. Nem é preciso lembrar que, na área privada, o setor financeiro lidera o ranking da fortuna.

Números assim, que nem são novos, mas permanecem quase escondidos, colocam o debate num patamar mais honesto. O objetivo não é ocultar problemas; eles são muitos e reais. Por exemplo: o crescimento do país, na medida clássica, o PIB, vem patinando.

Como a própria Folha nos informou, em manchete neste domingo, o esfriamento se alastra pelos emergentes como um todo, "da Rússia ao Chile". Queira-se ou não, o mundo inteiro ainda sofre os efeitos devastadores do crash de 2008.

A grande proeza brasileira é ter, apesar de tudo, conseguido estabilizar o emprego em níveis civilizados, custear programas sociais de resultado indiscutível e, como se percebe na ponta do lápis, manter as empresas muitíssimo bem, obrigadas.

Algum desavisado vindo de fora nos dias recentes deve pensar que haverá em outubro eleições para entidade empresarial. Motivo: o mote mais difundido por uma parte da mídia é a pretensa necessidade de acalmar mercados.

Presa dessa ilusão depois de transformada em candidata competitiva, Marina Silva corre para decorar o script. Nomeou uma banqueira como fiadora e se mostra disposta a alargar alianças além das fronteiras antes sustentáveis, ou suportáveis, pela sua Rede. Até agora não entusiasmou nem gregos, nem troianos. Apenas piorou o humor de seu rival na oposição.

É um jogo de alto risco. A força eleitoral de Marina vem justamente do seu lado outsider. Ao mesmo tempo, esta é sua fraqueza junto ao establishment. Você imagina um empreiteiro doando fundos para uma candidata adversária de hidrelétricas?

Bem, nada parece impossível num país onde um político como José Roberto Arruda, mentiroso confesso e corrupto notório, flagrado em áudio e vídeo, lidera intenções de voto em seu quadrado.



Ricardo Melo, 58, é jornalista. Na Folha, foi editor de 'Opinião', editor da 'Primeira Página', editor-adjunto de 'Mundo', secretário-assistente de Redação e produtor-executivo do 'TV Folha', entre outras funções. Também foi chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), editor-chefe do 'Diário de S. Paulo', do 'Jornal da Band' e do 'Jornal da Globo'. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil 'Liberdade e Luta' ('Libelu'), de orientação trotskista.

sábado, 27 de setembro de 2014

Pearl Jam - Even Flow

Não há muito que falar. Pearl Jam já andou por aqui, e é uma banda que tem marcado o Rock & Roll internacional. Essa foi uma das primeiras músicas que ouvi deles, num programa de rádio antigo, chamado "Cidade do Rock". O programa voltou agora, com o ressurgimento da rádio, mas ainda não o ouvi. E essa também foi uma das que mais me marcou em relação à banda. Adoro essa música.

Even Flow!



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes reafirma a importância das hidrovias

Algumas postagens atrás, falamos da importância das hidrovias, de como elas podem baratear o transporte e melhorar também outros aspectos. Agora é hora de mostrar o alcance de apenas uma delas, a hidrovia Tietê-Paraná, que sozinha passa por 5 estados do país e auxilia decisivamente no transporte de grãos de toda essa região.

Mas elas não são perfeitas. Até pela necessidade de deslocar-se pela água, não alcança qualquer ponto do território nacional, por isso mesmo é necessário que tenhamos não só uma rede terrestre de complementação, mas até opcional – lembrem-se que toda falta de concorrência tende a gerar monopólio e preços abusivos.

Mas ainda assim o  meio de transporte aquaviário – porque aqui estendemos acrescentamos o transporte marítimo como também mais competitivo – que pode nos garantir as melhores condições para o transporte interno e externo de mercadorias, além de outros benefícios.

Portanto vale a pena para o país incentivar a utilização tal meio de transporte.

  

Hidrovia Tietê-Paraná transporta produção de grãos de cinco Estados


A hidrovia Tietê-Paraná, que possui 2.400 km de extensão, conecta os cinco maiores Estados produtores de grãos. A safra é levada por comboios descendo das zonas produtoras, principalmente Mato Grosso e Goiás, até Pederneiras (SP). De lá, segue de trem até o porto de Santos.

Em 2013, foram transportados 6,1 milhões de toneladas de cargas como milho, soja, óleo e madeira.

Segundo o DH (Departamento Hidroviário), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Logística e Transportes, a restrição na navegação ocorre em razão da crise do setor energético.

O diretor do DH, Casemiro Tércio dos Reis de Carvalho, disse que o Estado já propôs à União mudança no sistema para que a navegação flua. "Tivemos uma seca parecida em 2001. De lá para cá o setor elétrico teve tempo de sobra para investir."

Em nota, a ANA (Agência Nacional de Águas) disse que a dificuldade de navegação ocorre porque, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o volume acumulado nos reservatórios visa garantir o atendimento energético, no "atual contexto adverso de condições hidroenergéticas".

Sobre a Lei das Águas, diz que a legislação não está sendo desrespeitada.

O Ministério de Minas e Energia e o ONS informaram que não iriam se pronunciar sobre o assunto.


JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cabotagem volta a ser reverenciada

De bordo é mais difícil de postar, mas a gente segue em frente.

O texto de Milton Lourenço, veiculado pela Revista Portuária, é muito bom, mas peca em dois detalhes, que ainda que pareçam insignificantes, são extremamente importantes, mesmo não depondo contra seus argumentos em relação à Navegação de Cabotagem.

O primeiro desses pontos é a questão de empresas multinacionais operando em nossa costa. O Blog dos Mercantes já se posicionou várias vezes, e sempre disse que não é contra empresas multinacionais se instalarem no país, mas devemos lembrar que o transporte de carga é uma atividade estratégica no desenvolvimento de qualquer país. Na costa ela é feita de forma relativamente controlada, pois existe a reserva de mercado para empresas “nacionais”, e como essas multinacionais estão registradas como empresas brasileiras, elas operam em nossa costa. Mas isso não impede que façam forte lobby para que se derrube essa restrição legal, para que possam operar diretamente do exterior, com embarcações de bandeira também estrangeiras.

O segundo equívoco de Lourenço é sobre a isenção de impostos garantida à Navegação de Longo Curso. Gostaríamos de lembrar que tal colocação dá a impressão de que “empresas brasileiras” estariam se beneficiando dessa isenção no Longo Curso, quando esse mesmo benefício não é estendido à Cabotagem. Gostaríamos de lembrar que NÃO temos navios operando no Longo Curso, salvo viagens isoladas e ocasionais, quando, por exemplo, as embarcações vão fazer reparos e obras em estaleiros estrangeiros, então tal benefício é exclusivo para embarcações e empresas estrangeiras, trazendo muito menos benefício ao país do que teríamos se operássemos uma frota de Longo Curso.

De resto não temos dúvidas em apoiar suas demandas por uma Cabotagem mais forte, pois é uma luta antiga do Blog dos Mercantes.


A revitalização da cabotagem
Milton Lourenço

Entre outros aspectos, a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil serviu para aumentar a movimentação da navegação via cabotagem, principalmente em razão do transporte de equipamentos produzidos no Polo Industrial de Manaus em direção ao Sul e Sudeste. Esse crescimento nos primeiros seis meses foi de 50% em relação ao mesmo período de 2013, mas não se deverá manter no segundo semestre. Mesmo assim, indica uma tendência de revitalização do modal.

É de assinalar que a cabotagem havia chegado ao fundo do poço em razão de decisões tomadas no passado por gestores públicos de pouca visão que não deram a devida importância à manutenção de grandes empresas especializadas no setor que existiam no Brasil. Hoje, porém, o segmento já dispõe de empresas multinacionais que operam com navios de 2.500 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e têm navios de até 3.800 TEUs que podem operar nesse negócio, dependendo do trabalho de dragagem e desassoreamento de alguns portos nacionais.
Além disso, o Fundo de Marinha Mercante dispõe de R$ 20 bilhões só para o financiamento de novos navios, o que significa também um alento para a reativação da indústria naval. Sem contar que já há navios que fazem o percurso Manaus-Santos em dez dias, o que significa quatro dias de viagem a menos em relação ao que se fazia.

É de ressaltar também que há um grande número de empresas que precisam transportar grandes volumes em função de investimentos em infraestrutura nas regiões Norte e Nordeste, aumentando o fluxo do Sul e Sudeste para os terminais de Salvador-BA, Suape-PE, Fortaleza-CE e Vila do Conde-PA.
O que falta para a completa revitalização do setor é que o governo federal elimine uma excessiva interferência burocrática nessa área. Hoje, a rigor, a burocracia exigida para a cabotagem é a mesma prevista para a navegação de longo curso, o que constitui um contrassenso. Ou seja: a cabotagem precisa não só se beneficiar de algum tipo de isenção como não pode continuar a ser feita só depois de processada uma infinidade de documentos, como se dá hoje.

Outra questão que impede um crescimento mais significativo da cabotagem é o preço do bunker (combustível), que tem incidência de impostos. Já uma embarcação de longo curso não sofre incidência de impostos, o que significa que o combustível acaba sendo mais caro para os navios de cabotagem.


Hoje, o transporte aquaviário corresponde a 14% de toda a carga que é carregada no Brasil, enquanto as cargas transportadas pelas estradas chegam a 62% do total. Portanto, para um país de dimensão continental, com cerca de oito mil quilômetros de costa e mais de 40 mil quilômetros de vias potencialmente navegáveis, a subutilização da cabotagem foge à luz da razão porque este é um modal que, entre outros benefícios, poderia ajudar a descongestionar as rodovias e os acessos aos portos. E não há aqui nenhuma crítica ao transporte rodoviário. Pelo contrário: nas pontas os caminhões continuarão imprescindíveis.

sábado, 20 de setembro de 2014

Laura Branigan - Self Control

A novaiorquina Laura Branigan, nasceu em 1957, e iniciou sua carreira musical nos anos 70, como backing vocal de Leonard Cohen. Em 1973 chegou a integrar a banda "Meadow" onde cantou alguns solos, mas como a banda não obteve sucesso, se desfez no mesmo ano.

O sucesso começou mesmo em 1981, com o álbum Silver Dreams, que teve várias faixas executadas em rádios. Inexplicavelmente o álbum teve foi cancelado às vésperas de seu lançamento. Em 1982 veio o sucesso mundial com Gloria, e sua primeira indicação ao Grammy. O primeiro álbum realmente lançado foi Branigan, que além de Gloria, incluiu também outros sucessos, como All Night With Me.

1984 trouxe seu terceiro álbum e a consagração. Self Control foi o álbum mais vendido de Laura, e teve um episódio muito curioso, já que o vídeo da música que deu nome ao disco foi inicialmente banido por ser muito "sexualmente sugestivo".

Mas depois desse álbum, como dissemos, sua carreira decolou de vez. Gravou músicas para as trilhas sonoras de Ghostbusters e Body Rock. Participou, como atriz, de seriados de TV, protagonizou o filme Mugsy´s Girls, e em 2002 foi Janis Joplin na peça Love, Janis.

Em 2004 Laura faleceu precocemente aos 47 anos, vítima de um aneurisma cerebral não diagnosticado. Mas ela deixou para nós um legado de grandes músicas e sucessos. Jamais será esquecida.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes alerta sobre engodo

Texto muito interessante de Sílvio Guedes Crespo, divulgado no blog Achado Econômicos, que defende de forma sutil como uma briga de elefantes, que os trabalhadores devem se contentar em receber baixos salários, e que o ganho da atividade econômica – no caso de seu texto a indústria – deve se concentrar nas mãos de investidores e acionistas. E faz isso se esquecendo totalmente da lucratividade absurda que existe no país, notadamente para as grandes empresas, ou da concentração de renda que tivemos por décadas seguidas no país, quando o abismo entre ricos e pobres se tornou cada vez mais sensível e cruel.

Alguns poderão mais uma vez vir argumentar que estamos competindo com a China e que lá os salários são extremamente baixos, o que nos obrigaria a fazer o mesmo.

Mas a China é um problema que os governos ocidentais já deveriam ter atentado há tempos, não devido a seu crescimento vertiginoso, mas principalmente quanto à larga utilização de trabalho escravo e semiescravo que emprega em sua produção. Isso entre outros, que já falamos várias vezes no Blog dos Mercantes.

Mas hoje iremos apenas defender o direito de brasileiros adquirirem um salário melhor. E começaremos explicando um fato que está na cara de qualquer um, e não vê quem não quer: nós não somos chineses, não vivemos na China, nosso custo de vida é diferente, nossas necessidades são diferentes, nossa compreensão de mundo (cultura) é diferente e por isso não podemos ser comparado aos chineses.

Um segundo ponto é que precisamos de um país mais justo, não de uma classe dominante ainda mais rica. Isso ela já é o suficiente. Precisamos agora começar a distribuir o bolo da riqueza do país, até porque isso pode fazer com que esse bolo cresça ainda mais, o que só faria bem a todos os cidadãos brasileiros.

O terceiro ponto é que mais uma vez querem justificar excessivos ganhos com a justificativa de que existe concorrência entre trabalhadores do mundo todo. Porque mais uma vez os trabalhadores brasileiros devem pagar a conta, enquanto nossos empresários nadam de braçada nos mais altos lucros do planeta?

O quarto é algo que também estamos sempre lembrando aqui no Blog dos Mercantes. Achamos importante o agronegócio, suas exportações, assim como a presença de indústrias múltiplas no território nacional, mas que tal começarmos a educar adequadamente essa população, incentivarmos devidamente nossa pesquisa científica, e criarmos as bases para a instalação de indústrias de ponta no país.

Muitos irão dizer “Ah, mas temos Embraer, ou qualquer outra empresa desse tipo!” É verdade, digo eu, mas essas empresas no Brasil são exceções. Precisamos entrar no capitalismo do séc. XXI, sermos detentores de tecnologia de ponta em muitos setores e disputarmos mercado de forma a alavancar todo o país, não apenas uma meia dúzia de empresários.

Por último uma pergunta: onde está escrito que os ganhos dos trabalhadores não podem subir mais que o dos patrões por alguns poucos anos?

Não tenho nada contra empresários, mas o país precisa ultrapassar essa discussão estéril retrógrada e começar a pensar em crescer e evoluir. E não precisamos destruir nossas reservas biológicas para isso, basta sermos inteligentes.

Quem quiser ler o texto todo de Sílvio Guedes basta clicar aqui.


Gasto com empregado da indústria cresce 2 vezes mais que renda do dono

Sílvio Guedes Crespo 03/09/2014 06:00

A indústria brasileira aumentou em 17,2% acima da inflação o gasto médio com o pagamento de cada assalariado entre 2007 e 2012. No mesmo período, as remunerações totais dos não assalariados – sócios – subiram 9,1%, de acordo com cálculos do blog Achados Econômicos feitos a partir do banco de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).





Em 2007, a indústria gastou R$ 165 bilhões com seus 6,9 milhões de empregados, em valor atualizado pelo índice oficial de inflação. Isso dá R$ 23,7 mil para cada funcionário no ano inteiro.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes mostra a importância de uma boa gestão

Muito se fala sobre uma boa gestão financeira nas empresas. De modo geral isso é o objetivo da maioria delas, pois com a boa gestão financeira os lucros são maiores. Claro que para isso são necessárias também outras providências, como uma operação enxuta e correta, boa equipe de vendas, etc.

No mundo sindical a coisa vai pelo mesmo caminho, mas com a grande diferença de que não se buscam lucros financeiros ao sindicato, mas tão somente melhorias para a(s) categoria(s) representada(s).

Sendo assim é imprescindível a boa gestão de qualquer instituição, seja ela uma empresa, seja ela um sindicato.

Pelas palavras de Severino Almeida Filho, presidente do Sindmar, o nosso parece estar em boas mãos no que toca gestão. Quem acompanha a vida sindical, e participa dos eventos e seminários promovidos pela entidade sindical que representa os Oficiais Mercantes, sabe que isso se reflete em todos os setores do sindicato, e não só no financeiro.

E se até na casa da gente é assim, porque não seria nos órgãos de classe?


Encontro sobre gestão financeira fortalece CTB na luta política
Por Marcos Aurélio Ruy

Fluxo de caixa, planejamento estratégico, captação de recursos, imposto sindical, aumentar número de filiados, como investir e gastar bem o dinheiro, entre outros, foram temas presentes no 1º Encontro sobre Gestão Financeira da CTB nesta quinta-feira (24) em São Paulo com a participação ativa de dezenas de sindicalistas de todo o Brasil.
“O Encontro revelou o quanto é fundamental o fortalecimento do projeto sindical classista da CTB e para uma compreensão do atual quadro financeiro da Central”, define Adilson Araújo, presidente da CTB. Adilson garante que a gestão cetebista dá toda a transparência aos seus atos administrativos e a direção nacional está procurando aprimorar cada vez mais sua atuação para avançar na luta sindical com mais força. “Toda informação sobre a nossa gestão é pública e estaremos sempre prestando conta de nossos atos”, garante.

“Decidimos realizar este Encontro na reunião do Conselho Político da entidade em maio, porque já estava definido pelo nosso Planejamento Estratégico debater a gestão financeira visando aperfeiçoar a atuação de nossos dirigentes”, revela Kátia Gaivoto, secretária geral da CTB. Para Gilda Almeida, secretária de Finanças da Central, “Não existe uma receita própria sobre gestão financeira. Por isso, decidimos realizar o Encontro para trocar experiências e debater as gestões dos exercícios financeiros das entidades sindicais e buscar soluções que aumentem a arrecadação da CTB para melhorar ainda mais sua atuação”.

Para Gilda, “a gestão financeira de qualquer organismo é essencial, porque sem ela não se consegue executar a política para avançar nas questões importantes neste momento do país”.
Já para o vice-presidente da CTB Joílson Cardoso “um sindicato, uma central ou qualquer organismo sindical pertence aos trabalhadores e por isso exige uma grande responsabilidade em administrar os seus recursos financeiros. Por isso este Encontro tem como objetivo descobrir maneiras de aumentar os recursos para fortalecer a qualidade e a quantidade dos trabalhos da CTB”.

Kátia preconiza a necessidade de “sair daqui com uma resolução política sobre como conseguir aumentar os recursos da Nacional, das CTBs estaduais e de nossos sindicatos e colocarmos em prática nossos planejamentos e assim avançarmos nas questões sobre o mundo do trabalho e na vida dos brasileiros”.

Para Severino de Almeida Filho, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), “é fundamental entender a importância de uma boa gestão financeira para estabelecer um equilíbrio entre a receita e os gastos de qualquer entidade”. Para o sindicalista do Rio de Janeiro, “os dirigentes sindicais não podem ficar mais esperando que a CTB venha resolver seus problemas, ao contrário, cada sindicato é que deve contribuir para melhorar a situação financeira da nossa Central”.

A planilha apresentada no Encontro mostra que os sindicatos de trabalhadores rurais são os que estão mais em dia com a contribuição financeira para a Central. Sérgio de Miranda, presidente da CTB-RS explica isso porque “no geral, os sindicatos de trabalhadores rurais têm uma boa gestão financeira dos poucos recursos que recebem”. Ele acentua que “mesmo assim, os dirigentes sindicais mostram muita responsabilidade com o dinheiro de suas categorias e procuram contribuir com a CTB Nacional da melhor maneira possível porque acreditamos que zelar pelos recursos dos trabalhadores é importante para aplicá-los na luta sindical”.


“A classe trabalhadora vem sofrendo as consequências do brutal cerco imposto pela crise econômica mundial que impõe uma agenda perversa de regressão no trabalho, assim se faz necessário investir mais no empoderamento da nossa militância e no fortalecimento das entidades sindicais. Tudo isso contribui para a consolidação da CTB democrática, classista e de luta, tornando nosso projeto nacional ainda mais forte”, define Adilson.

sábado, 13 de setembro de 2014

Suzanne Vega - Luka

Dona de uma voz suave e firme, Suzanne Nadine Vega explodiu em 1987 com a canção Luka, do álbum Solitude Standing. Suzanne iniciou sua carreira como na canção de Milton Nascimento, ou seja, nos bares da vida.

A música de Suzanne apresentava forte influência do folk, e essa música em particular, Luka também estava antenada com o momento e as próprias convicções da cantora, que atuava ativamente na defesa dos direitos das crianças. É bom lembrar que dois anos antes havia sido gravada a canção We Are The World, composta por Michael Jackson e gravada por, talvez, a maior reunião de astros do Rock e do Pop em uma única música até hoje. A canção era revertida em conseguir fundos para ajudar as crianças africanas.

Mas apesar do sucesso estrondoso e internacional que teve com esse disco, e essa canção, a carreira de Suzanne não acabou após isso, mas caiu diante de uma série de críticas desfavoráveis de fãs e da mídia especializada, e nunca mais retornou ao sucesso estrondoso alcançado no final dos anos 80.



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes pergunta: portos em segundo plano?

Não concordo que a troca de ministros descrita abaixo seja um desprezo ou descaso com os portos. Simplesmente estamos em período eleitoral, as peças se movem, alguns deixam o governo para se candidatarem a cargos eletivos, outros por acordo políticos e alianças, e existe a dança das cadeiras de final de qualquer mandato executivo. Isso ocorreu no governo Sarney, no Itamar, nos dois mandatos de Fenando Henrique, nos de Lula, e agora no de Dilma. Fato natural da política, mas que em tempos de recessão econômica, ainda que leve, tomam ares de descaso e desgraça, manhas do jogo político.


Troca de ministros mostra desprezo por portos

Charles De Gaulle, quando presidia a França, disse não ser o Brasil um país sério. Em certos aspectos, tem razão. Vejam a Secretaria Especial de Portos (SEP). Foi criada não por ser necessária, mas porque Lula queria retribuir o apoio do PSB, na época, de Ciro Gomes. Assim, Ciro obteve a nomeação de seu conterrâneo Pedro Brito que, por acaso – exclusivamente por acaso – foi um excelente executivo.

Com Dilma, Brito saiu, mas outro cearense, do mesmo PSB, virou o titular da SEP: Leônidas Christino. Embora engenheiro, era ex-prefeito de Sobral e pouco conhecia de portos. Ao deixar o cargo, em outubro de 2013, a Folha de São Paulo publicou que, nesse ano, Christino não gastou sequer um centavo da verba de investimentos. Nesse período, Dilma lançou a MP dos Portos, a pretexto de gerar investimentos nos portos e que causou muita polêmica.

Em seguida, veio Antonio Henrique Pinheiro Silveira. De início, todos temiam que fosse radical, por ser indicação do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, considerado petista ferrenho, defensor de intervenções estatais. Com o passar do tempo, no entanto, os interlocutores empresariais começaram a destacar a disposição de diálogo de Silveira. Apesar disso, em razão da centralização criada pela nova lei dos portos, o setor ficou paralisado.

No dia 14 de maio último, esta coluna destacava: “Investimentos nos portos estão totalmente parados”. Eram citadas como fontes a Associação Brasileira de Terminais Portuários (Abtp), o consultor Elias Gedeon, da empresa Notre Dame e Nélson Carlini, presidente da Logz. Os três informavam que o primeiro bloco de licitações pós lei dos portos – incluindo áreas de Santos – estava sendo reexaminado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Já o segundo bloco – incluindo Paranaguá (PR) e Salvador(BA) – teria de ser totalmente refeito. Além disso, os empresários reclamavam que a regulamentação da lei estava sendo burocratizada, desestimulando investimento.

Pois, nesse ambiente – com centralização excessiva em Brasília e investimentos paralisados – a presidente Dilma resolve mudar o controle da SEP. Dilma pode trocar ministros quando desejar, mas não poderia anunciar que essa alteração teria sido feita para dar eficiência ao setor. Na verdade, o PR pediu a cabeça de César Borges nos Transportes. O político baiano foi afastado de sua pasta e transferido para a SEP, onde pouco poderá realizar, pois mal terá tempo de conhecer as particularidades da SEP. Quanto a Paulo César Passos – de novo nos Transportes – conhece tudo nessa área, mas pouco fará, em fim de festa.

No Governo Lula, se dizia que a preocupação com portos era tão grande que o governo tinha criado a “Agenda Portos”, pois o tema seria debatido diariamente no Planalto. No entanto, desde a criação da SEP, o que se vê é a prevalência da política sobre qualquer preocupação técnica com o setor. Recentemente, empresários denunciaram que as dragagens dos portos de Rio e Santos estavam atrasadas e, como todos sabem, os navios estão aumentando de tamanho, e as nações desenvolvidas se preparam para receber embarcações cada vez maiores, em portos sempre mais modernos. Porto não é prioridade, é massa de manobra política.


Sergio Barreto Motta

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes: Oh, transatlânticos! Quando isso terminará?

Entra ano sai ano, e o Blog dos Mercantes traz denúncias que atingem diretamente aos navios de cruzeiro que operam em nossas costas, mais notadamente no período de “alta temporada”, que vais de novembro de um ano a começo de abril do seguinte. Mas eles não aparecem apenas nesse período, embora em outras épocas do ano sejam mais raros e difíceis de encontrar.

Abaixo mais uma vez vemos o Sindmar denunciar as condições a bordo e de operação dessas luxuosas embarcações, que ainda exercem fascínio em muitas pessoas.

E depois de assédios sexuais, mortes, intoxicação, e contratos de trabalho individuais e coletivos não cumpridos, finalmente aparece abaixo a informação de que os Fiscais do Ministério do Trabalho reconheceram a existência de trabalho análogo a escravidão a bordo, algo que sempre defendemos a existência já que o simples pagamento de um determinado valor e da existência de um contrato de trabalho não são suficientes para excluirmos tal possibilidade, já que muitos outros fatores são relacionados à escravidão, e devem ser analisados para que pudéssemos definir tal situação. Como já disse aqui no Blog dos Mercantes também, por várias vezes detectei situações que poderiam se inserir na categoria de analogia a escravidão a bordo, como longas e repetitivas jornadas diárias, más condições de trabalho, apreensão de documentos, o não cumprimento dos contratos de trabalho, etc.

Além das que elenquei acima, o Segundo Presidente do Sindmar, José Valido, nos recordou das já recorrentes competição injusta com a rede hoteleira brasileira, não pagamento de impostos, entre outras, para justificar e embasar novamente o pedido de regulamentação das operações dessas embarcações em águas nacionais.

Até quando iremos presenciar tais atrocidades em nossa casa, para que meia dúzia de brasileiros ganhe algum dinheiro, as empresas de navegação estrangeiras ganhem muito dinheiro, enquanto o governo e sociedade brasileiros pagam e sofrem as consequências de operações inseguras e irresponsáveis.



Poluição de transatlânticos gera críticas de marítimos

José Válido, segundo presidente do Sindicato dos Marítimos (Sindmar), fez nova investida sobre os cruzeiros marítimos, pedindo que sejam regulados pelo governo, como consta de projeto do senador Paulo Paim (PT-RS). “Os navios de cruzeiro não trazem renda, destroem a indústria hoteleira e o comércio local, fora problemas de doenças coletivas e poluição das praias”.

Cita Válido: “Nos navios mercantes, é obrigatório ter estação de tratamento de esgoto, para tripulação de no máximo 30 pessoas. Agora imaginem uma estação de tratamento para um navios de cruzeiro com 2 mil turistas a bordo, mais a tripulação, que inclui gente de hotelaria, serviços e parte artística. É uma coisa monstruosa. Nós temos suspeitas de que os equipamentos de bordo não são capazes de tratar e sabemos bem que a maioria dos portos brasileiros não tem instalações para isso”. E completa: “Não consigo enxergar no Pier Mauá, no Rio, nenhum silo capaz de coletar esgoto de milhares de pessoas. Não consigo enxergar isso também em Búzios ou Cabo Frio, onde esses navios fazem paradas”. Válido também lamenta não haver um navio brasileiro em turismo.

Agora, na Copa, um mexicano, passageiro da MSC, sumiu no mar. É mais um caso de falta de segurança em um setor que opera no Brasil sem qualquer controle por parte do governo. Até pequenas lanchas obedecem a normas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), mas os transatlânticos operam sem seguir as regras dessa agência. No início do ano, um cidadão paranaense, Sérgio da Silva Oliveira, filmou, no navio MSC Magnifica, a tripulação jogando lixo ao mar pela madrugada, incluindo garrafas envoltas em sacos plásticos. O processo foi encaminhado ao Ministério Público, e o vídeo foi mostrado no jornal do SBT. Em abril, o Ministério do Trabalho considerou que 13 tripulantes brasileiros estavam a bordo em condições análogas às de escravidão em um navio da MSC.

Sergio Barreto Motta


sábado, 6 de setembro de 2014

Pearl Jam - Black

O Pearl Jam já apareceu por aqui algumas vezes. Mas nunca é demais ouvirmos boas músicas deles. Dessa vez é Black, grande sucesso dos anos 90.




quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes mostra o bom horizonte nos portos

Acredito que não haja dúvidas de que as notícias divulgadas no artigo da Agência Brasil, abaixo, são bastante animadoras para o setor portuário, e de quebra para a economia brasileira. Mas mesmo assim restam algumas perguntas, cujas respostas deveriam ter sido incluídas no artigo abaixo, para evitar qualquer mal entendido quanto às reais possibilidades das áreas novas:

- Essas áreas estão dentro das áreas dos atuais portos, ou são áreas afastadas de grandes centros urbanos e que possibilitariam maior agilidade na chegada e no escoamento das mesmas?

- Se dentro das áreas dos atuais portos, são áreas novas, que irão ampliar os portos, ou são simplesmente áreas subutilizadas de administração pública direta?

- Se são áreas totalmente novas, a presença dos portos será acompanhada pela necessária infraestrutura intermodal (ferrovias, rodovias, hidrovias) perto?

- Esses investimentos serão realmente da iniciativa privada, ou terão financiamento governamental, tendo como garantia os próprios portos a serem construídos?

Não é nada, não é nada, mas são perguntas interessantes para serem feitas, e de preferência respondidas pela Secretaria Especial de Portos, já que as respostas definem bem qual o nível de interesse e disponibilidade de capital novo na área dos portos, ou se é um esforço do governo em renovar, ampliar e melhorar o setor, e ao mesmo tempo presentear alguém.

E olha que eu nem entrei na seara de saber se os trabalhadores que irão operar esses novos portos saíram dos Ogmos ou não.


Governo deve autorizar 42 portos privados até o fim do ano, diz ministro

O ministro da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, disse ontem (10) que o governo deve liberar a construção de 42 portos privados no país até o final do ano.

Silveira participou de uma audiência pública para esclarecimentos sobre os atrasos na realização de processos licitatórios para o arrendamento de portos no setor privado e sobre a política portuária nacional.

De acordo com o ministro, a liberação dos terminais privados deve gerar R$ 5,2 bilhões em investimentos. Silveira disse que os novos terminais, somados aos 22 licitados em dezembro de 2013, vão gerar capacidade logística equivalente à do Porto de Santos.

Segundo Silveira, o governo também está analisando a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro de contratos de portos já existentes que poderiam elevar o valor dos investimentos para R$ 8,3 bilhões. “Estamos examinando com afinco e disponibilidade. É um trabalho grande que precisou de um modelo para reequilíbrio”, disse.


Luciano Nascimento

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Blog dos Mercantes fala sobre os avanços da indústria naval

O offshore é uma das especialidades que vêm crescendo na indústria nava brasileira
Foto da internet

As duas coisas andam estritamente ligadas no Brasil, até porque, por Lei, armadores devem encomendar suas embarcações no Brasil. Mas isso é no Brasil e EUA, até onde sei, mas no resto do mundo não existe tal obrigação. Porque para uma Marinha Mercante forte não existe a obrigação de uma indústria naval forte, mesmo que a existência da indústria naval facilite a Marinha Mercante a se desenvolver.

Mas, por outro lado, a indústria naval é um setor importantíssimo para o país, gerador de milhares de empregos, e desenvolvedor de alta tecnologia, o que colocará o país em um patamar mais elevado na busca do desenvolvimento, se conseguir consolidar de vez esse ramo da economia.

Mas para isso são necessárias mais ações no sentido de impulsionar e estabilizar ainda mais este setor industrial, que já apresentou sensíveis melhoras em determinados segmentos, mas ainda necessita de mais tempo e investimentos para se concretizar como um real produtor de riqueza, renda, tecnologia e bem-estar social no Brasil.

Continuemos incentivando e investindo, pensando em formas de torna-lo mais competitivo, e cobrando resultados. Sem isso nossa meta de uma indústria naval forte e participativa com as sociedade e economia brasileiras dificilmente se tornará realidade.



Com barreira tecnológica superada, desafio da indústria naval brasileira é melhorar resultados

O recente anúncio da Petrobrás apontando produção recorde no pré-sal, 428 mil barris por dia, comprova a superação da barreira tecnológica de produção no Brasil e torna a melhora da eficácia o novo desafio a ser vencido. A opinião é do presidente da Abenav (Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore), Augusto Mendonça.

Embora os níveis de competitividade da indústria naval brasileira estejam em diferentes estágios na construção de navios, plataformas e embarcações de apoio, o setor tem se dedicado a atingir patamares comparáveis aos principais concorrentes mundiais. “A curva de aprendizado vem se desenvolvendo e, 14 anos após a reativação da indústria naval brasileira, estamos próximos de sermos competitivos em setores como embarcações de apoio, do tipo PSV, e sistemas offshore”, explica Mendonça.

De acordo com a Abenav, a criação do Promef (Programa de Modernização da Frota de Petroleiros) e a priorização de construção de plataformas no país têm três premissas básicas: fabricar unidades de transporte e produção no Brasil, o que foi possível com a construção de estaleiros nacionais; aumentar gradativamente o índice de nacionalização dessas unidades (65% de conteúdo local na primeira e 70% na segunda fase) e tornar o País competitivo mundialmente no setor.

Outro fator que colabora para a competitividade da indústria naval é o aumento do mercado de navegação doméstico (cabotagem) que, no primeiro trimestre do ano cresceu 27% em relação ao mesmo período de 2013, somando 165 mil Teus. Para o comandante e vice-presidente executivo do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Luís Fernando Resano, tal crescimento é focado nas cargas de contêineres, que deixam o modal rodoviário e passam para o aquaviário. “É mais atrativo economicamente e melhor para o ambiente”, pondera. É nessa redução dos custos logísticos, já que o modal transporta um número maior de contêineres se comparado ao rodoviário, que as empresas têm se firmado, já que é possível aumentar o lucro e até mesmo reduzir preços, “atraindo ainda mais os investimentos das empresas de navegação”, completa Resano.


A Abenav e o Syndarma são entidades parceiras da Marintec South America - 11ª Navalshore, principal evento da indústria naval e offshore da América Latina, que reunirá 12 pavilhões internacionais, 380 marcas e 17 países, entre os dias 12 e 14 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ