terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Disputa ao vivo e a cores

Hoje em dia não vemos em nenhum outro setor campanha e disputas tão grandes entre capital e interesses nacionais x capital e interesses estrangeiros.

Claro que parte das ações que são tomadas nesse setor específico, não são tomadas somente para prejudicar os interesses brasileiros na exploração do óleo bruto em nossas águas de exploração econômica exclusiva, mas com certeza têm esse interesse também.

Mas colocar a culpa única e exclusivamente em uma campanha, ou em uma luta entre interesses nacionais e estrangeiros é muito pouco para explicar os problemas pelos quais passam a exploração petrolífera no país, e a economia como um todo. Muitos erros foram cometidos, na condução da economia nacional. Esse processo começou no final do segundo governo Lula, mas se intensificou muito no primeiro governo Dilma.

Os remédios agora são amargos, mas não são garantia de sucesso, porque mais do que fatores econômicos interferem no andamento de nossas forças produtivas. Num país em que a eleição de 2014 não terminou, e a de 2018 já começou, muita coisa interfere na economia.

E se há algo nisso tudo que podemos lamentar é a política do quanto pior melhor, praticada por boa parte dos políticos, dos partidos, e da imprensa brasileiros.

É um país que ainda precisa evoluir muito para aprender o que é democracia e como viver com ela.



Valor Econômico – Reportagem – 15/09/2015

Cunha acelera projeto que revoga regime de partilha no pré-sal

Em meio a discussões sobre novo corte nos investimentos da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pautou para esta semana a análise de requerimento de urgência assinado por sete líderes partidários para revogar o regime de partilha do petróleo e por fim à exigência de que a estatal participe da exploração de todos os campos. O item precisa apenas de maioria simples para ser aprovado.

Os governadores do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), defenderam na semana passada, em jantar com Cunha e a cúpula do partido na residência do vice-presidente Michel Temer (PMDB), mudanças no regime de partilha para a retomada dos investimentos no setor de petróleo e gás, que enfrenta sérias dificuldades com os problemas de caixa da Petrobras.

O pedido de urgência é assinado pelos líderes de quatro partidos de oposição - DEM, PSDB, PSC e PSB - e três da base - PMDB, PRB e PSD, sendo que o líder pemedebista, Leonardo Picciani (RJ), representa um bloco composto ainda por PP e PTB. O requerimento foi protocolado em março, mas Cunha só incluiu na pauta esta semana.

Se aprovado, o que depende apenas de maioria simples (o voto de metade dos deputados presentes, mais um), o projeto ganha urgência e pode ser votado direto em plenário, sem precisar passar pelas comissões da Câmara - onde tramita há dois anos sem sequer um parecer aprovado.

O projeto acaba com a exclusividade da Petrobras como única operadora de todos os blocos de extração sob o regime de partilha, criado em 2010 e uma das bandeiras do governo do PT. A estatal, que enfrenta problemas de caixa, também ficaria desobrigada da participação mínima de 30% em todos os consórcios de exploração de petróleo.

Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), autor do projeto que ganharia urgência, o fim do regime de concessão foi um "claro equívoco" que provocou perdas para o país. "Propomos o retorno ao modelo anterior, que garante maior competição e, consequentemente, maiores possibilidades de ganhos para o Tesouro", disse.

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