Com a dinâmica da economia moderna, uma empresa não produz apenas para um mercado local, mas também para ele, pois na verdade, a atuação e o mercado consumidor dessa empresa é o mundo - ao menos em tese - e assim uma das maiores preocupações de um empresário, ao instalar uma unidade de produção, é em como ele vai escoar seus produtos.
Com essa visão de mundo o transporte se tornou fundamental para atrair e garantir investimentos. Um exemplo claro disso é a China. De nada adiantaria terem mão-de-obra barata e qualificada, se não tivessem meios de escoar a enorme produção que a indústria Ocidental transferida para as fronteiras cinas necessita. Portos, estradas, ferrovias e aeroportos são fundamentais nesse processo, e a Marinha Mercante, em suas várias facetas, é peça chave em toda essa estrutura, pois por ela fluem pouco mais de 90% do comércio internacional.
Por isso uma hidrovia é algo tão importante, por isso o acesso fácil a portos modernos também o é.
O Brasil avançou nisso nos últimos 12 anos, mas ainda está muito atrasado nessa visão, e principalmente em sua aplicação. Precisamos recuperar rapidamente o atraso causado pelo lobby de empresas ligadas ao transporte rodoviário, sob pena de vermos o desenvolvimento do país seriamente afetado por políticas públicas de transporte equivocadas.
Conexão Tocantins – Reportagem – 14/08/2015
Hidrovia do Rio Tocantins como equipamento de desenvolvimento do Estado é tema de palestra
A construção da hidrovia no Rio Tocantins para que se torne equipamento de desenvolvimento do Estado foi tema de palestra ministrada ontem, quinta-feira (13), em Palmas, pelo superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Vilmar Carneiro, em evento de comemoração do Dia do Economista.
O superintendente mostrou a necessidade e o esforço do Governo do Estado em buscar parcerias e empreendedores para desenvolver o projeto, passando pela construção das eclusas nas três barragens existentes no rio, derrocamento dos trechos rochosos em seu leito, construção de 12 portos e armazéns de carga e descarga, implantação da sinalização diurna e noturna e balizamento.
“Estima-se que serão necessários investimentos em torno de R$ 5 bilhões, e nosso esforço agora é nivelar esses entendimentos com todas as forças governamentais, representativas e organizadas da sociedade, visando despertar nossos representantes políticos em todas as esferas para, depois, buscar sensibilizar empreendedores e investidores dispostos a enfrentar esses desafios por meio de concessões ou parcerias público privadas, cujo retorno, em princípio, se mostra garantido num espaço razoável de tempo”, afirma.
Vilmar Carneiro sugere que os portos e armazéns sejam construídos nos municípios de Peixe, Brejinho de Nazaré, Porto Nacional, Palmas, Miracema, Pedro Afonso, Itapiratins, Palmenirante, Babaçulândia, Tocantinópolis e Aguiarnópolis, e que esse modal de transporte, integrado à Ferrovia Norte Sul e à BR-153, tornará o Tocantins o caminho mais curto e mais rentável para o escoamento da produção dessa região central do Brasil rumo aos portos da Região Norte para o mundo.
Ele diz também que alguns grandes empreendedores já iniciaram contatos com o Governo do Estado, a exemplo do diretor geral do grupo Euroconsult no Brasil, Andrés Alvarez Wurtenberger que, em reunião preliminar, demonstrou interesse na parceria. “Agora, vamos também em busca de cooperação do governo federal para definirmos um modelo de concessão a ser empregado nessas parcerias público-privadas”, acrescenta.
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