O que o custo da mão de obra tem a ver com isso?
Primeiro partimos da seguinte situação: desde o ano passado que os trabalhadores não conquistam aumentos reais de salário, salvo pouquíssimas categorias.
O artigo da Gazeta do Povo passa o tempo todo falando de problemas de infraestrutura, baixo investimento e manutenção e ampliação da malha intermodal, o que aumenta o custo pelo uso do transporte rodoviário (como prioritário), e aumento do tempo de viagem pela má manutenção das estradas.
Abaixo destaquei o parágrafo onde o artigo elenca alguns dos fatores que aumentaram o custo da logística de transporte. Nesse elenco de fatores, não tenho o menor medo de apontar o fator mão de obra especializada como ínfimo na construção do custo do transporte, e foi colocado aí apenas para tentar legitimar o arrocho salarial que o empresariado brasileiro vem tentando impor nos últimos anos.
"Resende destaca que entre os fatores que mais influenciaram na evolução dos gastos com logística estão o aumento da burocracia, restrição para distribuição nas regiões metropolitanas, custo com mão de obra especializada, aumento dos preços dos combustíveis e falta de infraestrutura de apoio nas estradas, que tem um peso forte nas despesas logísticas."
Alguns dos fatores são muito mais lesivos na construção desse custo, como restrição de distribuição nas regiões metropolitanas, ou falta de infraestrutura nas estradas, mas o título do artigo é mão de obra (o seu salário), e combustível (Petrobrás).
Não seja ingênuo. Estão mentindo para você.
Primeiro partimos da seguinte situação: desde o ano passado que os trabalhadores não conquistam aumentos reais de salário, salvo pouquíssimas categorias.
O artigo da Gazeta do Povo passa o tempo todo falando de problemas de infraestrutura, baixo investimento e manutenção e ampliação da malha intermodal, o que aumenta o custo pelo uso do transporte rodoviário (como prioritário), e aumento do tempo de viagem pela má manutenção das estradas.
Abaixo destaquei o parágrafo onde o artigo elenca alguns dos fatores que aumentaram o custo da logística de transporte. Nesse elenco de fatores, não tenho o menor medo de apontar o fator mão de obra especializada como ínfimo na construção do custo do transporte, e foi colocado aí apenas para tentar legitimar o arrocho salarial que o empresariado brasileiro vem tentando impor nos últimos anos.
"Resende destaca que entre os fatores que mais influenciaram na evolução dos gastos com logística estão o aumento da burocracia, restrição para distribuição nas regiões metropolitanas, custo com mão de obra especializada, aumento dos preços dos combustíveis e falta de infraestrutura de apoio nas estradas, que tem um peso forte nas despesas logísticas."
Alguns dos fatores são muito mais lesivos na construção desse custo, como restrição de distribuição nas regiões metropolitanas, ou falta de infraestrutura nas estradas, mas o título do artigo é mão de obra (o seu salário), e combustível (Petrobrás).
Não seja ingênuo. Estão mentindo para você.
Gazeta do Povo – Reportagem – 01/02/2016
Mão de obra e combustível inflam gastos com logística
O
cenário de recessão, com baixo investimento e queda no consumo, ajudou a
potencializar os gastos do setor produtivo com logística.
No
ano passado, quase 12% da receita das empresas foi consumida com
despesas de transportes e armazenagem, segundo levantamento feito pela
Fundação Dom Cabral, com 142 empresas de 22 segmentos industriais. Em
2012, esse porcentual estava na casa de 10,54% e em 2014, em 11,5%.
Na média, os custos do ano passado tiveram um avanço real (descontada a inflação)
de 1,8% comparado ao do ano anterior. Em alguns setores, no entanto, o
aumento das despesas com logística foi mais perverso e corroeu de forma
expressiva o ganho das companhias.
No
setor de metalmecânica, os gastos cresceram 60% (de 5% para 8,01%); na
mineração, 58% (de 8,5% para 13,43%); farmacêutico e cosméticos, 56% (de
5% para 7,79%); e papel e celulose, 48% (de 13% para 19,25%).
“Houve
uma combinação muito desfavorável para as empresas em 2015: as receitas
caíram e os custos logísticos continuaram a subir”, diz o professor da
Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, um dos coordenadores do
levantamento.
Segundo ele, os gastos com logística subiram mais entre as empresas com
faturamento entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão. Para esse grupo de companhias, os custos avançaram 30%.
Resende
destaca que entre os fatores que mais influenciaram na evolução dos
gastos com logística estão o aumento da burocracia, restrição para
distribuição nas regiões metropolitanas, custo com mão de obra
especializada, aumento dos preços dos combustíveis e falta de
infraestrutura de apoio nas estradas, que tem um peso forte nas despesas
logísticas.
Entre
as empresas pesquisadas pela Fundação Dom Cabral, 80% afirmaram que
usavam, predominantemente, o transporte rodoviário para movimentar suas
cargas, sejam de produtos acabados ou de matéria-prima. O problema é
que, com o ajuste fiscal do governo federal, os investimentos em
infraestrutura rodoviária despencaram.
Houve uma combinação muito desfavorável para as empresas em 2015: as receitas caíram e os custos logísticos continuaram a subir.
Paulo Resende?
O orçamento caiu de R$ 22 bilhões para R$ 15 bilhões. E apenas 15% desse
montante
foi pago, segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Resultado: 57% das estradas pavimentadas continuam em condições ruins e
elevando os gastos das empresas.
“A cada ano nossa infraestrutura fica mais deficitária e nosso custo logístico
piora”, diz o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da
Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz.
Segundo ele, o Brasil precisaria investir, ao menos, duas vezes mais do
que o volume atual só para manter a infraestrutura. “Isso sem contar o
que seria necessário para melhorar a qualidade das estradas, portos e
ferrovias.”
Segundo
ele, até 2014, o país gastava US$ 2.224,40 por contêiner exportado
enquanto o custo dos concorrentes foi de US$ 1.058,05 e dos países mais
competitivos, como EUA, Cingapura, Japão e Coreia do Sul, de US$
1.003,37. “A tendência é piorar, pois continuamos sem investir em
infraestrutura.”
O
professor da Dom Cabral concorda. Ele explica que o avanço de 1,8% do
custo médio em 2015 só não foi maior porque alguns setores apresentaram
recuo nos gastos. A queda, no entanto, não é uma boa notícia, diz
Resende. Ele explica que muitas empresas, ao perceberem redução na
receita, cortaram custos e desmobilizaram toda infraestrutura de
transporte, fechando armazéns, vendendo frotas de veículos e
terceirizando toda a parte de transportes. Com isso, o custo fixo da
logística passa a ser uma despesa variável.
US$ 2.224
por
contêiner exportado foi o gasto médio das companhias brasileiras em
2014. O custo dos principais concorrentes foi de US$ 1.058 e o dos
países mais competitivos, de US$ 1.003 Adriano Thiele, diretor executivo
de operações da JSL, uma das maiores empresas de logística do País,
confirma essa tendência: “Esse movimento tem sido comum nos momentos de
dificuldade econômica, em que as empresas precisam aumentar a
eficiência.”
Segundo ele, o grupo, que tem crescido 26% ao ano, vem conquistado
novos contratos com empresas que já são clientes. “Sempre começamos com
operações pequenas e, aos poucos, vamos assumindo outros serviços.
Assim, eu fico com o custo fixo dele.”
Para
o professor Paulo Resende, num primeiro momento, essa migração pode
representar vantagens. Mas, quando a economia reagir, as empresas terão
dificuldade para retomar esses ativos, pois perderam capacidade
logística. Além disso, com a atividade aquecida, a demanda por serviços
de transporte aumenta e os custos tendem a subir.
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