Aprendam com os brilhantes formadores de opinião, muito bem formados em jornalismo, e provavelmente também em propaganda e marketing. Muito provavelmente não puderam esconder o fato de que Temer e seus correligionários mentiram sobre um encontro reservado entre Temer e Putin, que não houve.
Como mostra o próprio texto, um encontro reservado entre chefes de governo durante reuniões de cúpula mostram as boas relações entre os países, e também interesses em aprofundar essas relações.
No caso do governo Temer isso não ocorre, porque seu novo chanceler tem demonstrado profundo rancor a qualquer coisa que não seja liderada pelos EUA, e mais que isso, tem trabalhado para minar qualquer iniciativa que não tenha essa liderança, muitas vezes prejudicando interesses do próprio Brasil.
Eu já esperava que Temer fosse colocado de lado, não pelo fato de o Brasil não ser importante nos Brics, mas pela postura antagônica que seu governo vem tomando para com o bloco econômico, e que poderia ser uma ótima saída para nossa combalida economia.
E sobre a reportagem, de forma muito interessante, transformam um grande fiasco em propaganda falaciosa sobre a nefasta PEC 241.
Mas pensem bem, se o cara mente sobre um encontro com Putin, você acha mesmo que ele falaria a verdade sobre a PEC 241? Você acha que ele tem realmente sido bem recebido?
Não caiam nessa.
Temer foi o único dos representantes dos Brics a não ser recebido por Putin em Goa, na Índia
Ao contrário do que declarou à imprensa
brasileira nesta terça-feira, 18, o presidente da República foi
preterido pelo russo, sendo o único chefe de Estado a não ter tido um
encontro bilateral com o líder
Andrei Netto, Enviado Especial 18 Outubro 2016 | 19h27
TÓQUIO - A julgar pelas declarações à
imprensa brasileira feitas na noite de terça-feira, 18, horário local,
em Tóquio, no Japão, o presidente Michel Temer teve um caloroso encontro
com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula dos Brics
realizada no fim de semana em Goa, na Índia. Mas a realidade foi
diferente: o brasileiro foi preterido pelo russo, sendo o único dos
chefes de Estado e de governo do grupo a não ter tido um encontro
bilateral com o chefe do Kremlin.
Em diplomacia, a reunião bilateral é uma deferência
política ou um gesto de proximidade e, não raro, de simpatia entre dois
dirigentes políticos. O russo se reuniu em Goa com o presidente da
China, Xi Jinping, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e
com Jacob Zuma, presidente da África do Sul, mas não concedeu seu tempo a
Temer durante os dias de permanência dos dois líderes na cidade
indiana. Segundo o canal de informação Russia Today, espécie de NBR da
Rússia, a escolha seria por não se aproximar do presidente brasileiro
após a "mudança brusca", como se referiram ao impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo o canal, os líderes dos Brics
prestam "muita atenção" em Temer para tentar entender quais serão os
rumos políticos do Brasil a partir de agora.
Em seu primeiro pronunciamento aos jornalistas
brasileiros, Temer não se referiu à falta de encontro com Putin, mas
insinuou, ao contrário, uma certa aproximação com o líder russo. Ao ser
questionado sobre como os líderes estrangeiros haviam reagido em relação
à aproximação da PEC sobre o limite de gastos do orçamento, Temer
afirmou: "Não só o ministro indiano se interessou, como durante um
almoço o ministro Putin… o presidente Putin se interessou vivamente,
tanto que eu dei explicações as mais variadas sobre o nosso projeto",
disse ele. Instantes depois o presidente brasileiro se referiu ao almoço
como "um jantar". Sem ser questionado, Temer prosseguiu falando de
Rússia: "Há uma identidade muito grande de questões econômicas entre a
Rússia e o Brasil".
O brasileiro explicou que a dívida bruta brasileira é
quase 70% do PIB, "um índice altíssimo". "Na Rússia, me disse ele
(Putin), igualmente. E o déficit de R$ 170 bilhões
representa no nosso caso 1,8% do PIB, e na Rússia representa 2% ou
2,1%. De modo que, como havia essa identidade, nós conversamos muito
sobre o teto dos gastos públicos. Percebo que ele se interessou. Agora
não sei o que ele fará."
Logo a seguir, mais uma vez sem ser questionado sobre a
Rússia, Temer voltou a falar em Putin. "Eu fiquei de mandar a
documentação da proposta da PEC dos gastos públicos para ele e até para
os demais integrantes dos Brics", explicou.
Apesar de ter sido preterido pelo presidente russo,
Temer disse estar sendo acolhido "com simpatia" nas reuniões no
exterior. "Não vou nem dizer simpatia, mas acolhimento e compreensão das
palavras que digo", corrigiu-se a seguir. E então voltou a falar de
Putin ao mencionar que propôs a aproximação "dos povos dos Brics": "O
interessante é como isso foi bem acolhido e foi até objeto de
manifestação do presidente Putin quando nós fizemos a segunda plenária
dos Brics", contou.
Já sobre o presidente chinês, Xi Jinping, Temer não fez referências diretas na entrevista, tampouco sobre o sul-africano.
Além de ressaltar a "identidade" entre Brasil e Rússia,
Temer alfinetou as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma
Rousseff ao dizer que "não setorizamos as relações do País" ao elogiar a
importância dos encontros marcados para esta quarta-feira com o
imperador Akihito e com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.
"Estamos universalizando as nossas relações. Nós não setorizamos as
relações do país. Ainda há pouco estive na reunião dos Brics, onde há
países parceiros do Brasil. Queremos nessa universalização ampliar as
relações do Brasil. E o Japão pode ser um grande parceiro", frisou.
Quanto ao intuito de suas viagens internacionais, além
de falar em economia, Temer não escondeu um objetivo
político-diplomático: "(Quero) revelar também com nossas viagens a
plenitude da estabilidade institucional em nosso país", disse o
presidente. "Nós passamos por alguns momentos mais complicados
politicamente, mas que vão se pacificando pouco a pouco."
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