São muitos os fatores que assoberbam o mundo, não apenas de hoje, mas de sempre. Para os simplistas, que tendem a ver o golpe jurídico-midiático-parlamentar ocorrido no Brasil como algo interno, ou como algo externo, ou como ligado apenas a esses três poderes da vida brasileira, lamento informar, mas deveriam abrir seus horizontes.
A ótima entrevista com Moniz Bandeira na coluna Carta Maior é nítida em apontar diversos fatores para tudo isso, e mostra também que não há pudores em desestabilizar regimes e países em nome da acumulação capitalista.
O Brasil do lulo-petismo não era perfeito, mas melhorava e incomodava externamente. Foi substituído por um Brasil subserviente. Não a toa Temer vem sendo colocado de lado em reuniões nas quais Dilma era centro das atenções, mesmo com todos seus defeitos.
Isso se refletirá negativamente na vida da população brasileira por muitos anos, muitos mais do que levaremos para retomar as rédeas de um país comprometido com o desenvolvimento, a distribuição de renda e a melhoria da população brasileira.
Na entrevista a coluna sugere que se leia o livro de Moniz Bandeira, eu, de minha parte, sugiro que se leia a entrevista contida na coluna. Para isso basta clicar no título abaixo.
20/10/2016 10:17 - Copyleft
Falsa democracia é produto de exportação americano
Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Moniz Bandeira fala sobre a geopolítica internacional e suas influências na política interna brasileira.
Léa Maria Aarão Reis*
e Há cerca de duas semanas chegou às livrarias o novo livro do professor Luiz Alberto Moniz Bandeira, A DesordemMundial (Ed.
Civilização Brasileira/ 642 páginas), historiador e cientista social e
segundo o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães “o mais importante
especialista brasileiro e latino-americano em política internacional.”
Este trabalho fecha a sua trilogia constituída de Formação do Império Americano e A Segunda Guerra Fria,
frutos de exaustiva pesquisa e formidável e incontestável documentação
onde o professor aposentado da Universidade de Brasília e universidades
da Alemanha, Suécia, Portugal e Argentina aprofunda o “fio condutor que
atravessa a sua obra de ponta a ponta: o antiimperialismo ocidental e,
em particular, americano,” como a ela se refere o pesquisador Michael
Löwy na apresentação do trabalho.
Em A Desordem Mundial, livro de referência onde é narrada a saga dramática da geopolítica atual – e da humanidade -, é aprofundada a descrição dos métodos da exportação de fake democracie pelos Estados Unidos (democracia militar governada pelo poder aninhado em Wall Street, como registra o historiador); o seu objetivo de total dominação num mundo unipolar com as guerras por procuração (as proxy wars); o ressurgimento notável da Rússia como potência militar e diplomática, e os processos de desestabilização de governos mais vulneráveis ou que contrariam frontalmente seus interesses econômicos (o regime change) como é analisado, na Ucrânia e na Síria.
Algumas observações de Moniz Bandeira tais como“a corrupção é inerente à república presidencialista inspirada no modelo americano” ou ‘’quem fala de teoria de conspiração é ignorante” estão na entrevista que ele concedeu a Carta Maior por email, do escritório de sua residência, em Heidelberg, na Alemanha, onde vive há 20 anos com a mulher, Margot, e o filho, Egas.
Nela, ele faz observações também sobre o golpe no Brasil, programado de fora do país: ”Ele ainda está se consumando.”
Recomenda-se a leitura do livro de Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Carta Maior – Em quanto tempo escreveu A desordem mundial que fecha uma trilogia com Formação do Império Americano e A Segunda Guerra Fria?
Há muitas décadas, desde os meus 20 anos, acompanho e estudo os Estados Unidos, sua formação, política internacional e relações com o Brasil e demais países da América Latina, tais como os da Bacia do Prata, Chile, Cuba etc. Formação do Império Americano, essencialmente uma trilogia com A Segunda Guerra Fria e ADesordem Mundial, comecei a escrever em 2008, quando os embaixadores Jerônimo Moscardo, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, e Carlos Henrique Cardim, diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) me convidaram para escrever um ensaio sobre a geopolítica e a dimensão estratégica dos Estados Unidos a fim de apresentá-lo na III Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional, no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 2008. Depois de 2010, com a evolução dos acontecimentos internacionais, econômicos e políticos, conversei com meu querido editor, Sérgio Machado, proprietário da Record/Civilização, e com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, meu particular amigo, e ambos me estimularam a desenvolver o ensaio e transformá-lo em uma obra com o título A Segunda Guerra Fria. A história é movimento, é um contínuo devenir, a cada instante, como as nuvens no céu, ela toma formato diverso e a partir daí me vi na contingência de escrever outro livro, A Desordem Mundial, lançado agora.
Em A Desordem Mundial, livro de referência onde é narrada a saga dramática da geopolítica atual – e da humanidade -, é aprofundada a descrição dos métodos da exportação de fake democracie pelos Estados Unidos (democracia militar governada pelo poder aninhado em Wall Street, como registra o historiador); o seu objetivo de total dominação num mundo unipolar com as guerras por procuração (as proxy wars); o ressurgimento notável da Rússia como potência militar e diplomática, e os processos de desestabilização de governos mais vulneráveis ou que contrariam frontalmente seus interesses econômicos (o regime change) como é analisado, na Ucrânia e na Síria.
Algumas observações de Moniz Bandeira tais como“a corrupção é inerente à república presidencialista inspirada no modelo americano” ou ‘’quem fala de teoria de conspiração é ignorante” estão na entrevista que ele concedeu a Carta Maior por email, do escritório de sua residência, em Heidelberg, na Alemanha, onde vive há 20 anos com a mulher, Margot, e o filho, Egas.
Nela, ele faz observações também sobre o golpe no Brasil, programado de fora do país: ”Ele ainda está se consumando.”
Recomenda-se a leitura do livro de Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Carta Maior – Em quanto tempo escreveu A desordem mundial que fecha uma trilogia com Formação do Império Americano e A Segunda Guerra Fria?
Há muitas décadas, desde os meus 20 anos, acompanho e estudo os Estados Unidos, sua formação, política internacional e relações com o Brasil e demais países da América Latina, tais como os da Bacia do Prata, Chile, Cuba etc. Formação do Império Americano, essencialmente uma trilogia com A Segunda Guerra Fria e ADesordem Mundial, comecei a escrever em 2008, quando os embaixadores Jerônimo Moscardo, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, e Carlos Henrique Cardim, diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) me convidaram para escrever um ensaio sobre a geopolítica e a dimensão estratégica dos Estados Unidos a fim de apresentá-lo na III Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional, no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 2008. Depois de 2010, com a evolução dos acontecimentos internacionais, econômicos e políticos, conversei com meu querido editor, Sérgio Machado, proprietário da Record/Civilização, e com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, meu particular amigo, e ambos me estimularam a desenvolver o ensaio e transformá-lo em uma obra com o título A Segunda Guerra Fria. A história é movimento, é um contínuo devenir, a cada instante, como as nuvens no céu, ela toma formato diverso e a partir daí me vi na contingência de escrever outro livro, A Desordem Mundial, lançado agora.
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