Palavras duras e claro expansionismo da influência chinesa na Ásia e Oceania. O predomínio norte-americano na região, principalmente na Oceania, assim como uma contra-ofensiva russa no Oriente Médio e na Europa Oriental, colocam a hegemonia total conseguida pelos EUA em cheque. Não acredito em guerra mundial, mas as escaramuças locais, regadas a muito sangue deverão aumentar, para a alegria da indústria bélica mundial.
E as intervenções em países com pouco poder de proteção também.
Quando deveríamos estar tornando o mundo um lugar melhor, com o avanço técnico-científico proporcionando um mundo mais justo e melhor para todos, vemos ressurgirem situações que, muitas vezes, nos remetem a meados do Séc. XIX.
A Améria Latina segue sendo quintal americano, mas na Ásia a coisa não é bem assim. E não acredito que não haja reação americana a isso.
Presidente filipino anuncia em Pequim 'separação' dos EUA
Por Por Ludovic EHRET | AFP – qui, 20 de out de 2016 14:22 BRST
O
presidente filipino, Rodrigo Duterte, anunciou nesta quinta-feira em
Pequim sua "separação" dos Estados Unidos, tradicional aliado de Manila,
confirmando uma guinada diplomática em direção à China.
Duterte, acompanhado por uma delegação de 400 pessoas, está em Pequim para uma visita de Estado de quatro dias.
A
viagem representa uma retomada das relações entre China e Filipinas,
que nos últimos anos esfriaram por conta da disputa pela soberania de
algumas ilhas no Mar da China Meridional.
"Anuncio minha separação
dos Estados Unidos", afirmou Duterte em um fórum econômico, poucas
horas depois de uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping,
declaração recebida com aplausos.
Ao falar sobre a divergência
territorial com a China, Duterte comentou que deseja "adiar (o assunto)
para outra vez", com o objetivo de priorizar a cooperação econômica. O
filipino disse a um canal de TV chinês que busca a "ajuda" do gigante
asiático neste setor.
A China comemorou a posição. O presidente Xi
Jinping recebeu Duterte em um ambiente solene no Palácio do Povo, na
Praça Tiananmen (Paz Celestial).
Duterte chamou o encontro com Xi Jinping como "histórico".
"Vai melhorar e desenvolver as relações entre os dois países", disse.
Criticado
por Estados Unidos, União Europeia (UE) e ONU por sua campanha de
combate ao crime, que provocou mais de 3.700 mortes, segundo uma
contagem oficial, Duterte tem o apoio da China para esta política.
"Pequim
apoia o novo governo filipino em sua luta para proibir as drogas,
contra o terrorismo e a criminalidade, e está disposta a cooperar neste
tema com Manila", afirmou o ministério das Relações Exteriores
Na
quarta-feira, Rodrigo Duterte afirmou em um discurso para a comunidade
filipina em Pequim que seu país, colônia americana até 1946, teve poucos
benefícios em sua aliança com os Estados Unidos.
"Vocês ficaram em meu país por interesse próprio. Chegou a hora de dizer adues, amigo", afirmou em referência a Washington.
"Não irei mais aos Estados Unidos. Seria apenas insultado", completou Duterte.
Em
reação à informação, os Estados Unidos afirmaram que não receberam
qualquer pedido do governo de Manila a fim de modificar seu status de
cooperação.
"Não recebemos ainda um pedido pelos canais oficiais
que vise a modificar nossa assistência ou nossa cooperação com as
Filipinas", indicou à AFP um alto funcionário americano, que não quis
ser identificado.
Duterte tem intensificado suas atitudes hostis para com os Estados Unidos.
No
início do mês, desafiou a agência de inteligência americana, a CIA, a
tentar derrubá-lo e prometeu mais mortes em sua campanha contra o
tráfico de drogas.
Em um discurso exaltado, Duterte insistiu na
teoria que seus oponentes, locais e estrangeiros querem expulsá-lo do
poder para acabar com a violência de que é acusado.
Disse que não
se deixará intimidar e que sua campanha contra as drogas, na qual uma
média de 33 pessoas são assassinadas por dia, não vai ser interrompida.
"Querem me derrubar? Querem usar a CIA? Vão em frente", declarou Duterte, que já acusou a CIA de conspirar para matá-lo.
Desde sua posse, no final de junho, Duterte multiplicou seus insultos contra os Estados Unidos.
"Não
gosto dos americanos", afirmou Duterte no domingo. "Eles me repreendem
publicamente, por isso digo a eles: 'vão se f*..", afirmou, já acenando
com a possibilidade da diplomacia filipina se voltar para Pequim e
Moscou.
Uma pesquisa publicada este mês aponta que os filipinos
aprovam de forma quase unânime os cem primeiros dias de governo Duterte.
Os grupos de defesa dos direitos humanos denunciam que os
assassinatos extrajudiciais estão fora de controle e atinge tanto
traficantes quanto drogados.
Duterte insiste que a polícia só mata em defesa própria e que os assassinatos são ajustes de contas entre bandidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário