A grande verdade é que os campos progressista e de extrema direita tomaram uma bela surra nessas eleições municipais, ao menos no que toca as capitais e cidades mais importantes. Verdade que em alguns locais pontuais eles levaram, cresceram, mas a esmagadora maioria dos votos foram, ou tendem a ser em prol de candidatos que representam o chamado "centro", ou "direita democrática". Vamos aos números e análise das principais capitais.
São Paulo - 2º turno entre Covas (32,86%) e Boulos (20,24%). Além de uma vantagem consistente já no primeiro turno, as votações dos outros candidatos indicam que Boulos deve alcançar algo em torno de 40% dos votos válidos no 2º turno, e Covas algo em torno de 55%.
Rio de Janeiro - Paes (37,01%) e Crivella (20,90%). Quando observamos o desempenho dos outros candidatos, a tendência é que Paes alcance em torno de 60% dos votos, e Crivella 30%.
Fortaleza - Sarto 35,72% e Wagner 33,32%. A tendência é que Sarto alcance em torno de 65% dos votos, e Wagner tem pouco a crescer ficando com uns 35%.
Manaus - Amazonino Mendes (33,91%) e David Almeida (22,36%). Aqui é a disputa mais difícil, porque os dois candidatos são da chamada "direita democrática", e a diferença entre eles é muito pequena. Qualquer um pode ganhar.
Porto Alegre - Sebastião Melo (31,01%) e Manuela (29%). A tendência é que Sebastião termine em torno de 54% e Manuela com 46%.
Belém - Edmilson Rodrigues (34,22%) e Eguchi (23,06%). Apesar da vantagem importante de Rodrigues, ele precisará de pelo menos mais 16% dos votos válidos, e esses foram todos na direção da "direita democrática". É possível sua eleição, mas não é certa, e isso devido ao velho problema da rejeição.
Goiania - Maguito Vilela (36,02%) e Vanderlan Cardoso (24,67%). A tendência é que Vilela chegue aí aos 55%, e Cardoso aos 40%.
Recife - João Campos (29,17%) e Marilia Arraes (27,95%). Aqui é briga de primos, que gerou a dissidência de Marília do PSB, passando para o PT. Eleição indefinida, e a única capital onde dois representantes do campo progressista foram ao segundo turno.
As demais capitais, tiveram eleições já definidas no primeiro turno, ou não chegam a ter influência em nível nacional, e mesmo nelas a grande tendência foi de levarem candidatos da chamada "direita democrática" ao segundo turno.
A se comemorar é que a onda de extrema-direita parece estar arrefecendo. A péssima é que o campo progressista mostra não ter aprendido nada, e segue defendendo nichos ideológicos, em detrimento dos verdadeiros anseios da sociedade. Isso se reflete nas urnas, onde, se sua derrota não foi tão ampla quanto a da extrema-direita, tampouco representou uma reação, e em algumas cidades importantes vimos perda significativa de espaço político.
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