É mais uma complementação de ontem. As acusações contra a prima, que de maioria não eram criminosas, e que uma é digna de uma investigação, agora se voltam contra o primo, que teria pedido a seu partido, que use diretamente a máquina pública, para que se engaje em sua campanha. Se tínhamos algo a investigar contra a prima, agora também o temos contra o primo.
No fim das contas isso não passa de briga de família, pelos espólios de dois falecidos.
Triste a política feita dessa forma. Mais triste ainda é que esse tipo de política se espalha por vários pontos do país. Existe limite para acusações infundadas, e mais ainda para o uso de máquinas partidárias e públicas.
Acredito realmente que ambos os lados precisam ser investigados, porque pior até do que as acusações serem feitas, é elas serem verdade e não serem punidas.
São Paulo
Na maior capital do país, a tendência é que Covas se reeleja. Não sem ter apelado para ataques baixos, mas a verdade é que a diferença era muito grande. De qualquer forma, o resultado mostra que, rapidamente, a população vem revendo algumas posições. O fato de Boulos ter chegado ao segundo turno, e o fato de ele lentamente estar se aproximando de seu adversário, mostram que alguém que tinha ampla rejeição, começa a reverter essa imagem. Uma virada é difícil, mas não impossível
Porto Alegre
Na capital gaúcha Manuela se aproximou mais decisivamente de seu adversário. Apesar de ainda estar atrás nas pesquisas, a diferença diminuiu muito, e uma virada pode realmente ser possível.
PDT deve emplacar duas capitais
Fortaleza e Aracaju são as capitais onde o PDT deve fincar a bandeira do campo progressista. Ambos os candidatos têm boa frente em relação a seus adversários.
Avante pode conseguir uma capital
Em Manaus o pequeno Avante, dissidência do PTB, pode conseguir a prefeitura frente o tradicional Amazonino Mendes. Vale lembrar que a dissidência se deu pela recusa em aderir à linha de fisiologismo barato que o PTB seguiu depois da redemocratização.
PT em 15 cidades
Apesar de a única capital onde disputa o segundo turno ser Recife, o partido de Lula busca a prefeitura em outras 14 cidades com mais de 200.000 habitantes. Algumas delas são bem importantes devido sua influência econômica e/ou política regional como Contagem, Cariacia, Santarém, Juiz de Fora, Caxias do Sul, Pelotas, Diadema, Guarulhos, Feira de Santana, e Vitória da Conquista.
Apesar disso
Mesmo com essa situação, mesmo com alguns partidos do chamado campo progressista terem conseguido algum avanço, mesmo com tudo isso, o que vimos foi um encolhimento desse campo em particular. Na verdade, se partidos como PSOL, PDT, e PSB cresceram, outros encolheram, mas dentro do próprio campo, e o campo em si, também encolheu.
Claro que também vimos um encolhimento de Bolsonaro, mas não da direita. Partidos como o DEM e o PP cresceram substancialmente, e outros como PSDB e MDB mantiveram um bom desempenho municipal. Para lembrar, o DEM era PL, que era PFL, que era PDS, que era ARENA, o partido sustentáculo dos 20 anos de período militar no Brasil.
Mas apesar disso, também é verdade que as eleições municipais servem para dar ideia, mas nem de longe são definitivas para as eleições nacionais que ocorrerão daqui dois anos. Mas cabe ao campo progressista começar a se posicionar de forma mais inteligente. Conversar faz parte da democracia, fazer acordos idem, mas alianças eleitorais com partidos que pensam de forma diametralmente oposta já não é pragmatismo, mas estupidez, porque você descaracteriza seu discurso, e ainda valida um discurso que não apoia.
O contrário não é verdadeiro, porque não são esses partidos que procuram os outros em busca de apoio, mas sim são procurados na busca desse apoio. Ou seja, eles passam uma imagem de força, de fiel da balança, quando no fundo não passam de defensores de seus interesses pessoais.
Ou o campo progressista sai dessa armadilha ou, quem quer que seja próximo representante eleito desse campo, irá apenas reproduzir a fragilidade do início do governo Lula, e a total incapacidade de governar de Dilma.
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