domingo, 1 de novembro de 2020

Privatização do SUS?

Essa semana tivemos calorosas discussões sobre um Decreto de Bolsonaro, que permitia a privatização das UBSs. Isso seria feito através de uma parceria público-privada, mas isso também causou enorme reação contrária nas redes sociais. Logo depois de publicada, Bolsonaro revogou o Decreto, mas não sem dizer que voltará a carga, e ainda citou o mais médicos de Dilma para "justificar" sua ação com Guedes.

Isso é irresponsável, é inconstitucional, e criminoso. Mas estranhamente foi um ato tomado quando o Brasil começava a falar do tópico aí abaixo

Reuniao criminosa?

Essa semana chegamos a ter comentada uma reunião encabeçada por Bolsonaro, e da qual participaram os advogados de Flávio Bolsonaro, e órgãos de segurança e inteligência do Estado Brasileiro. A GSI e a ABIN participaram, e isso foi confirmado por Augusto Heleno, chefe do GSI, que disse que foi uma reunião "informal".

Vamos a dois pontos mais importantes que são fundamentais sobre essa reunião. O primeiro é que não existe reunião "informal" nesse tipo de atividade, ainda mais quando falamos que essas reuniões teve a presença dos chefes de dessas agências de inteligência, e foram chamadas pelo próprio Presidente da República, e onde o assunto foram as investigações contra o filho do próprio Presidente da República.

O segundo ponto é que, nenhuma das agências, tem como finalidade esse tipo de investigação, já que suas atuações são ligadas aos interesses do Estado, e jamais aos interesses particulares do Presidente da República, e muito menos de seus filhos.

A reunião conjuga num só ato três crimes. O de responsabilidade do Presidente, o de desvio de função promovido pelo próprio presidente, e pelos chefes presentes, e o crime de prevaricação.

Guaraná rosa é para gay, ou o problema é o apoio político empenhado?

Como uma estupidez apenas não é suficiente, na mesma semana o Presidente faz live apoiando candidatos a prefeituras, e atacando outros, inclusive se utilizando de acusações infundadas, e mentiras. No mesmo dia, e em duas oportunidades, o Presidente aproveitou para fazer mais uma de suas "brincadeiras" homofóbicas, na vã tentativa de depreciar um produto, ou talvez uma população inteira, de um estado da Federação, que é governado por um seu opositor, ou talvez ele apenas tentasse ser engraçado, vai saber,

Bem, a posição homofóbica, que no fundo apenas tenta depreciar outros seres humanos através de suas condições de gênero, não é nova. E ela persiste porque o sujeito jamais foi exemplarmente punido, ou seja, as instituições brasileiras jamais foram capazes de coibir e impedir a ascensão de alguém como ele. Não foi a primeira vez, não foi a última, e isso seguirá a acontecer enquanto não se tomarem medidas sérias e severas, que mostrem o absurdo dessas atitudes, e que deixem claro que a sociedade brasileira não irá mais tolerá-las. 

A outra questão é um pouco mais sutil, mas a mim me parece tão clara quanto a primeira, que é a interferência direta nas eleições, e os ataques que o Presidente da República vem promovendo àqueles que são seus opositores políticos, ou que ele considera que sejam. Nisso se incluem os atuais candidatos às prefeituras de várias cidades. E nesse ponto é importante ressaltar que há uma enorme diferença entre um Presidente da República falar bem de alguém, e de atacar alguém, ainda mais se esse ataque é acompanhado de mentiras. 

Vejam, quando alguém assume um cargo de alto nível na administração pública, ou em instituições públicas de alto nível, deixa de existir a dicotomia entre o político/funcionário público, e o político/pessoa. Ele é o tempo todo político/funcionário público, ou seja, quando alguém chega ao cargo de Presidente da República, o cidadão deixa de existir enquanto ele ocupar o cargo, e isso durante todo o período e a qualquer momento em que ele(a) estiver no cargo. 

E existem atitudes que um governante não pode ter, porque simplesmente recaem na mesma situação do tópico acima, porque emprestam a suas ações, a dignidade do cargo no qual está investido. Uma dessas atitudes é o ataque a adversários políticos, ainda mais se valendo de mentiras e boatos.



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