quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Situação complicada em Recife

Na briga intestina familiar pelo poder na terceira maior capital nordestina a coisa pega fogo. As pesquisas indicam 54% para Marília Arraes, e 46% para seu primo João Campos. Mas a questão lá não é a pesquisa, que indica que Campos tem uma pequena chance de virada, e que Arraes tem uma vantagem, que se não está consolidada, é difícil de ser batida.

Isso acontece por dois fatores principais. O primeiro é que tanto o PSB parece ter se desarticulado internamente após a morte de Eduardo Campos, como também parece haver um certo cansaço da população recifense e pernambucana na forma do partido governar. Pode ser algo pontual, mas é inegável que tal situação existe.

Aliado a isso temos a "guerra" de narrativas que os dois lados estão impondo a suas campanhas. De um lado Campos tenta jogar evangélicos e católicos fundamentalistas contra Arraes, além de sugestões de rachadinha e apropriação indébita de verbas públicas (com direito a uma gravação), e que Túlio Gadelha, partícipe da conversa, diz ter sido manipulada e descontextualizada.

Não tenho notícias de ataques desse tipo do outro lado. A questão é se eles não acontecem por princípio, ou porque tem a liderança nas pesquisas?

Atenção que a pergunta não é um ataque, mas um chamamento à reflexão, porque temos visto esse tipo de ataques vindos de várias correntes políticas, inclusive da corrente que está na frente das pesquisas no Recife.

Os ataques a potências estrangeiras

O Presidente Bolsonaro teve um momento de profunda estupidez - até mesmo para seus miseráveis padrões - quando se dirigiu, em tom de ameaça, ao presidente eleito da ainda mais forte potência militar e econômica do planeta. Falar em pólvora, numa alusão a uma possível disputa bélica com os EUA é de total falta de noção, até mesmo para ele.

Mas a família não estava satisfeita, e Eduardo Bolsonaro, o 02, voltou a atacar a China de forma irresponsável, ameaçando de forma inegável os interesses de boa parte da base de apoio que o pai ainda tem no governo: o agronegócio. 

Sim, porque se no primeiro ataque irresponsável do filho inconsequente do Presidente, a China protestou, mas não ameaçou de nenhuma forma, apenas aludindo a uma possível deterioração nas relações bilaterais entre os dois países, e à boa relação bilateral sino-brasileira, dessa vez eles foram mais longe, e não só aludiram falaram desses pontos, como ameaçaram com retaliações, lembraram da importância da China, principalmente nas exportações brasileiras, e ainda foram claros que quem mais perde é o Brasil.

Não importa se o irresponsável apagou o twitter depois, o que importa é que a China está diversificando seus fornecedores de alimentos e matérias primas, e depende cada vez menos do Brasil. O mesmo não se pode dizer do país comandado por Bolsonaro e o incompetente Guedes.

Alô centrão, fisiologísmo tem limites.

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