Mais uma crise privada sendo debelada com dinheiro público. Mais uma vez cidadãos sofrendo pelo descaso e irresponsabilidade com que muitos administradores vêm conduzindo suas empresas. Esse é o resultado a que chegaram os países europeus para conter a crise do déficit orçamentário de vários dos membros da chamada União Européia - UE (ver matéria abaixo).
A situação e a solução encontradas são interessantes, porque há poucos anos atrás seria impensável que tal situação atingisse países europeus membros da UE.
Os mercados responderam bem às medidas anunciadas, mas os mercados vivem de especulação. Na verdade precisamos acompanhar a evolução da crise, e principalmente se as medidas acordadas serão realmente implementadas.
Mas de qualquer forma fica a pergunta no ar: até que ponto o mundo estará a mercê da falta de regulamentação e fiscalização adequadas sobre as atividades das empresas?
Leia abaixo a matéria publicada no UOL:
Toda a UE, exceto Reino Unido, deve aderir a pacto fiscal
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DA FRANCE PRESSE E DA EFE, EM BRUXELAS
Todos os países da União Europeia, salvo o Reino Unido, devem aderir finalmente ao pacto fiscal acordado nesta sexta-feira na reunião de cúpula em Bruxelas para prevenir novas crises.
"Os chefes de Estado ou de governo da Bulgária, da República Tcheca, da Dinamarca, da Hungria, da Letônia, da Lituânia, da Romênia e da Suécia indicaram a possibilidade de participar deste processo, após consultar seus Parlamentos, caso seja necessário", afirma a secretaria do Conselho Europeu, em uma declaração divulgada hoje.
Depois de mais de dez horas de reunião, concluída na madrugada desta sexta-feira, circulou a informação de que Reino Unido e Hungria teriam se oposto a subscrever o dito pacto fiscal, enquanto Suécia e a República Tcheca pediam mais tempo para consultar seus respectivos Parlamentos antes de tomar uma postura definitiva.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, se negou categoricamente na quinta-feira a aceitar a reforma dos tratados proposta pelo eixo franco-alemão para evitar um endurecimento da regulação sobre o setor financeiro de Londres.
"Esses países aceitaram renunciar a alguns elementos de sua soberania nacional, do controle sobre seus próprios orçamentos, para que a zona do euro funcione de maneira mais satisfatória", defendeu o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague,. "O Reino Unido não está na zona do euro, não vamos ceder mais soberania nesta matéria e nenhuma outra".
Com a recusa do Reino Unido, a UE teve de aceitar uma divisão para adotar as normas de disciplina orçamentária.
Os líderes --que estiveram reunidos até as 5h da madrugada-- fizeram acordos como acelerar em um ano a entrada em vigor do fundo de resgate permanente e dotar o FMI (Fundo Monetário Internacional) com 200 bilhões de euros (cerca de US$ 270 bilhões) para ajudar países em crise.
Nesta sexta-feira, os 27 --aos quais se soma a Croácia, com status de observador, após a assinatura da adesão-- devem fechar os últimos detalhes dos acordos econômicos de quinta-feira e abordar temas externos, como a resposta ao programa nuclear iraniano e a aproximação de países como a Sérvia e Montenegro à UE.