Deu no Press Guidel: "Falta de eclusas estrangula rios".
Não é de hoje que o Blog dos Mercantes tem afirmado que o
setor aquaviário é uma alternativa extremamente atraente para o transporte de
cargas a longas distâncias em nosso país. Mas para isso são necessários
investimentos em infraestrutura, para que todo o potencial do setor possa ser
explorado.
E, como também já
dissemos, o governo vem empreendendo esforços para desenvolver o setor, mas
deveria dar mais atenção aos investimentos que faz, sob pena de que o dinheiro
gasto não seja plenamente aproveitado.
Os números comprovam a
capacidade do setor aquaviário, já que, como afirmou Eduardo Lobato Carvalho, para
levar uma tonelada por 1.000 km, o preço rodoviário é de R$ 95, o ferroviário
de R$ 60 e o hidroviário de R$ 36.
Uma vantagem considerável frente ao setor rodoviário,
mas que ainda é sub-explorada por falta de obras ou mau planejamento das
mesmas.
A utilização plena de nossa capacidade de transporte
por água é uma das maneiras mais rápidas de diminuir o “custo Brasil”, e
alavancar ainda mais nossa economia.
Leia a matéria na íntegra:
Falta de eclusas estrangula rios
Em sua palestra no XXV Encontro sobre o Corredor Centro-Norte, o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação e Agência do Pará (Sindarpa), Eduardo Lobato Carvalho, destacou a importância, para o Brasil, dessa via fluvial, que, com 918 mil km quadrados, representa 11% do país. Afirmou que as estradas da região estão em mal estado e as do Sudeste se apresentam regulares, porém saturadas. Afirmou que a soja de Mato Grosso, em dez anos, pode pular de 18,3 milhões para 30,2 milhões de toneladas, enquanto o milho poderia passar de 8,6 milhões para 16,6 milhões. Declarou que, hoje, 74% das cargas da região escoam pelos portos do Sul/Sudeste.
Em sua palestra no XXV Encontro sobre o Corredor Centro-Norte, o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação e Agência do Pará (Sindarpa), Eduardo Lobato Carvalho, destacou a importância, para o Brasil, dessa via fluvial, que, com 918 mil km quadrados, representa 11% do país. Afirmou que as estradas da região estão em mal estado e as do Sudeste se apresentam regulares, porém saturadas. Afirmou que a soja de Mato Grosso, em dez anos, pode pular de 18,3 milhões para 30,2 milhões de toneladas, enquanto o milho poderia passar de 8,6 milhões para 16,6 milhões. Declarou que, hoje, 74% das cargas da região escoam pelos portos do Sul/Sudeste.
Para atender a essa expansão, seria necessária uma frota de 1,165 milhão de toneladas (capacidade estática), com 630 barcaças de 1.850 toneladas porte bruto e 70 empurradores e a construção naval local necessitaria de incentivos. No total, seriam necessários 1.100 navios de 75 mil toneladas. Quanto às empresas de navegação fluvial, seria urgente a concessão de incentivos similar ao Reporto - programa que, com isenções, garantiu aos terminais de containeres serem reaparelhados- e ainda isenção de ICMS e PIS/Cofins sobre combustíveis.
A curto prazo, o setor aquaviário demanda o fim de uma injustiça, que é a não-conclusão da hidrovia do Tocantins. Frisou que o Governo levou 30 anos para concluir a maior obra hidroviária do país, as eclusas de Tucuruí, mas não deu prosseguimento, porque não eliminou um obstáculo, que o Pedral do Lourenço - de valor incomparavelmente inferior ao das eclusas, mas de grande importância. Com isso, o Governo frustrou empresários que investiram na plena conclusão dessa hidrovia, se endividaram e não viram a continuidade urgente da obra no Rio Tocantins.
Lembrou que o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT), prevê mudança radical na matriz de transportes, de modo que o rodoviarismo, que hoje representa 58% do total, tenha sua participação limitada a 30% em 2025. No mesmo período, as ferrovias subiriam de 25% para 35% e o setor aquaviário (cabotagem e navegação fluvial), passaria de 13% para 29%.
Citou que, para levar uma tonelada por 1.000 km, o preço rodoviário é de R$ 95, o ferroviário de R$60 e o hidroviário de R$ 36, mas fez uma advertência:
- Temo que o Governo esteja se livrando do lobby rodoviário e caindo no ferroviário, sem dar a devida importância à navegação, que além de menor custo, apresenta menor lançamento de gases tóxicos na atmosfera. É inacreditável que se vá priorizar ferrovias no Centro-Norte, em vez das hidrovias.
Destacou ainda que, uma análise dos investimentos feitos em infraestrutura mostra que dificilmente serão alcançadas as metas do PNLT. Em 1975, o país aplicava em sua infraestrutura 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e, hoje, essa margem está em torno de 0,7%.
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