terça-feira, 23 de outubro de 2012

Blog dos Mercantes e a verdade dos práticos


Deu no "Monitor Mercantil" em artigo assinado pelo jornalista Sergio Barreto Motta: "A verdade dos práticos". Não é de hoje que a armação busca desacreditar e substituir o atual sistema de praticagem existente no Brasil, por um que possa ser controlado por nossas empresas armadoras, independente da qualificação e condição técnica dos práticos que venham operar em nossas áreas de águas restritas.

Tudo isso na busca incessante de aumento de seus lucros, mesmo que para isso seja necessário sacrificar a segurança da navegação, do meio ambiente e da vida humana.

As acusações prontamente repelidas pela Conapra apenas mostram o desespero e a falta de colaboração de nossos armadores na formação de novos práticos, criando uma situação de estresse para eles mesmos.

Esperamos apenas que nossas autoridades tomem as providências necessárias para que a formação e treinamento de novos práticos possa voltar a normalidade, com a participação efetiva de todos os envolvidos no setor.

Veja o texto na íntegra:

A verdade dos práticos
 Por Sergio Barreto Motta

As entidades de comércio e indústria de Manaus enviaram carta ao ministro da Defesa, Celso Amorim, informando que, por falta de práticos, navios chegam a esperar quatro dias para subir o Rio Amazonas para operar em Manaus (AM). Em resposta, o Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) deu sua versão dos fatos. Acusa armadores de não permitir o embarque de assistentes, conhecidos como "praticantes de prático", profissionais que já foram aprovados em exames teóricos, mas precisam atuar por 20 meses no mar.

Segundo o Conapra, negaram o embarque de praticantes de prático: Aliança Navegação e Logística, Mercosul Line, Maestra, Ultrabulk, MSC, W.Sons, Norsul, Elcano e CMA CGM. Afirma a entidade que, em 2011, foram ofertadas 32 novas vagas de práticos para operar na região.

A nota do Conapra afirma que a infra-estrutura portuária não acompanhou a evolução dos navios e que o comércio exterior só não sofreu uma pane em razão do elevado nível técnico dos práticos, que chegam a operar com navios de 220 metros em locais que, formalmente, só permitiriam operação de embarcações de 103 metros.

O presidente do Conapra, Ricardo Falcão, cita que os práticos dependem da malha aérea que, na Amazônia, está sobrecarregada, com "enorme carência, tanto em vôos reguladores ou táxis aéreos, prejudicando os deslocamentos."

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