O Governo Federal, e alguns dos Estaduais, deram certa atenção à
navegação nos últimos anos. Foram feitos vários investimentos em renovações e
aumento de frota, e em algumas melhorias para o setor, como na parte de
infraestrutura, e mais recentemente vêm dando atenção à burocracia que envolve
o transporte de cargas no setor.
E mesmo que os incentivos dos últimos anos, e o próprio crescimento
econômico, tenham ajudado a aumentar a demanda pelo transporte aquaviário,
ainda há muito que se fazer para que o setor venha a se desenvolver com todo o
seu potencial.
Isso fica nítido nos dois artigos de Sérgio Barreto Motta, e que foram
veiculados pelo sítio NetMarinha. A falta de atenção a pontos chaves para o
desenvolvimento do modal, nos deixa com certa dúvida de se realmente
pretendemos alcançar formas de transporte de carga mais modernos, baratos e
eficientes, ou se a questão toda não se resume a um paliativo, ou no máximo a
uma forma de manter uma alternativa pontual ao modal rodoviário, que parece
continua sendo o prioritário no país.
Mais uma vez decisões
políticas, que podemos dizer no mínimo suspeitas, vem fazendo com que o trem da
história passe outra vez, sem deixar benefícios mais duradouros na infraestrutura
do país.
Cabotagem aponta distorção
Por Sergio Barreto Motta
O presidente da Associação Brasileira de
Armadores de Cabotagem (Abac), Cleber Cordeiro Lucas, tem uma série de pleitos
ao Governo, para melhorar a navegação entre portos nacionais. A esta coluna,
informa que a prioridade maior se dá em relação ao custo do combustível. E
revela um dado assustador: desde 2002 até agora, o preço do óleo diesel, usado
pelos caminhões, subiu 240%. Já o óleo utilizado pelos navios na cabotagem
aumentou 540%.
- Todos falam em apoiar um modal mais
econômico e menos poluente e acrescentam que as estradas já estão
congestionadas. Mas, com essa diferença no custo final do combustível, parece
até que o objetivo final é o de incentivar o rodoviarismo – diz Cleber, que é
diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Log In Logística.
Hidrovias
Por Sergio Barreto Motta
Em todo o país, não se dá a devida
importância à navegação interior. No Sul, o setor é importante, mas os
armadores se queixam de assoreamento nas principais vias. No Centro-Oeste, que
sofre com o gargalo para escoamento de grãos por Paranaguá (PR) e Santos (SP),
a solução seria a saída dessa enorme produção pelos portos do Norte do país,
mas há um problema em especial. A maior obra do segmento foi inaugurada em
2010, as eclusas de Tucuruí, no Rio Tocantins. No entanto, a eficácia das
eclusas está comprometida, por um obstáculo relativamente pequeno, que é o
Pedral do Lourenço; essas pedras impedem a passagem de barcos de maior tamanho,
o que limita o uso das eclusas. Na região Norte, os problemas são enormes, pois
a navegação tanto é usada para cargas como para passageiros, sem ação do
Governo federal na solução dos problemas. Em Porto Velho (RO), os armadores já
seu queixavam de que as hidrelétricas ditavam a abertura de comportas de acordo
com a demanda energética, descumprindo a lei, que manda observar o interesse da
navegação fluvial. Agora, surge novo problema, com mineradoras assoreando o Rio
Madeira. Para discutir esses problemas, a Assembléia Legislativa do Pará,
através da Frente Parlamentar de Navegação e Portos no Pará, promete revolver a
questão.
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