quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Blog dos Mercantes apresenta o verdadeiro Monstro dos Mares

Um navio gigantesco! Só assim para denominar a nova classe de navios que estará fazendo a rota China x Europa. A indústria naval e a navegação internacional em sua busca de economia por escala, se superam a cada momento, e um navio capaz de carregar 18.000 TEUs (1TEU é igual a um contêiner de 20 pés), era até pouco tempo atrás algo completamente inimaginável; hoje uma realidade.

Com a reportagem abaixo deve-se apenas tomar cuidado com o sensacionalismo excessivo, já que alguns dados são tomados com números absolutos, e não comparativos, como deveria ser feito.

Exemplo disso é quando se fala da poluição causada por navios da Maersk. É só ver quanto se iria poluir para transportar a mesma quantidade de carga, e pelo mesmo trajeto, se isso fosse feito por caminhões, trens ou mesmo aviões. A opção marítima é a que menos iria poluir, mas dada a quantidade absurdamente grande de carga que se transporta, o consumo de energia e os gases dispersos por esse consumo são proporcionalmente grandes.

Outros dados são igualmente preocupantes, mas eles dizem respeito, ou a falta dele, por tripulantes e suas famílias. Pena que o livro não foi traduzido em português. Dê uma olhada no artigo do Globo.com abaixo.



ELE MEDE UM TITANIC E MEIO
O MAIOR NAVIO DO MUNDO, QUE ACABA DE SER CONSTRUÍDO, NÃO SERIA GRANDE DEMAIS?
A resposta parece ser: não, senhor capitão. É verdade que causa certa vertigem logística a capacidade de carregar 18 mil contêineres – ou 182 milhões de iPads – dos 20 navios Triple-E encomendados pela Maersk (os dois primeiros foram entregues em agosto e setembro). Mas a indústria do transporte marítimo de cargas, muito baseada em economia de escala, também é um bicho gigantesco – e que só faz crescer. Quando entrar num metrô, repare como quase tudo o que você vê passa por um navio. O iPhone do adolescente, a camisa chinesa do executivo, a bijuteria da mocinha, até os circuitos integrados que comandam os vagões – enfim. A jornalista Rose George, que gostava de fazer essa brincadeira, conseguiu autorização – algo bem raro – para embarcar num navio de cargas, o Maersk Kendal, no qual viajou da Holanda a Cingapura. O resultado é o recém-lançado livro Ninety Percent of Everything, sem edição brasileira. A leitura revela que os contêineres são um dos maiores – e mais desconhecidos – negócios do planeta. E a invisibilidade é bem conveniente para lidar com os tropeços ambientais e trabalhistas do alto-mar. “Poucas indústrias são tão descaradamente opacas como a dos navios”, diz a autora. Veja, abaixo, mais fatos inquietantes desses gigantes.


“A A.P. Møller-Maersk é a maior empresa da Dinamarca, com vendas iguais a 20% do PIB do país. Seu faturamento é quase o mesmo da Microsoft. A Microsoft faz programas de computador; a Maersk traz os computadores. Uma é famosa. A outra, de alguma forma, é quase invisível” 
Rose George, autora de Ninety percent of Everything 





MAIS POLUIÇÃO
ESSA É UMA INDÚSTRIA BASTANTE POLUIDORA. A MAERSK, SOZINHA, RESPONDE POR 0,1% DE TODA A EMISSÃO GLOBAL DE GÁS CARBÔNICO. MAS O TRIPLE-E É 35% MAIS EFICIENTE NESSE SENTIDO

PRECINHO CHINÊS
MANDAR ALGO POR NAVIO É TÃO BARATO QUE FAZ MAIS SENTIDO ENVIAR BACALHAU DA ESCÓCIA PARA SER CORTADO NA CHINA (UMA VIAGEM DE 16 MIL KM) E VOLTAR, DO QUE PAGAR UM ESCOCÊS PARA FAZÊ-LO


MORTES (QUE NÃO SAEM NOS JORNAIS)
DOIS MIL MARUJOS MORREM POR ANO NO MAR E MAIS DE DOIS NAVIOS SÃO PERDIDOS TODA SEMANA. OS FILIPINOS SÃO A GRANDE FORÇA DE TRABALHO DESSA INDÚSTRIA


O NOVO GIGANTE
O MAERSK TRIPLE-E MEDE 400 METROS DE PROA A POPA, OU UM TITANIC E MEIO (QUE MEDIA 270 METROS). ELE FARÁ A ROTA ENTRE O NORTE DA EUROPA E A CHINA 

MAR SEM LEI
AS ÁGUAS INTERNACIONAIS SÃO A VERDADEIRA “TERRA” DE NINGUÉM. EM 2010, 544 MARUJOS FORAM SEQUESTRADOS POR PIRATAS SOMALIS. ATUALMENTE, EXISTEM CERCA DE CEM REFÉNS NESSA SITUAÇÃO 
(FOTO: DIVULGAÇÃO)

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