A Navegação de Cabotagem no Brasil vem aumentando ano a ano, e segundo
dados da reportagem do Jornal do Comércio (abaixo), chegou a mais de 138
milhões de toneladas no ano passado. Mas mais do que simplesmente o aumento da
tonelagem transportada, devemos comemorar o aumento da quantidade de TEUs
transportados, o que significa que estamos transportando uma quantidade maior
de produtos com alto valor agregado.
Com o apoio dado pelo primeiro governo Lula, que investiu bastante em
promover o setor marítimo, hoje vemos o resultado de suas ações, e vemos também
como o modal ainda tem potencial ocioso. Assim, não está descartada a
possibilidade de um aumento ainda mais significativo no setor.
Isso se comprova já,
pois como existem planos de uma melhor logística de distribuição de produtos, a
tendência é que aumente ainda mais o uso da cabotagem, não só no transporte de
granéis líquidos e sólidos, mas também de contêineres.
Tal uso tem grande
potencial de reduzir os custos com transportes, aumentar a segurança no mesmo e
assim reduzir o preço final ao consumidor.
Mas mesmo com todos os
incentivos, e com todo o aumento que a cabotagem apresentou nos últimos anos,
isso não significa que tudo sejam flores e que na mais tenhamos a melhorar.
Muita ainda há que ser feito.
Sistema de transportes
inteligente é bom para todos, inclusive para o setor rodoviário, que ainda
ficará encarregado da distribuição final. O Brasil agradece.
Operadores festejam os avanços do setor
de cabotagem
Por Jefferson Klein
Apesar de fazer mais de 500 anos que as
primeiras naus visitaram a costa do Brasil, o litoral do País ainda é
subutilizado se for analisado todo o seu potencial logístico. No entanto, a
perspectiva é de que esse cenário mude, e vários empreendedores envolvidos com
a prática da cabotagem (tráfego marítimo na costa do País) esperam a aceleração
do desenvolvimento desse modal.
Segundo dados da Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq), a navegação de cabotagem vem crescendo no
Brasil. Entre cargas soltas, conteinerizadas e granéis líquidos e sólidos, em
2010 esse meio movimentou em torno de 130,7 milhões de toneladas. Em 2011, o
resultado foi de cerca de 133,2 milhões de toneladas, e no ano passado o volume
subiu para aproximadamente 138,6 milhões de toneladas. Do total movimentado em
2012, cerca de 77% do volume era composto por combustíveis, óleos minerais e
produtos afins.
Apesar de já registrar incremento, as
expectativas são muito mais elevadas com o modal. “Finalmente, vai prosperar”,
projeta o diretor comercial do Tecon Rio Grande, Thierry Rios. O executivo
baseia sua percepção, primeiramente, no aquecimento do mercado interno
brasileiro. Outro fator destacado pelo dirigente é de que muitas cargas que são
transportadas hoje por caminhões estão migrando para a cabotagem, como, por
exemplo, arroz e móveis. “Nesses últimos três anos, o arroz tendeu fortemente
para a cabotagem e é uma operação afirmada”, comemora o representante do Tecon.
O modal representa 14% da movimentação
total de contêineres cheios do Tecon. Em 2012, o terminal operou, devido à
cabotagem, 26.690 contêineres. No primeiro semestre de 2013, houve um
crescimento de 17% em relação ao desempenho do mesmo período de 2012, e Rios
projeta uma alta semelhante para o ano inteiro. Entre as principais cargas que
utilizam esse transporte e que passam pelo Tecon, estão arroz, resinas, móveis
e madeira.
Rios ressalta que uma oportunidade
recentemente aberta deve-se à nova lei dos caminhoneiros, que limitou o horário
de trabalho desses profissionais e acabou onerando o transporte rodoviário. Na
contramão desse panorama, a cabotagem cada vez se estrutura mais. O diretor
comercial do Tecon lembra ainda que os tamanhos dos navios aumentaram, o que
reduziu os custos do transporte de cargas. “Sem falar na questão da baixa
emissão de CO2, de ser um modal de maior sustentabilidade”.
O executivo afirma que os principais
destinos da cabotagem, a partir do Rio Grande do Sul, são as regiões Norte e
Nordeste. Essa característica deve-se ao fato de que o Sudeste, por ser mais
próximo, atrai as cargas movimentadas por caminhões. O diretor do Tecon recorda
que a cabotagem ganha competitividade nas grandes distâncias, mas perde nas
mais curtas. O Estado é mais embarcador de cargas de cabotagem. Ou seja, para
esse modal se desenvolver no Estado, o ideal seria atrair cargas também. Rios
adianta que já há ideias de trazer cargas da Zona Franca de Manaus pela costa
até o Sul, ao invés de parar em São Paulo, para depois fazer a distribuição. Na
região Sul, enfatiza o diretor do Tecon, o Rio Grande do Sul é o estado que
apresenta o maior volume de movimentação por cabotagem, superando Santa
Catarina e Paraná.
Além disso, a posição gaúcha é
estratégica. Rios diz que praticamente todos os armadores de cabotagem, operam
no Uruguai, Argentina e Brasil. “A gente chama isso de ‘grande cabotagem’, que
é muito utilizada”, afirma. Nesse contexto, justifica-se a realização do 3º
seminário sobre cabotagem, que será promovido no dia 6 de novembro pelo Tecon e
pela Fiergs, em Porto Alegre, na sede da Federação das Indústrias. O objetivo é
demonstrar os progressos do modal e como esse transporte pode ser competitivo
para as indústrias locais que ainda não o empregam.
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