Embarcações brasileiras abandonadas
(Foto da internet)
Já vimos denunciando
esta possibilidade há algum tempo, e não iremos nos calar enquanto as políticas
que desvirtuam a relação equilibrada e saudável entre capital/trabalho na
Marinha Mercante não sejam revistas. É cada vez mais clara a possibilidade de desemprego
no setor marítimo, devido aos erros de previsão de demanda por Oficiais
Mercantes, e que foram patrocinados pela armação.
Já
vivemos essa situação nos anos na última década do século passado, e podemos
dizer que ela só beneficia uns poucos brasileiros, e muitos estrangeiros. Na verdade tal
situação não beneficia o país, ou tampouco sua população, mas tão somente
empresas armadoras, em sua grande maioria estrangeira, e que nos últimos anos
vem garantindo grandes lucros em nosso país.
A Petrobras como empresa brasileira, e de capital majoritariamente estatal, deveria dar o
exemplo e impulsionar a produção nacional, incentivar a criação de empregos que
exijam treinamento e alta capacidade para brasileiros, enfim, colaborar
decisivamente com o crescimento econômico do país, e não apenas ser uma mera
extratora de petróleo, criando bons empregos e grandes lucros em operações
correlatas para empresas estrangeiras, e enviar boa parte da produção ao
exterior. Isso sem contar a enorme quantidade de postos de trabalho no país,
que têm sido ocupados por cidadãos estrangeiros, muitas vezes desempregando
brasileiros.
A empresa vinha num
rumo condizente a uma agente governamental de progresso, mas nos últimos anos
retomou a conduta pautada simplesmente nos lucros superficiais e momentâneos
apontados em planilhas
Lamentável, mas ainda não é irreversível. Pode
e deve, a maior empresa brasileira, rever suas últimas decisões.
Monitor
Mercantil– Artigo - 03/10/2013
Marítimos alertam para
a volta do desemprego
Por
Sergio Barreto Motta
Nos
últimos anos, houve alertas de que ocorreria falta de marítimos, diante do
aumento da frota da Transpetro e das encomendas de barcos de apoio a
plataformas de petróleo. Com isso, a Marinha do Brasil elevou a formação de
pessoal e, hoje, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha
Mercante (Sindmar), Severino Almeida, teme exatamente o contrário: falta de
navios e excesso de oficiais de marinha mercante. Afirma Almeida – que também
preside a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte – que os dois
programas de renovação da frota da Transpetro estão em ritmo menos acelerado;
que a construção de barcos de apoio ficou abaixo das previsões; e que o
programa EBN, da Petrobras, foi deixado de lado.
Explica
que, pelo cronograma oficial, a Transpetro deveria receber 20 navios até o
segundo semestre de 2014, mas o total deve ficar restrito à metade, ou seja,
com incorporação de apenas dez unidades. Sobre o projeto EBN, pelo qual a
Petrobras estimularia privados a construírem 39 navios, não foi adiante e
jamais foi dada qualquer explicação formal sobre o encerramento ou adiamento do
plano. Além disso, revela Almeida que a Petrobras está apoiando aluguel de
navios estrangeiros, o que tanto afeta marítimos como a construção naval.
–
Há mudanças de política, dentro do Sistema Petrobras, que cada vez mais
privilegiam o afretamento de petroleiros no exterior, em detrimento do esforço
já empreendido, do dinheiro gasto e do interesse do trabalhador brasileiro.
Esclarece
Almeida que, ao encomendar navios no Brasil a Petrobras não estaria apenas
ajudando estaleiros e marítimos, mas reduzindo seu gasto anual com aluguel de
navios (afretamento), que é de US$ 6 bilhões anuais.
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