Se sabe que o transporte por via
aquática é muito mais barato, mais seguro, menos poluente, etc., etc., etc.,
porque não investe mais e melhor no setor? Há muitos anos já poderíamos estar
aproveitando as benesses dessa e de outras hidrovias, além da navegação de Cabotagem
e até de Longo Curso, que apresentam os mesmos bons resultados.
Vamos investir mais em navegação,
o futuro do transporte no Brasil passa por nossas águas e portos, tanto
internamente quanto para a exportação.
Potencial da hidrovia do rio Madeira
é reconhecido por Dilma
Porto Velho, Rondônia - A presidente
Dilma Rousseff, que sobrevoou no último fim de semana regiões alagadas de
Rondônia e Acre, admitiu, em entrevista coletiva para jornalistas em Porto
Velho, o potencial econômico da Hidrovia do Madeira. "O Madeira é um
problema hoje, mas é uma solução total para o Brasil. É por esse rio que a
gente sabe que tem o melhor transporte, melhor que estrada e ferrovia".
A assertiva da presidente encontra
eco no Plano Hidroviário Estratégico, realizado pelo Ministério dos Transportes
(MT). O estudo aponta que o Transporte fluvial em comparação com o transporte
rodoviário apresenta vantagens como sustentabilidade (menor impacto na flora e
fauna, emissões de CO²), economia e segurança.
Mesmo assim, muitos rios navegáveis
ainda não são usados em larga escala de forma a serem consagrados como
alternativas viáveis para o escoamento de cargas, contribuindo para a redução
do custo-Brasil.
Hoje, os modais de transporte de
carga do país estão distribuídos da seguinte forma: 52% rodoviário, 30%
ferroviário, 8% navegação de cabotagem, 5% navegação interior e os 5%
dutoviário, conforme o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT),
desenvolvido pelo MT.
Levando em consideração o congestionamento
nos acessos rodoviários aos portos de Santos e Paranaguá, devido aos gargalos
associados à logística e problemas de capacidade dos portos, o MT tem como meta
o aumento da participação do modo aquaviário na matriz de transportes, dos
atuais 13% para 29%, até 2031.
Segundo previsões da FIESP (Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo) a produção do Mato Grosso (soja, farelo
de soja e milho) para o mercado externo está prevista para crescer 67% nos
próximos 17 anos.
Para dar suporte a esse crescimento,
a medida mais viável é justamente investir na navegação fluvial mediante a
melhoria das rotas existentes.
Hidrovia do Madeira - Neste contexto,
a Hidrovia do Rio Madeira opera como a mais importante rota de transporte no
Norte do País. Para se ter uma ideia, o custo para enviar uma tonelada por
caminhão ao Sudeste é de R$ 333 - em média, R$ 80 a mais do que por Porto
Velho.
Em 2013, foram transportadas cerca de
11 milhões de toneladas de carga pelas águas do Madeira. Um terço dessa
movimentação teve origem e destino no Porto Organizado de Porto Velho que,
ainda este ano, irá trabalhar com a importação de fertilizantes, que pode
chegar a 300 mil toneladas/ano, e exportação de carne refrigerada, cerca de 100
mil toneladas que devem ser transportadas em 2014.
Ausência de investimentos - Ocorre
que, mesmo com o reconhecimento da presidente Dilma Rousseff de que o Rio
Madeira é a solução para o caos logístico do país e apesar de estar
estrategicamente bem posicionado, há quase duas décadas o porto público
estadual não recebe investimentos federais.
Embora seja um relevante eixo na
exportação da produção de soja e milho do noroeste do Mato Grosso e Sul de
Rondônia, assim como para o abastecimento de cargas gerais do mercado regional,
a Hidrovia do Madeira também necessita de obras civis como dragagens e
demolição de pedrais para permitir a navegação durante o período de seca. Além
disso, também é necessário sinalizar a Hidrovia para garantir a segurança da
navegação. Obras que dependem de recursos federais.
A Sociedade de Portos e Hidrovias do
Estado de Rondônia (Soph), que administra o Porto, já solicitou ajuda à
Secretaria de Portos da Presidência da República, que assegurou, ainda em 2012,
verba do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), através da Transferência
Obrigatória de Recursos, no valor de R$ 21 milhões, mas até agora o repasse não
foi liberado.
Só a movimentação de combustível
responde por cinco milhões de litros diariamente. As operações com carga geral
(produtos refrigerados, açúcar, hortifrutigranjeiros) aumentaram de três para,
em média, sete balsas diariamente, o equivalente a 56 toneladas. Soma-se ainda
500 botijas de gás por semana.
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