Reproduzimos abaixo a matéria
veiculada pela OIT, no último dia 19 de maio, sobre trabalhos forçados. Se
alguém acha que essa situação humilhante ainda existe simplesmente porque
alguém é mauzinho, então leiam a matéria e vejam o verdadeiro motivo para tal.
Se alguém quer se aprofundar um
pouco mais pelo assunto, basta acessar o relatório completo em inglês, ou seus
resumos, disponibilizados em inglês e espanhol, nos links que estão no final da
matéria na página da OIT.
E só para deixar bem claro, o que
a OIT e vários governos, chamam atualmente e de forma “politicamente correta”
de “trabalho forçado”, na verdade não passa daquilo que historicamente conhecemos
como “escravidão”.
E lembrando que a Marinha Mercante é muito suscetível a esse tipo de situação, devido as condições peculiares às quais os trabalhadores ficam sujeitos.
E lembrando que a Marinha Mercante é muito suscetível a esse tipo de situação, devido as condições peculiares às quais os trabalhadores ficam sujeitos.
Para ter acesso à matéria na
página da OIT, clique aqui.
Trabalho
forçado gera 150 bilhões de dólares de lucro anualmente
GENEBRA (Notícias da OIT) – O
trabalho forçado na economia privada gera lucros anuais ilegais de 150 bilhões
de dólares, aproximadamente mais de três vezes a cifra estimada anteriormente,
segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O relatório da OIT, “Profits and
Poverty: The Economics of Forced Labour” (Lucros e Pobreza: Aspectos Econômicos
do Trabalho Forçado), assinala que dois terços do total estimado de 150 bilhões
de dólares, ou seja, 99 bilhões, originam-se da exploração sexual comercial,
enquanto 51 bilhões são resultantes da exploração com fins econômicos, que
abarcam o trabalho doméstico, a agricultura e outras atividades econômicas.
“Este novo relatório leva nosso
conhecimento sobre tráfico de pessoas, trabalho forçado e escravidão moderna a
um nível superior”, declarou o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder. “O trabalho
forçado é nocivo para as empresas e para o desenvolvimento, mas sobretudo para
suas vítimas. Este relatório imprime um novo caráter de urgência aos nossos
esforços para erradicar o quanto antes esta prática altamente rentável, mas
fundamentalmente nefasta”.
As novas cifras se baseiam nos
dados da OIT publicados em 2012, que estimavam o número de pessoas vítimas do
trabalho forçado, de tráfico e da escravidão moderna em 21 milhões.
É importante destacar que as
novas estimativas indicam que mais da metade das vítimas de trabalho forçado
são mulheres e meninas, principalmente na exploração sexual comercial e
trabalho doméstico, enquanto os homens e meninos são, sobretudo, vítimas de
exploração econômica, na agricultura e mineração.
A distribuição dos lucros gerados
pela exploração forçada com fins econômicos é a seguinte:
34 bilhões de dólares na
construção civil, indústria, mineração e serviços.
9 bilhões de dólares na
agricultura, incluindo silvicultura e pesca.
8 bilhões de dólares economizados
em residências privadas que ou não pagam ou pagam menos que o devido aos
trabalhadores domésticos submetidos ao trabalho forçado.
O relatório identifica as crises
de renda e a pobreza como os principais fatores econômicos que levam os
indivíduos ao trabalho forçado. Outros fatores de risco e de vulnerabilidade
compreendem a falta de educação formal, o analfabetismo, o gênero e as migrações.
“Ao tempo que se registram
progressos na redução do trabalho forçado imposto pelo Estado, devemos dirigir
agora nossa atenção sobre os fatores socioeconômicos que deixam as pessoas
vulneráveis ao trabalho forçado no setor privado”, ressaltou Beate Andrees,
Diretora do Programa Especial de Ação para Combater o Trabalho Forçado da OIT.
Andrees instou a adotar uma série
de medidas dirigidas a redução da vulnerabilidade ao trabalho forçado, que
incluem:
Reforçar os pisos de proteção
social a fim de evitar que os lares pobres contraiam empréstimos abusivos no
caso de uma perda imprevista de renda;
Investir na educação e na
formação profissional para incrementar as oportunidades de emprego dos
trabalhadores vulneráveis;
Promover um enfoque da migração
baseado nos direitos a fim de prevenir o trabalho clandestino e os abusos
contra os trabalhadores migrantes;
Apoiar a organização dos
trabalhadores, inclusive nos setores e indústrias vulneráveis ao trabalho
forçado.
“Se queremos produzir uma mudança
significativa nas vidas dos 21 milhões de homens, mulheres e crianças vítimas
do trabalho forçado, devemos adotar medidas concretas e imediatas”, declarou o
Diretor Geral da OIT. “Isto significa colaborar com os governos para reforçar a
legislação, as políticas e sua aplicação; com os empregadores para fortalecer a
ação necessária contra o trabalho forçado, inclusive em suas cadeias
produtivas; e com os sindicatos para que representem e capacitem as pessoas em
situação de risco”.
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