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A reportagem abaixo é de antes da
Copa do Mundo, mas algumas coisas ficam bem claras nela, e no que constatamos
no pós-Copa. Apesar de todos os “entraves” ao desenvolvimento do turismo no
país, nosso potencial é enorme, apenas dificultado por estar fora das rotas
tradicionais e longe dos mercados de maior renda do mundo, mas isso não chega a
ser um entrave, mas apenas uma pequena dificuldade.
Além da infraestrutura deficiente
em nossas cidades e mesmo nos atrativos turísticos, como museus e espaços
culturais e de entretenimento, da falta de preparo da mão de obra para receber
aos turistas, pontos que já estão apontados abaixo, podemos também apontar um
muito sério, e que com frequência afasta o turista de determinados destinos: o
exagero nos preços ao turista.
É certo que quando falamos em
viagens os preços são pressionados por demanda, e o turista é sempre mais
explorado que o local. Seja pelo desconhecimento da área, seja pela ideia de
que ele tem dinheiro sobrando. Assim é comum que em altas temporadas e áreas
“mais turísticas”, tenhamos um aumento de preços que varia desde 30%-50% em
lembranças, hotéis e alimentação, até 100%-120% em passagens aéreas. Não é
legal, mas acontece.
Agora variações que chegam a
500%-600%, só no Brasil, e isso assusta e afasta o turista.
Precisamos educar os
trabalhadores nesse sentido, mas o empresariado também.
Mesmo com obstáculos, Brasil pode se
firmar como destino turístico pós-Copa
A Confederação Nacional do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou nesta segunda-feira, em parceria com
o jornal O Globo e apoio da Federação Nacional de Hotéis, Bares, Restaurantes e
Similares (FNHRBS), o seminário Turismo Brasil - Balanço Pré-Copa do Mundo, os
Grandes Eventos e as Perspectivas para o país, para traçar um diagnóstico das
oportunidades, vantagens e desafios que o país pode enfrentar, às vésperas de
sediar a Copa do Mundo.
Na abertura do evento, Alexandre
Sampaio, presidente do Conselho de Turismo da CNC e da FNHRBS, destacou que o
presidente da Confederação, Antonio Oliveira Santos, é enfático ao orientar que
as ações do Sistema CNC-Sesc-Senac busquem, com excelência e de forma contínua,
o desenvolvimento do Turismo nacional e das empresas do setor, sobretudo pelos
benefícios que as entidades podem gerar para a economia e para a sociedade, com
geração de emprego e renda.
- Devemos nos posicionar de forma
uníssona na defesa de nossos interesses - afirmou Sampaio, para destacar a
importância da representação, do envolvimento e do alinhamento das entidades do
trade nos pleitos, em um ano estratégico para os negócios: “o empresariado tem
que se dedicar, de maneira pró-ativa, à elevação do nível de representação
neste país.”
Também na abertura, o ministro do
Turismo, Vinicius Lages, apresentou os gargalos e as oportunidades que existem
na área. Ao traçar breve histórico do setor no Brasil, Lages citou a criação da
Embratur e a Lei Nacional do Turismo como indutores de desenvolvimento. Mas há
muito ainda o que se fazer, como a melhoria e otimização da infra-estrutura.
- É um enorme desafio integrar
diferentes destinos internos, visto a deficiência logística e de
infra-estrutura que ainda possuímos -contextualizou.
Para o ministro, o futuro da
atividade é positivo:
- A retomada dos investimentos em
infra-estrutura e a melhoria de renda da classe média ajudaram na expansão do
turismo nacional nos últimos anos. Temos novos mercados, novos perfis de
turistas, que buscam novas experiências. E há projeções que mostram que, em
2017, seremos o terceiro mercado aéreo do mundo - declarou.
Na visão de Vinicius Lage, o maior
desafio do turismo brasileiro é o da percepção.
- Dificuldades de vistos e de
logística demandam uma Embratur mais robusta - exemplificou.
Ainda segundo ele, “o turismo tem um
potencial enorme ainda inexplorado. E pode, até mesmo, se consolidar como uma
das frentes mais importantes da economia do país. Os eventos nos expõem e nos
dão visibilidade. Portanto, esse é o momento de avançar”.
Também na abertura, o governador do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, detalhou as ações do governo estadual para
a Copa do Mundo e para as Olimpíadas de 2016.
- O Rio de Janeiro está preparado
para esses grandes eventos. Foram feitas muitas melhorias para desenvolver o
turismo, como a criação de estradas-parque e renovação de museus, como o da
Imagem e do Som - informou.
O primeiro painel, com o tema
Competitividade, teve a participação do professor doutor da Escola Politécnica
da USP, Jorge Eduardo Leal, e de Diogo Canteras, sócio-diretor da Hotelinvest.
Os especialistas abordaram as perspectivas do transporte aéreo e da indústria
hoteleira a longo prazo. Para Jorge, o Brasil deve atender à recomendações
internacionais de segurança para a aviação nacional, mas transformar todas elas
em obrigações impede o desenvolvimento do setor aéreo. Para o especialista,
deve existir equilíbrio ao se tratar do assunto. Capacitar operadores e
desenvolver a capilaridade dos aeroportos também seriam avanços que, por
consequência, ajudariam a atividade turística brasileira.
- O objetivo do setor deve ser o de
desenvolver a infra-estrutura que já temos, pensando em conseguir atender,
principalmente, a demanda interna, que é crescente, e não apenas os grandes
eventos - comentou Diogo Canteras.
Também participaram do painel a
cônsul-geral da Grã-Bretanha, Paula Walsh, e Samuel Lloyd, gerente do
escritório na América Latina da VisitBritain. Ambos apresentaram a experiência
vivida pelo país nas Olimpíadas de 2012.
- O governo britânico tinha uma
prioridade: ter um legado. E, no nosso caso, o turismo foi um importante
legado. No ano pós-Olimpíadas, em 2013, tivemos o melhor ano da história do
turismo da Grã-Bretanha, recebemos 33 milhões de turistas - frisou Paula Walsh.
Na abertura do segundo painel, o
secretário-geral da CNC, Eraldo Alves da Cruz, destacou a importância do
trabalho do Conselho de Turismo e da Câmara Empresarial de Turismo, órgãos
consultivos da Confederação.
- Foi no Conselho de Turismo da CNC
que nasceram as principais entidades do Turismo nacional. As discussões
empresariais são muito importantes para o desenvolvimento do Turismo - afirmou
Eraldo, que destacou o papel do setor na geração de empregos no Brasil.
Em seguida, o senador Antônio Carlos
Valadares destacou que o turismo é uma das atividades que mais cresce no mundo
e que pode ajudar muito o Brasil economicamente.
- A geração de emprego é muito forte
nessa área, pois oferece oportunidades tanto para quem tem especialização
quanto para profissionais com nível de escolaridade mais baixo, como, por
exemplo, camareiras e ajudantes de limpeza - declarou.
Cerca de 15 mil homens devem fazer a
segurança em Brasília durante o Mundial
Cerca de 15 mil agentes das forças de
segurança pública e das Forças Armadas estão mobilizados desde a última
sexta-feira para a Operação Copa no Distrito Federal, que vai até o dia 18 de
julho, cinco dias após a final do torneio, no dia 13. O plano operacional de segurança
tem como foco a área central de Brasília e a Fifa Fan Fest, no Taguaparque, em
Taguatinga - a cerca de 25 km da área central da capital.
São 10.954 homens das forças federais
e do Distrito Federal: 10.175 das Polícias Civil e Militar, do Corpo de
Bombeiros e agentes do Detran e 779 servidores do Governo Federal, sendo 410
agentes da Polícia Federal, 300 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 45 da
Força Nacional de Segurança Pública. Além deles, 4 mil homens das Forças
Armadas vão trabalhar em Brasília.
- Os homens da Força Nacional estarão
no DF como força de contingência, mas não vamos empregar num primeiro momento.
Nossas forças de segurança são mais do que capazes e suficientes para atuar.
Estamos trabalhando no estádio desde a Copa das Confederações. Tivemos vários
eventos, como shows e jogos, e testes de terrorismo e contraterrorismo - disse
o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Roberto Oliveira.
Segundo ele, o policiamento do DF vai
trabalhar com a capacidade operacional máxima, com o efetivo todo na rua: não
há férias, licença ou abono durante o período do Mundial. O policiamento será
reforçado em lugares considerados estratégicos, como o aeroporto, a Rodoviária
do Plano Piloto, o setor hoteleiro e pontos turísticos.
De acordo com o secretário, o
perímetro de segurança ao redor do estádio vai da Avenida N1, após a alça da
rodoviária, até a altura do Palácio do Buriti, sede do governo distrital.
Durante os dias de jogos, as vias serão fechadas seis horas antes das partidas
e liberadas três horas depois. A segurança no entorno do Mané Garrincha será
feita por 447 policiais militares, 250 bombeiros, 66 policiais civis e 126
policiais federais.
O secretário informou que as áreas
centrais de Brasília serão monitoradas por 200 câmeras de vídeo. Também haverá
monitoramento em Taguatinga, onde será realizada a Fan Fest.
Para reforçar o plano operacional,
começou a funcionar na sexta-feira o Centro Integrado de Comando e Controle
Regional (CICCR), que coordena as ações durante o Mundial. Para isso, foram
instalados 55 telões de 55 polegadas cada um, conectados às câmeras de
monitoramento instaladas em Brasília e nas regiões administrativas do DF. O investimento
no centro integrado soma R$ 160 milhões.
Sobre as manifestações, o secretário
disse que os policiais estão capacitados para coibir protestos violentos.
“Brasília, por ser o centro político, recebe as demandas de todos os
brasileiros. Temos de três a quatro manifestações por dia. Fazemos treinamento
constante e estamos preparados. É dever das forças de segurança não permitir
que essas manifestações se tornem violentas.”
Multado, hotel da seleção italiana
diz que houve falha no descarte de alimentos
O Portobello Resort & Safari, que
vai hospedar a seleção italiana durante a Copa do Mundo, informou que houve
falha no descarte de alimentos vencidos. O hotel, localizado em Mangaratiba,
região metropolitana do Rio, foi multado ontem, durante vistoria do serviço de
defesa do consumidor do estado, o Procon-RJ, que encontrou 50 kg de alimentos
vencidos.
Segundo a assessoria de imprensa do
hotel, devido ao grande movimento do público, houve uma falha no descarte dos
alimentos, que estavam vencidos desde o dia anterior. “Nenhum alimento, porém,
foi servido fora do prazo de validade ou em condições duvidosas. O hotel está
100% comprometido com as boas práticas de manipulação de alimentos.”
O Portobello informou que a
procedência e qualidade dos alimentos servidos no resort é “absolutamente
confiável”. “Massas e carnes são recebidas frescas, semanalmente, para a
renovação dos estoques.”
O Procon também constatou que não
havia um cartaz do Disque Procon 151, que o hotel não fornecia preservativos e
não fazia divulgação com relação à prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis.
Com informações da Agência Brasil