quinta-feira, 31 de julho de 2014

Blog dos Mercantes e o grande potencial das hidrovias

O Blog dos Mercantes vem sempre enfatizando o potencial que nossas hidrovias, e também a Cabotagem, que têm de aumentar sensivelmente a quantidade, qualidade e a área de influência no transporte de cargas, e também de passageiros, seja no turismo, seja no deslocamento entre regiões do país (principalmente o turismo).

Esse potencial foi agora enfatizado pelo Valor Econômico e, embora pareçam números estratosféricos, na verdade os valores necessários para alcançarmos um aumento substancial na utilização das hidrovias são, na verdade, ínfimos, se compararmos com outros modais de transporte, como o ferroviário, e o próprio rodoviário.  Se contarmos outros benefícios do transporte pela via aquática, como menor custo, menos poluição, e maior segurança, entre outros, vemos que é uma opção inteligente e que deveria ser melhor explorada no país.

E isso sem necessariamente colocar o transporte rodoviário em segundo plano, ou relegar o ferroviário a nichos, pois existe necessidade e espaço para todos os modais, e o que faz do transporte de cargas algo realmente barato e inteligente é a racionalização e utilização concomitante de vários modais, dependendo da distância e regiões para onde determinadas cargas serão transportadas.

Mas com certeza o atraso que vemos em relação aos modais aquáticos (hidrovias e Cabotagem), e o menor investimento para torna-los opções mais viáveis e mais disponíveis ao transporte no país, seriam indício de prioridade à navegação de modo geral. Esperamos que isso se realize.



Hidrovias têm grande potencial de utilização

Por Guilherme Meirelles

O Brasil conta com doze regiões hidrográficas e 41.635 quilômetros de vias navegáveis, mas apenas 20.956 km (50,3%) são economicamente navegáveis. Seis corredores hidroviários são aproveitados para o transporte de cargas. O principal é o Solimões-Amazonas, com 16.797 quilômetros, correspondentes a 80% de todo o complexo hidroviário. Os demais são: Paraná-Tietê (1.495 km), Tocantins (982 km), Paraguai (592 km), São Francisco (576 km) e Sul (514 km).

Em 2012, segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o transporte de cargas por hidrovias movimentou 80,9 milhões de toneladas, um crescimento de 1,4% ante o ano anterior, quando passaram pelas hidrovias 79,8 milhões de toneladas. "É um volume expressivo, mas há potencial para uma utilização bem mais intensa das hidrovias, desde que se façam os investimentos necessários", afirma Adalberto Tokarski, diretor da Antaq.

Por ser um modal em que não há compartilhamento ou concessão com a iniciativa privada, o sistema hidroviário necessita de investimentos públicos para ser viável economicamente, ou seja, que permita a navegação em longos trechos sem ficar à mercê dos períodos de chuvas (ou águas altas) e de estiagem. Para tanto, é preciso que haja um permanente sistema de dragagens (retirada de sedimentos sólidos e lodo acumulado) nos rios e suficiente número de eclusas - degraus que permitam a subida ou descida da embarcação em áreas de desníveis.

De acordo com projeções feitas pela Antaq no estudo Plano Hidroviário Estratégico, os rios brasileiros terão condições de transportar 120 milhões de toneladas em 2031 caso sejam feitos investimentos de R$ 17 bilhões em obras e adequações nas hidrovias ao longo de 11 anos. Hoje, diz Tokarski, os investimentos necessários esbarram na burocracia, na demora nos licenciamentos ambientais e na falta de planejamento e frequência na realização de dragagens.

O meio de navegação é indicado para transporte de longa distância e cargas a granel, como soja, farelo de soja, minérios, madeira e celulose, petróleo e produtos químicos que não necessitem de cuidados especiais. Os principais benefícios são menor custo por unidade transportada, redução das emissões dos gases de efeito estufa e menor consumo de combustível.

Estudo demonstra que 6 mil toneladas podem ser transportadas no rio por um comboio, utilizando quatro chatas e um empurrador; por ferrovia, esse mesmo volume exigiria 86 vagões de 70 toneladas enquanto que por rodovias seriam necessárias 172 carretas de 35 toneladas cada. Com relação ao consumo, uma barcaça gasta 4,1 litros/tonelada a cada 1000 km, o trem consome 5,7 litros e o caminhão, 15,4 litros.

A hidrovia mais estruturada do país é a Tietê-Paraná, responsável pelo escoamento da produção agrícola (milho, soja e cana) de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A hidrovia conta com 12 terminais portuários e em 2011 movimentou 5,8 milhões de toneladas de carga. "É a única em que as dragagens são feitas com regularidade", diz o diretor da Antaq. Desde 2012, está em andamento um plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão oriundos do PAC 2 (R$ 900 milhões) e governo estadual (R$ 600 milhões). As obras incluem extensão da hidrovia, construção de barragens, melhoria das eclusas, novos terminais e reforma de pontes. O trabalho vai permitir a movimentação de 11,5 milhões de cargas/ano.





terça-feira, 29 de julho de 2014

Blog dos Mercantes e o destino turístico Brasil

Imagem da internet

A reportagem abaixo é de antes da Copa do Mundo, mas algumas coisas ficam bem claras nela, e no que constatamos no pós-Copa. Apesar de todos os “entraves” ao desenvolvimento do turismo no país, nosso potencial é enorme, apenas dificultado por estar fora das rotas tradicionais e longe dos mercados de maior renda do mundo, mas isso não chega a ser um entrave, mas apenas uma pequena dificuldade.

Além da infraestrutura deficiente em nossas cidades e mesmo nos atrativos turísticos, como museus e espaços culturais e de entretenimento, da falta de preparo da mão de obra para receber aos turistas, pontos que já estão apontados abaixo, podemos também apontar um muito sério, e que com frequência afasta o turista de determinados destinos: o exagero nos preços ao turista.

É certo que quando falamos em viagens os preços são pressionados por demanda, e o turista é sempre mais explorado que o local. Seja pelo desconhecimento da área, seja pela ideia de que ele tem dinheiro sobrando. Assim é comum que em altas temporadas e áreas “mais turísticas”, tenhamos um aumento de preços que varia desde 30%-50% em lembranças, hotéis e alimentação, até 100%-120% em passagens aéreas. Não é legal, mas acontece.

Agora variações que chegam a 500%-600%, só no Brasil, e isso assusta e afasta o turista.

Precisamos educar os trabalhadores nesse sentido, mas o empresariado também.


Mesmo com obstáculos, Brasil pode se firmar como destino turístico pós-Copa

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou nesta segunda-feira, em parceria com o jornal O Globo e apoio da Federação Nacional de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (FNHRBS), o seminário Turismo Brasil - Balanço Pré-Copa do Mundo, os Grandes Eventos e as Perspectivas para o país, para traçar um diagnóstico das oportunidades, vantagens e desafios que o país pode enfrentar, às vésperas de sediar a Copa do Mundo.

Na abertura do evento, Alexandre Sampaio, presidente do Conselho de Turismo da CNC e da FNHRBS, destacou que o presidente da Confederação, Antonio Oliveira Santos, é enfático ao orientar que as ações do Sistema CNC-Sesc-Senac busquem, com excelência e de forma contínua, o desenvolvimento do Turismo nacional e das empresas do setor, sobretudo pelos benefícios que as entidades podem gerar para a economia e para a sociedade, com geração de emprego e renda.

- Devemos nos posicionar de forma uníssona na defesa de nossos interesses - afirmou Sampaio, para destacar a importância da representação, do envolvimento e do alinhamento das entidades do trade nos pleitos, em um ano estratégico para os negócios: “o empresariado tem que se dedicar, de maneira pró-ativa, à elevação do nível de representação neste país.”

Também na abertura, o ministro do Turismo, Vinicius Lages, apresentou os gargalos e as oportunidades que existem na área. Ao traçar breve histórico do setor no Brasil, Lages citou a criação da Embratur e a Lei Nacional do Turismo como indutores de desenvolvimento. Mas há muito ainda o que se fazer, como a melhoria e otimização da infra-estrutura.

- É um enorme desafio integrar diferentes destinos internos, visto a deficiência logística e de infra-estrutura que ainda possuímos -contextualizou.

Para o ministro, o futuro da atividade é positivo:

- A retomada dos investimentos em infra-estrutura e a melhoria de renda da classe média ajudaram na expansão do turismo nacional nos últimos anos. Temos novos mercados, novos perfis de turistas, que buscam novas experiências. E há projeções que mostram que, em 2017, seremos o terceiro mercado aéreo do mundo - declarou.

Na visão de Vinicius Lage, o maior desafio do turismo brasileiro é o da percepção.

- Dificuldades de vistos e de logística demandam uma Embratur mais robusta - exemplificou.

Ainda segundo ele, “o turismo tem um potencial enorme ainda inexplorado. E pode, até mesmo, se consolidar como uma das frentes mais importantes da economia do país. Os eventos nos expõem e nos dão visibilidade. Portanto, esse é o momento de avançar”.

Também na abertura, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, detalhou as ações do governo estadual para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas de 2016.

- O Rio de Janeiro está preparado para esses grandes eventos. Foram feitas muitas melhorias para desenvolver o turismo, como a criação de estradas-parque e renovação de museus, como o da Imagem e do Som - informou.

O primeiro painel, com o tema Competitividade, teve a participação do professor doutor da Escola Politécnica da USP, Jorge Eduardo Leal, e de Diogo Canteras, sócio-diretor da Hotelinvest. Os especialistas abordaram as perspectivas do transporte aéreo e da indústria hoteleira a longo prazo. Para Jorge, o Brasil deve atender à recomendações internacionais de segurança para a aviação nacional, mas transformar todas elas em obrigações impede o desenvolvimento do setor aéreo. Para o especialista, deve existir equilíbrio ao se tratar do assunto. Capacitar operadores e desenvolver a capilaridade dos aeroportos também seriam avanços que, por consequência, ajudariam a atividade turística brasileira.

- O objetivo do setor deve ser o de desenvolver a infra-estrutura que já temos, pensando em conseguir atender, principalmente, a demanda interna, que é crescente, e não apenas os grandes eventos - comentou Diogo Canteras.

Também participaram do painel a cônsul-geral da Grã-Bretanha, Paula Walsh, e Samuel Lloyd, gerente do escritório na América Latina da VisitBritain. Ambos apresentaram a experiência vivida pelo país nas Olimpíadas de 2012.

- O governo britânico tinha uma prioridade: ter um legado. E, no nosso caso, o turismo foi um importante legado. No ano pós-Olimpíadas, em 2013, tivemos o melhor ano da história do turismo da Grã-Bretanha, recebemos 33 milhões de turistas - frisou Paula Walsh.

Na abertura do segundo painel, o secretário-geral da CNC, Eraldo Alves da Cruz, destacou a importância do trabalho do Conselho de Turismo e da Câmara Empresarial de Turismo, órgãos consultivos da Confederação.

- Foi no Conselho de Turismo da CNC que nasceram as principais entidades do Turismo nacional. As discussões empresariais são muito importantes para o desenvolvimento do Turismo - afirmou Eraldo, que destacou o papel do setor na geração de empregos no Brasil.

Em seguida, o senador Antônio Carlos Valadares destacou que o turismo é uma das atividades que mais cresce no mundo e que pode ajudar muito o Brasil economicamente.

- A geração de emprego é muito forte nessa área, pois oferece oportunidades tanto para quem tem especialização quanto para profissionais com nível de escolaridade mais baixo, como, por exemplo, camareiras e ajudantes de limpeza - declarou.



Cerca de 15 mil homens devem fazer a segurança em Brasília durante o Mundial

Cerca de 15 mil agentes das forças de segurança pública e das Forças Armadas estão mobilizados desde a última sexta-feira para a Operação Copa no Distrito Federal, que vai até o dia 18 de julho, cinco dias após a final do torneio, no dia 13. O plano operacional de segurança tem como foco a área central de Brasília e a Fifa Fan Fest, no Taguaparque, em Taguatinga - a cerca de 25 km da área central da capital.

São 10.954 homens das forças federais e do Distrito Federal: 10.175 das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e agentes do Detran e 779 servidores do Governo Federal, sendo 410 agentes da Polícia Federal, 300 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 45 da Força Nacional de Segurança Pública. Além deles, 4 mil homens das Forças Armadas vão trabalhar em Brasília.

- Os homens da Força Nacional estarão no DF como força de contingência, mas não vamos empregar num primeiro momento. Nossas forças de segurança são mais do que capazes e suficientes para atuar. Estamos trabalhando no estádio desde a Copa das Confederações. Tivemos vários eventos, como shows e jogos, e testes de terrorismo e contraterrorismo - disse o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Roberto Oliveira.

Segundo ele, o policiamento do DF vai trabalhar com a capacidade operacional máxima, com o efetivo todo na rua: não há férias, licença ou abono durante o período do Mundial. O policiamento será reforçado em lugares considerados estratégicos, como o aeroporto, a Rodoviária do Plano Piloto, o setor hoteleiro e pontos turísticos.

De acordo com o secretário, o perímetro de segurança ao redor do estádio vai da Avenida N1, após a alça da rodoviária, até a altura do Palácio do Buriti, sede do governo distrital. Durante os dias de jogos, as vias serão fechadas seis horas antes das partidas e liberadas três horas depois. A segurança no entorno do Mané Garrincha será feita por 447 policiais militares, 250 bombeiros, 66 policiais civis e 126 policiais federais.

O secretário informou que as áreas centrais de Brasília serão monitoradas por 200 câmeras de vídeo. Também haverá monitoramento em Taguatinga, onde será realizada a Fan Fest.

Para reforçar o plano operacional, começou a funcionar na sexta-feira o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), que coordena as ações durante o Mundial. Para isso, foram instalados 55 telões de 55 polegadas cada um, conectados às câmeras de monitoramento instaladas em Brasília e nas regiões administrativas do DF. O investimento no centro integrado soma R$ 160 milhões.

Sobre as manifestações, o secretário disse que os policiais estão capacitados para coibir protestos violentos. “Brasília, por ser o centro político, recebe as demandas de todos os brasileiros. Temos de três a quatro manifestações por dia. Fazemos treinamento constante e estamos preparados. É dever das forças de segurança não permitir que essas manifestações se tornem violentas.”



Multado, hotel da seleção italiana diz que houve falha no descarte de alimentos

O Portobello Resort & Safari, que vai hospedar a seleção italiana durante a Copa do Mundo, informou que houve falha no descarte de alimentos vencidos. O hotel, localizado em Mangaratiba, região metropolitana do Rio, foi multado ontem, durante vistoria do serviço de defesa do consumidor do estado, o Procon-RJ, que encontrou 50 kg de alimentos vencidos.

Segundo a assessoria de imprensa do hotel, devido ao grande movimento do público, houve uma falha no descarte dos alimentos, que estavam vencidos desde o dia anterior. “Nenhum alimento, porém, foi servido fora do prazo de validade ou em condições duvidosas. O hotel está 100% comprometido com as boas práticas de manipulação de alimentos.”

O Portobello informou que a procedência e qualidade dos alimentos servidos no resort é “absolutamente confiável”. “Massas e carnes são recebidas frescas, semanalmente, para a renovação dos estoques.”

O Procon também constatou que não havia um cartaz do Disque Procon 151, que o hotel não fornecia preservativos e não fazia divulgação com relação à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Com informações da Agência Brasil


domingo, 27 de julho de 2014

Grease- You're the one that I want

Minha esposa adora o filme
Grease, sua trilha sonora, danças e as “tramas rebeldes” que marcaram os anos
60. O filme em si é despretensioso, busca a pura diversão, mas não deixa de
retratar uma época que repercutiu pelas décadas seguintes, transformando
completamente a sociedade ocidental.

Além disso, é indiscutível que a
trilha sonora é de primeira, e vale a pena ouvi-la, já que se tornou atemporal
e sinônimo de alta qualidade musical em qualquer tempo.

A música You’re the one that I want corresponde bem a essa atmosfera de
rebeldia inocente, sem deixar de ser excelente diversão.

Em homenagem a você, minha
esposa.

Blog dos Mercantes traz uma dica cultural

E a dica de hoje é o Festival do Vale do Café. Já virou tradição no Centro-Sul Fluminense o Festival do Vale do Café. Ele acontece todos os anos na segunda quinzena de julho, durante as férias escolares, e além das temperaturas mais baixas e agradáveis da região, que convidam a provar pratos e bebidas mais quentes, oferece uma série de atrações, como shows em várias cidades, como Vassouras, Valença, Barra do Piraí, etc., visitas a fazendas históricas, para conhecer um pouco da história e cultura da região que foi economicamente a mais importante do final do séc. XIX, início do XX, além de outras atrações. Vale a pena passar um final de semana na região e aproveitar o que o Festival oferece.

Eu já aproveitei, e visitei a fazenda São Luis da Boa Sorte, onde o Conde D'eu ficou hospedado por 20 dias, na busca de apoio dos cafeicultores da região, em sua luta para manter a monarquia no país.






quinta-feira, 24 de julho de 2014

Blog dos Mercantes saúda mais investimentos em hidrovias

Hidrovias, solução inteligente no transporte - foto da internet

Sabemos que, erradamente, nas últimas décadas o país optou pelo mais caro e menos competitivo dos modais de transporte, como seu modal principal. Assim o transporte rodoviário se tornou hegemônico e bem mais utilizado que os outros, inclusive em grandes distância, onde se torna ainda mais ineficiente. Mas aos poucos o país vai mudando seu modal de transporte principal do rodoviário para modais mais baratos e menos poluentes. E de todos os meios e transportes, o menos poluente de todos, e o mais econômico e barato, é sem duvidas o aquaviário.

Sabemos que os investimentos são altos, e uma mudança desse tipo não se faz da noite para o dia, mas é bom vermos que ao menos agora temos iniciativas que aumentem a participação de modais de transporte mais competitivos, e melhorem nossa economia como um todo.

O texto abaixo, tirado da Gazeta do Povo, mostra algumas das vantagens que o desenvolvimento de hidrovias pode trazer ao país. São argumentos que nosso Blog dos Mercantes está sempre levantando, mas que nunca é demais lembrar.

Como nunca é demais pedir que tais investimentos se multipliquem ainda mais, e que nosso país possa decolar como a potência que pode realmente ser.


Dilma lança licitação para viabilizar hidrovia na Amazônia

A presidente Dilma Rousseff lançou ontem, quinta-feria (20), em Marabá (a 554 km de Belém), o edital de licitação da obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, que permitirá a navegação na hidrovia do Tocantins-Araguaia e deve impulsionar a economia do Pará. O derrocamento (remoção ou destruição de pedras submersas) tornará navegável durante todo o ano um trecho de 43 km do rio Tocantins, por meio da construção de um canal com calado mínimo de 3 metros e largura de 145 metros a 160 metros.

Com essa obra, as eclusas da hidrelétrica de Tucuruí deixarão de ser subutilizadas -a demanda atual é pouca porque as embarcações não conseguem chegar até o local, justamente por causa do Pedral do Lourenço.
Segundo o ministro dos Transportes, César Borges (PR), o derrocamento é necessário para permitir a navegação de cerca de 500 km da foz do rio Tocantins até Marabá.
"Vai baratear os nossos custos de exportação e importação. Aqui estamos mais perto dos Estados Unidos e da Europa do que os portos de Paranaguá e Santos. Será uma região muito mais competitiva, o que vai possibilitar atrair indústrias e emprego", discursou o prefeito de Marabá, João Salame (Pros).

Estudos apontam que os custos de transporte via hidrovia são mais baratos que por via rodoviária.

Edital

O edital de licitação será publicado amanhã no Diário Oficial da União. A obra será licitada por meio do RDC (Regime Diferenciado de Contratações) e, pelo cronograma, tem previsão para conclusão até 2018.

Por ser via RDC, o governo federal não divulgou um custo estimado, já que nesta modalidade de licitação os valores não são divulgados. "Qual é a ideia estratégica que está por trás dessa hidrovia? É escoar a nossa produção em direção ao Norte e fazê-lo por todos os modais possíveis, enfatizando o modal hidrovia", afirmou a presidente Dilma.


A estimativa do Ministério dos Transportes é que, com o derrocamento, a rota na hidrovia terá capacidade nominal de transportes de até 20 milhões de toneladas por ano para 2025, em grãos, minérios e cargas em geral.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Blog dos Mercantes observa os Brics com atenção

Fora um desenvolvimento econômico mais robusto nos últimos anos, que os colocou bem mais próximos de nossas sociedades líderes economicamente, além de ainda terem um potencial de crescimento bastante amplo, os Brics não têm grandes semelhanças. E essas diferenças são bastante amplas, indo desde as já badaladas diferenças “culturais”, até objetivos econômicos, comerciais e políticos.

A Rússia busca deter os avanços de EUA-UE sobre a hegemonia regional que ainda tem, e ao mesmo tempo recuperar um pouco da liderança mundial que tinha nos tempos de URSS. Sua política, tanto interna como externa, é truculenta, e frequentemente recorre à força bruta (nada diferente de outras nações).

A China busca consolidar sua liderança mundial, recém-adquirida, e barrar os avanços regionais de Índia, Japão, e até da Coréia do Sul, enquanto também busca manter a Coréia do Norte sob controle. Tarefa hercúlea, mas vem sendo bem executada, principalmente em regiões mais distantes.

A Índia busca se posicionar como liderança regional, mesmo objetivo de Brasil e África do Sul, com a diferença que tem a China a seu lado, o que dificulta bastante seu trabalho. O Brasil é dificultado, sobretudo pelos EUA, que insistem em manter todos os países do Continente sob seu cajado, política equivocada quando pensamos na complexidade das relações internacionais de hoje. A África do Sul é atrapalhada por todas as grandes potências, incluindo a China.

No texto abaixo, tirado da Folha de São Paulo, podemos encontrar mais alguns pontos de divergência e demanda dentro do próprio grupo, e entre o grupo e outros.

E com tantas discrepâncias, assim mesmo eles tentaram implantar um banco de crédito conjunto, estilo Banco Mundial, além de um fundo de resgate, estilo FMI, fazendo concorrência direta a essas instituições, que ao longo dos anos vêm sendo utilizadas como forma de controle pelas potências já estabelecidas. Um passo gigantesco, e que pode definitivamente retirar dos atuais trilhos a relação de poder pelo mundo afora. Isso tudo sem ter ainda resolvidas as maiorias de suas dissidências internas.

Será interessante vermos como implementarão isso, de forma a alavancar o desenvolvimento humano de todos esses países (no fundo esse é o desenvolvimento que importa), e que ainda é bastante atrasado em todos, se impondo sem causar traumas, em uma estrutura que mal se reorganizou após o período de “Guerra Fria”.

E no meio de toda essa disputa, além das antigas que já conhecemos, o Brasil precisa defender seus interesses, aumentar seu comércio, sem perder empregos e valor de seus produtos, o que é ambicionado por China e outros países pontualmente, expandir e consolidar sua área de influência, sem criar desnecessários atritos com outras potências, ou acirrar os já existentes.

Hércules, o deus grego, pegaria um arco com uma aljava de flechas, um porrete numa mão, uma espada na outra, e resolveria todos esses problemas de forma truculenta. Mas a diplomacia internacional mudou um pouco, desde que ele andou cortando cabeças e derrotando feras pela face da terra...


No Brasil, Brics tentam deixar de ser só uma sigla
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO
13/07/2014 02h00
 Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reúnem a partir de terça (15) em Fortaleza para tentar provar que os Brics não são apenas uma sigla que junta países emergentes com muito pouco em comum.
Com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, idealizado para ser uma alternativa ao Banco Mundial, e o Arranjo Contingente de Reservas, espécie de "FMI do B", os Brics querem mostrar que têm algo concreto que os une.
Mas toda essa união de propósitos na área econômica não se repete em espinhosos temas políticos, tais como as ações da Rússia na Ucrânia e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que serão abordados de forma cuidadosa.
O banco dos Brics terá capital de US$ 50 bilhões, que pode ser ampliado para US$ 100 bilhões, para financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países emergentes, sem se submeter às imposições dos países ricos no Banco Mundial.
Já o arranjo contingente irá funcionar como um fundo de emergência de US$ 100 bilhões que pode ser sacado pelos países do bloco em crises de balanço de pagamentos.
"A legitimidade dos Brics depende da realização desses projetos concretos, depois de seis anos de existência do grupo que estava apenas na retórica", diz Adriana Abdenur, professora de Relações Internacionais da PUC-Rio.
No comunicado que está sendo elaborado, com cerca de 60 parágrafos, o clube destaca a "preocupação com a não implementação das reformas" nas organizações multilaterais, segundo a Folha apurou.
A reforma para aumentar o poder dos países emergentes no FMI, uma grande bandeira dos Brics, foi vetada pelo Congresso dos EUA.

A mudança acordada em 2010 ajudaria a refletir a maior importância que o grupo passou a ter no mundo.
EM ABERTO
Algumas questões estão em negociação. A China faz pressão para ter dominância no banco e queria ter mais capital que os outros países.
Por enquanto, prevaleceu a ideia de participações iguais. Mas a chinesa Xangai faz lobby fortíssimo para sediar o banco.
Segundo uma fonte ligada ao governo chinês, seria um importante "símbolo político" a China sediar um banco multilateral.
Mas a África do Sul também está na disputa, reivindicando a sede como forma de estimular o desenvolvimento no país mais fraco do bloco.
Outra aresta a ser aparada refere-se à Organização Mundial de Comércio. Índia e África do Sul ameaçam desistir do acordo de facilitação de comércio fechado na reunião de Bali, em dezembro.
O acordo pode desburocratizar o comércio mundial e, embora modesto, salvou a OMC da irrelevância. O governo brasileiro luta para que os parceiros não recuem.
Índia e África do Sul argumentam que vão ter que arcar com os custos de implementação e o acordo só ajuda os países ricos a venderem para os pobres. O assunto será discutido por ministros nesta segunda (14).
A delicada situação de isolamento da Rússia, alvo de sanções e fuga de capital após a anexação da Crimeia, é outro abacaxi.
Os russos querem que o comunicado da cúpula inclua um repúdio às sanções impostas ao país.
A presidente Dilma Rousseff terá reunião com Putin e não quer desagradá-lo.
O Brasil tem interesses comerciais. A Rússia é o segundo maior importador de carne bovina brasileira e pode comprar ainda mais para reduzir suas importações de EUA e UE.
Segundo a Folha apurou, o comunicado deve condenar "sanções econômicas que violem o direito internacional". As punições de UE e EUA contra a Rússia não tiveram aval da ONU.
REPRESSÃO RUSSA
Mas a condenação está em um parágrafo separado daquele que menciona a crise na Ucrânia, que será abordada com o habitual cuidado diplomático, sublinhando a necessidade de diálogo e de evitar uma escalada.
Todo esse esforço para não melindrar a Rússia deve desagradar entidades de direitos humanos. "Queremos que Dilma apoie a sociedade civil russa, que tem sofrido enorme repressão no governo Putin", diz Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.
A linguagem sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU também deve ser bastante neutra, porque a China e Rússia já são membros permanentes e têm restrições à entrada de países como Índia e Japão.
O evento teve de ser dividido, o primeiro dia em Fortaleza e o segundo, em Brasília, porque a capital cearense não tinha suítes presidenciais suficientes para abrigar os chefes de Estado da América do Sul que vêm no dia 16.
No dia 16 de manhã, Dilma terá encontro com Narendra Modi, novo primeiro-ministro da Índia. No dia 17, o presidente chinês, Xi Jinping, faz visita de Estado.

Devem ser assinados mais de 40 atos. Entre eles, exportação de 40 aeronaves da Embraer para a China.

domingo, 20 de julho de 2014

Metallica - Welcome Home (Sanitarium)

Metallica já esteve em nosso Blog dos Mercantes, por isso não há muito mais que falar sobre essa banda.

Welcome Home (Sanitarium), é uma das boas músicas da banda.


terça-feira, 15 de julho de 2014

A mudança na lei não faz milagres nos portos

A reportagem do Valor Econômico é típica de quem está vendo um problema sob uma ótica distorcida. Por parte de exportadores, claramente há pedidos para que o governo brasileiro imponha restrições de preços a empresas estrangeiras que atuam no Brasil, no comércio internacional. Por outro lado o governo responde baseado em uma lenda, que se chama livre concorrência. Por último, parte dos atores do setor, reclama que a nova Lei dos Portos não teve as repercussões que se esperavam. Vamos analisar essas posições e dar nossa sugestão.

Primeiro a questão de uma intervenção do governo no preço de fretes internacionais de mercadorias transportadas do e para o Brasil. Isso é algo muito difícil para qualquer governo, com as ferramentas que nosso governo tem. Na verdade quase impossível, pois não temos ferramentas adequadas para intervir nesse mercado.

Outra coisa é a réplica do governo. Livre Mercado é lenda. Empresas sempre buscam uma maneira de evitar a concorrência, e isso se torna mais fácil quando os governos têm poucos, ou nenhum mecanismo para intervir nos diversos setores que compõem sua economia. No Brasil temos poucas formas de intervenção.

A Lei dos Portos. Sim ela tem condições de, em médio prazo (5 ou 6 anos), começar a diminuir custos no setor portuário. O problema é que diminuição de custos não significa necessariamente diminuição de preços. Como já dissemos aqui no Blog dos Mercantes, empresas buscam primeiramente maximizar seus lucros. Assim, qualquer diminuição de custos, tende a ser incorporada aos lucros, como forma de aumenta-los, e não aos preços, para abaixá-los.  A segunda hipótese só aparece quando é necessária, seja por concorrência (que como já dissemos, é evitada pelas empresas), seja por pressão de governos (que também como já vimos, temos poucas formas de intervenção).

Então precisamos mudar três posições para começarmos a acertar esse mercado de fretes ligados à Marinha Mercante. A primeira coisa é pararmos de acreditar na falácia do Livre Mercado, e de que diminuição de custos leva a diminuição de preços. O discurso até pode continuar esse, mas precisamos criar e usar recursos para intervir nos setores chaves de nossa economia, de forma a levá-los a apresentar preços e eficiências adequados às nossas necessidades.

Para isso é necessário não só acompanhar os preços, mas atuar ativamente no mercado, com a manutenção de uma agência reguladora forte e respeitada. O CADE deveria ser melhor utilizado, tendo como base o direito do consumidor brasileiro, e a economia brasileira, estando em segundo plano interesses de empresas, se estrangeiras ficam ainda mais atrás, principalmente se não investem diretamente no país (caso das empresas de navegação estrangeiras).

Outra medida necessária é manter uma Marinha Mercante nacional de Longo Curso, com a finalidade de poder intervir no preço dos fretes. Como já mostramos em outras postagens, a manutenção de uma Marinha Mercante tem outras vantagens e abre o leque de outras possibilidades também, não apenas no preço direto do frete, mas também no custo do produto brasileiro no exterior.

A partir disso temos que fazer contas. O que é mais barato, gastar mais de USD 10 bi ao ano em fretes, pagos a empresas estrangeiras, fora os custos aumentados em nossos produtos pelo preço abusivo de frete, e rotas mais longas às quais nos obrigam para determinados mercados, ou a manutenção de uma frota mercante própria?

Ah, ela terá que ser subsidiada. Provavelmente. Acontece que temos subsidiado muita coisa, que no final das contas caem em mãos de empresas estrangeiras. Porque não subsidiar a nós mesmos?


Valor Econômico – Reportagem – 22/05/2014
 Reforma portuária não reduz custos
Por Fernanda Pires | Para o Valor, de São Paulo

Usuários finais dos portos, os chamados donos de cargas, dizem que a reforma portuária - prestes a completar um ano - não reduziu os preços que eles pagam para operar. Segundo Osvaldo Agripino, fundador e consultor jurídico da Associação dos Usuários dos Portos de Santa Catarina (Usuport), a maior oferta de terminais irá beneficiar os armadores, que são os clientes diretos dos portos. Mas a Lei dos Portos não garantiu mecanismos para a companhia de navegação repassar ao exportador a redução dos custos de operar nos portos. Em porto, o dono da carga contrata o armador que, por sua vez, escolhe o terminal onde atracará o navio. "A reforma não alcançou o armador. Não adianta fazer mais terminais se os agentes logísticos não são regulados."
 Agripino criticou o que considera falta de atuação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre a atividade dos armadores transnacionais, que transportam 98% do comércio exterior brasileiro. "Uma vez aqui, eles delegam a atividade a um agente marítimo. Na hora em que você tem um problema não consegue pegar o armador. A Antaq não tem controle nenhum, não sabe quais são os navios, não dá as escalas, não tem outorga de autorização, não sabe o que eles cobram dos usuários", disse. As manifestações foram feitas em evento de infraestrutura realizado pela Fiesp.
 Diretor da Antaq, Fernando Fonseca disse que a agência não tem a prerrogativa de emitir outorga para esses operadores realizarem a atividade no país, ao contrário do que acontece com empresas de bandeira brasileira. "O que podemos fazer é um ato normativo para regulamentar, regular e fiscalizar a atuação dessas empresas. A gente pretende baixar um ato normativo", disse, sem dar data.
 A ideia é monitorar fretes, mas não tabelar preços. Assim como acompanhar as cobranças de demurrage (sobrestadia cobrada pelo armador do usuário por atraso na entrega do contêiner) e o desempenho e a qualidade do serviço dessas empresas.
 Só de itens extras cobrados são mais de 20, além do frete marítimo propriamente, afirmou Agripino. De acordo com ele, 70% dos armadores de longo curso que operam em águas brasileiras usam bandeira de conveniência registrada em outros países.
Sobre a afirmação de que a Lei dos Portos não garante a redução de custos aos donos das cargas, o assessor especial da Secretaria de Portos (SEP), José Newton Barbosa, discordou. "O dono da carga contrata o armador por meio de um agente. Esse agente vai ter de reduzir o preço em função da competitividade", afirmou.
 Os terminais portuários também criticaram alguns aspectos da nova lei. As instalações criadas no bojo da antiga lei, de 1993, irão sugerir ao governo mecanismos para equilibrar a convivência com os novos terminais que serão arrendados nos portos públicos. A reforma mudou as regras para a iniciativa privada entrar na operação portuária: eliminou a exigência de o empreendedor pagar outorga para vencer a licitação. O ágio do leilão vem sendo precificado nos serviços cobrados pelos terminais ao longo do arrendamento.
 Já o novo critério para arrematar as áreas será a garantia de menor tarifa a ser cobrada pelo serviço ou a maior movimentação de cargas, o que criará dois modelos econômicos diferentes no mesmo ambiente concorrencial.

 "Estamos buscando formas de equilibrar as duas estruturas", disse o delegado da Associação Brasileira de Terminais Portuários (BTP) e presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), no porto de Santos, Henry Robinson. O executivo não detalhou quais serão as sugestões.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Blog dos Mercantes dá os parabéns

Parabéns a Alemanha legítima campeã da Copa do Mundo no Brasil. A Alemanha mereceu vencer por dois motivos. O primeiro pelo conjunto da obra, tendo sido a equipe que apresentou bom futebol mais vezes durante a Copa. O segundo também pela precisão e eficiência, pois ontem mesmo a Argentina jogou muito bem, e criou mais chances de gol, mas não as converteu, enquanto que a Alemanha sim. Como futebol não é o jogo de quem cria mais, mas de quem converte...

Parabéns também à Argentina. A seleção platina não é essa coisa toda, mas veio crescendo durante o torneio, e ontem fez sua melhor exibição. Não é fácil chegar a uma final de Copa do Mundo, e a Argentina ontem fez bela exibição, tendo pecado porque não foi capaz de evoluir no quesito aproveitamento. Então a segunda posição ficou bem para ela, que ainda deu muito trabalho aos campeões.

Os holandeses são outros que merecem ser parabenizados. Nos brindaram com belos gols, alguns grandes jogos e não chegaram à final por pequenos detalhes. Fizeram uma grande Copa e saem cada vez mais consolidados como uma das forças do futebol mundial, mas ainda lhes falta um título para coroar o bom futebol que apresentam desde a década de 70 do século passado.

E o Brasil? Também ganha os parabéns, pois apesar da fragilidade do selecionado brasileiro, chegou a ficar em quarto lugar, algo que também não é fácil em uma Copa do Mundo, e foi muito comemorado em 2010 por nossos vizinhos uruguaios. "Ah, mas o Brasil pode muito mais que isso!" Pode não, cara-pálida, pode. Essa seleção brasileira chegou muito longe pelo futebol que apresentou. Só não precisava ter perdido tão feio nos últimos dois jogos.

Todas as outras seleções que participaram do torneio da FIFA também estão de parabéns, pois nos brindaram com ótimos jogos, lindos gols, jogos tensos, viradas, emoções, enfim a melhor Copa do Mundo que esse blogueiro já assistiu. E já foram 11 Copas, então não é pouca coisa. Esperamos estar errados, mas achamos difícil que as próximas possam ser tão boas, mas esperança é a última que morre, não é?

Mas acima de tudo, parabéns ao Brasil, que apesar de todas as vozes contra, de toda o pessimismo, e de todas as previsões fatalistas, realizou uma grande Copa do Mundo. Tivemos problemas? Sim, claro, como também tiveram as Olimpíadas de Londres, as Copas da França, Alemanha, África do Sul, etc. Podíamos ter sido melhores, mas não aconteceu nada para nos envergonharmos. Agora o importante é termos aprendido com os erros cometidos, e concertá-los para as Olimpíadas que estão chegando (faltam só 2 anos). Provavelmente haverá outros problemas, afinal somos seres humanos, e todos os seres humanos erram, o importante é não abaixar a cabeça, e seguir aprendendo e evoluindo. Com a realização da Copa o Brasil mostrou que tem condições de realizar como qualquer outro país, agora é levar essa capacidade para outras áreas da vida nacional, e não deixá-la restrita a pequenos nichos.

O Brasil pode ser o Gigante que está sempre ameaçando, basta nós mesmos querermos.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Vivaldi como você nunca pensou em ouvir

Um amigo postou e resolvi compartilhar com aqueles que acompanham o Blog dos Mercantes.

Tina S. é uma jovem guitarrista de 15 anos, que ousou desafiar a lenda Van Halen e executar seu festejado "Eruption", e de forma genial, diga-se. Mas a moça não se restringe a isso, e também toca outras grandes passagens em sua guitarra, entre elas algumas clássicas.

"Vivaldi Tribute", de Patrick Rondat, foi o que escolhemos, então aproveitem, porque o resultado é inusitado.


Vi

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Blog dos Mercantes pede Educação sim, mas nem tanto

Se alguém acha que o título deste post é ambíguo, ou é uma crítica a um professor coreano ter recebido cerca de USD 4 milhões em um ano de trabalho, esse alguém está bastante enganado. O Blog dos Mercantes tem sempre cobrado a melhora de nossa educação, não apenas qualitativamente, mas também na gama da população atendida com qualidade e a o nível da escolaridade da população (o tempo que passamos na escola).

Sim, cobramos pelos anos em que temos postado, e continuaremos cobrando a melhora de nossa educação, que vem apresentando sempre níveis baixos em relação a outros países, mas isso não significa de forma alguma inverter a situação ao outro extremo. É preciso haver equilíbrio na vida, para que a qualidade seja garantida.

Exemplo de desequilíbrio ao contrário é o que vem acontecendo na Coréia do Sul, aonde crianças perderam totalmente o tempo livre para serem crianças. Esse excesso de estudo também cria problemas de saúde nos jovens, e possivelmente criará problemas sociais na sociedade futuramente, já que uma etapa da vida estará sendo perdida.

Então, vamos melhorar, precisamos melhorar, mas sem exageros, porque o conhecimento acadêmico é muito importante, e sem ele não conseguiremos jamais ter uma quantidade suficiente de mão de obra altamente qualificada para garantir o progresso do país. Mas o conhecimento acadêmico não é o único que conta para garantir essa mão de obra altamente qualificada, há outros...

Professor fatura US$ 4 mi na web e vira celebridade na Coreia do Sul
DO "FINANCIAL TIMES"
19/06/2014  02h00

Kim Ki-hoon subiu a um estrelato que existe em poucos outros lugares fora da Coreia do Sul. Como professor de inglês mais bem pago do país, se tornou uma celebridade.
No ano passado, faturou cerca de US$ 4 milhões com suas aulas de idiomas on-line e US$ 10 milhões com sua editora de livros didáticos.
O astro do ensino diz que cerca de 1,5 milhão de sul-coreanos assistiram às suas aulas nos últimos 12 anos, e atribui seu sucesso a um estilo de ensino envolvente e a um marketing esperto: ele seleciona com cuidado suas aparições televisivas e compôs uma
canção pop dirigida a vestibulandos nervosos, com o refrão "confie em mim!"
A receita de Kim é uma fração dos US$ 20 bilhões ao ano que são gastos com aulas particulares na Coreia do Sul. Mas ele expressa inquietação com a escala do sistema. "Não deveria haver necessidade de educação privada."
O feroz debate em curso na Coreia do Sul sobre o sistema nacional de educação –especialmente o imenso setor dos cursinhos e professores particulares (hagwons)– talvez surpreenda os admiradores do sistema do país.
Figuras como o presidente Barack Obama elogiam a educação sul-coreana como modelo, apontando para o desempenho das crianças nos testes de matemática, literatura e ciência da OCDE, espécie de grupo de países ricos.
Mas na Coreia do Sul há crescente inquietação quanto aos efeitos colaterais do uso maciço de serviços educacionais privados. Para começar, muitas crianças estudam desde a manhã até bem tarde depois do final das aulas regulares, sem tempo suficiente para brincar e relaxar.
No ano passado, um estudo sobre crianças numa área nobre de Seul constatou que mais de 1 em 7 das crianças pesquisadas sofriam de curvatura da espinha, mais que o dobro do índice registrado 10 anos antes. Pelo menos três quartos dos alunos de segundo grau em Seul são míopes, e os médicos têm identificado mais e mais jovens com a "síndrome do pescoço de tartaruga", que leva a criança a inclinar sua cabeça para a frente ansiosamente.
E há o impacto econômico: os custos da educação privada respondem por 12% dos gastos domiciliares, e a eles é atribuída a culpa pela queda do índice de natalidade, um dos mais baixos do mundo.
Sucessivos governos vêm tentando restringir as atividades dos milhares de hagwons –agora proibidos de operar depois das 22h.
O custo por hora das aulas foi limitado e os hagwons foram proibidos de ensinar matérias à frente do estágio em que uma escola as ensinaria.
Para Min Seong-won, o mais famoso educador sul-coreano, "o sistema de educação no país está se tornando um sistema socialista".
Min é dono de um hagwon e oferece consultoria de planejamento educacional em programas de TV e por uma série de livros populares.
Para ele, o desempenho do país nos testes da OCDE prova que o sistema educacional é forte. Em 2012, eles ficaram em quinto lugar em matemática e alfabetização. Mas em 62º na solução de tarefas complexas, e em último no quesito "felicidade na escola".

Lee Ju-ho, ministro sul-coreano da Educação de 2010 a 2013, diz que isso indica o impacto do estudo excessivo sobre a saúde mental, a criatividade e a capacidade de trabalho em equipe. Se o objetivo é que a Coreia do Sul floresça, ele diz que o país precisa tratar do problema dos "altos gastos com a educação, que não conduzem a um avanço no capital humano"